O que é o amor?!
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Re: O que é o amor?!
o Lusíadas, por exemploSara Mel escreveu:
Altar,
existem tantos poemas, textos, que focam esse lado sofredor do Amor...
já temos pelo menos uma boa definiçãoSara Mel escreveu:
Amar é sofrer... não em todos os casos ou sempre, mas caramba, isto é uma verdade universal, n me espanta q a Bíblia a mencione!
amar um filho ou filha ... é sofrer
amar a mãe ou pai ... é sofrer
amar um esposo ou esposa ... é sofrer
amar um amigo ou amiga ... é sofrer
amar um estranho ... é sofrer
não sei se muitos concordariam com esta definição
a bíblia acrescenta mais...
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Re: O que é o amor?!
Altar,
parece que está na altura de desenvolveres um bocadinho para percebermos onde queres chegar.
Estás a causar muita curiosidade...
parece que está na altura de desenvolveres um bocadinho para percebermos onde queres chegar.
Estás a causar muita curiosidade...
Ana Cláudia- Membros
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Re: O que é o amor?!
talvez demonstrar que o amor é verdadeiramente difícil e por conseguinte atrevo-me a dizer que ninguém ama a 100%, num ponto ou outro todos nós começamos a falhar. Talvez também demonstrar que a bíblia, independentemente da religião, até é um livro bastante sábioAtena escreveu:Altar,
parece que está na altura de desenvolveres um bocadinho para percebermos onde queres chegar.
Estás a causar muita curiosidade...
se num teste viesse esta pergunta que fiz "o que é o amor", terias muitas respostas com várias páginas, longos textos...é o que se vê aqui. Mas uma frase resume tudo e explica tudo. Eu queria que vocês construíssem essa frase, a bíblia diz como amar, diz mais...
amar é sofrer...
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Re: O que é o amor?!
hocosi escreveu:Ou me engano muito ou temos aqui em Portugal um "Lopão".Altar escreveu:engraçado
é realmente uma pergunta simples mas aparentemente ninguém sabe ao certo
na falta de uma definição pessoal vai-se ao dicionário/enciclopédia
havendo alguma definição interior ela distingue-se em vários tipos de amor
confunde-se amor com paixão, amor com amizade, amor com filiação, amor com paternidade ou maternidade, etc...
engraçado é também constatar que ninguém foi à bíblia
Não me parece, hocosi. Sinceramente, não me parece...
Mas eu engano-me tão facilmente a respeito das pessoas... mas, repito, não me parece.
mjp- Forista desativado
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Re: O que é o amor?!
Hei-de investigar melhor. O português é riquíssimo. Mas o gaulicismo e agora os vocábulos anglo-saxónicos têm-lhe tirado algum encanto.Que bom! São as contradições que nos tornam humanos. São elas que nos fazem crescer, só para que nos deparemos com outras... só que mais bonitas e interessantes que as primeiras. Mas reconhecê-las não é para todos, e viver com elas ainda menos.Atena escreveu:(...) sou uma pessoa cheia de contradições, de facto!(...) tenho uma inveja imensa do português não ter uma palavra para cada tipo de amor.
mjp- Forista desativado
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Re: O que é o amor?!
prontos, esqueçam
a curta e pura definição de amor é aquela que vem de Jesus desde a última ceia até à morte na cruz :
Amor é servir, é sofrer, é entrega total, é renunciar-nos a nós próprios até à morte. Tudo pelos outros, e sem deixar nada, é isso
agora podem concordar ou rebater o que disse, pelo menos uma thread fica sobre o amor, havia algum ?!
a curta e pura definição de amor é aquela que vem de Jesus desde a última ceia até à morte na cruz :
Amor é servir, é sofrer, é entrega total, é renunciar-nos a nós próprios até à morte. Tudo pelos outros, e sem deixar nada, é isso
agora podem concordar ou rebater o que disse, pelo menos uma thread fica sobre o amor, havia algum ?!
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Re: O que é o amor?!
O que é uma "trhead"?Altar escreveu:prontos, esqueçam
a curta e pura definição de amor é aquela que vem de Jesus desde a última ceia até à morte na cruz :
Amor é servir, é sofrer, é entrega total, é renunciar-nos a nós próprios até à morte. Tudo pelos outros, e sem deixar nada, é isso
agora podem concordar ou rebater o que disse, pelo menos uma thread fica sobre o amor, havia algum ?!
Falem-me em português que não tenho o meu filho ao meu lado para me traduzir estas expressões...
Ainda deu para editar: fio ou linha. Olha que isto ainda dá um novelo!
mjp- Forista desativado
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Re: O que é o amor?!
Mais a sério!
O "amor",claro, sofre ou é sofredor: tudo suporta, tudo espera, etc...
Mas não deixa de ser curioso analisar que:
éros= amor romântico.
É possessivo e/ou egoísta. Dá, mas pretende receber. Ainda que possa resultar desse "amor" inicial outros que se lhe desenvolvam, à partida, este "amor" é condicional.
filadelfía= amor fraternal. Pode ser visto na profundidade da amizade entre duas pessoas mesmo que não sejam da mesma família. Para o filósofo grego Platão, o amor era algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas.
Em príncipio, este não é possessivo nem egoísta. É desprendido, não espera retorno. No entanto pode esvanecer-se pelo desencanto. E se espera algum retorno, de alguma forma, deixa de se qualificar aqui.
filía = afeição, amizade. Palavra que expressava cordialidade, achego e afeição entre duas pessoas. Amor platônico é qualquer tipo de relação afetuosa ou idealizada em que se abstrai o elemento sexual, por vários gêneros diferentes, como em um caso de amizade pura, entre duas pessoas.
Aqui a união é mais de carácter intimista. Algo aproxima essas pessoas, e, se esse algo desaparece ou não é cuidado lá se vai a amizade. De certa forma, também existe alguma posse ou egoísmo; posse ou egoísmo mais diluídos, menos exaltados, mas existem.
agápe = amor baseado em princípios. Envolve primordialmente a mente, e não as emoções da pessoa. A pessoa ama independente de se a pessoa é amiga ou inimiga, se retribui ou não. Ágape pode ser o amor que se doa, o amor incondicional, o amor que se entrega. Amor incondicional significa amor pleno, completo, absoluto, que não impõe condições ou limites para se amar. Quem ama de forma incondicional não espera nada em troca. O amor está em primeiro lugar. O amor incondicional é generoso, altruísta e infinito. É o típico “amor de mãe”, que é dado livremente, independente do que recebe de volta.
Este é o único que não trás condições.
Este é o verdadeiro amor. Se em qualquer outro, este estiver presente, solidifica a relação a um ponto quase irreversível. Desde que os outros "amor" coexistam com este, a relação pode terminar em virtude dos pontos mais fracos dos outros "amor", mas este subsiste sempre. Este é indestrutível!
Origem?...
Se dos primeiros podemos podemos apreender alguma característica mais "terrena" visto existir sempre, ainda que muito diluído, algum "interesse", de onde se origina este "amor" absolutamente desinteressado?...
Como podemos amar como uma mãe ou um pai alguém que não é nosso filho biológico?...
O "amor",claro, sofre ou é sofredor: tudo suporta, tudo espera, etc...
Mas não deixa de ser curioso analisar que:
éros= amor romântico.
É possessivo e/ou egoísta. Dá, mas pretende receber. Ainda que possa resultar desse "amor" inicial outros que se lhe desenvolvam, à partida, este "amor" é condicional.
filadelfía= amor fraternal. Pode ser visto na profundidade da amizade entre duas pessoas mesmo que não sejam da mesma família. Para o filósofo grego Platão, o amor era algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas.
Em príncipio, este não é possessivo nem egoísta. É desprendido, não espera retorno. No entanto pode esvanecer-se pelo desencanto. E se espera algum retorno, de alguma forma, deixa de se qualificar aqui.
filía = afeição, amizade. Palavra que expressava cordialidade, achego e afeição entre duas pessoas. Amor platônico é qualquer tipo de relação afetuosa ou idealizada em que se abstrai o elemento sexual, por vários gêneros diferentes, como em um caso de amizade pura, entre duas pessoas.
Aqui a união é mais de carácter intimista. Algo aproxima essas pessoas, e, se esse algo desaparece ou não é cuidado lá se vai a amizade. De certa forma, também existe alguma posse ou egoísmo; posse ou egoísmo mais diluídos, menos exaltados, mas existem.
agápe = amor baseado em princípios. Envolve primordialmente a mente, e não as emoções da pessoa. A pessoa ama independente de se a pessoa é amiga ou inimiga, se retribui ou não. Ágape pode ser o amor que se doa, o amor incondicional, o amor que se entrega. Amor incondicional significa amor pleno, completo, absoluto, que não impõe condições ou limites para se amar. Quem ama de forma incondicional não espera nada em troca. O amor está em primeiro lugar. O amor incondicional é generoso, altruísta e infinito. É o típico “amor de mãe”, que é dado livremente, independente do que recebe de volta.
Este é o único que não trás condições.
Este é o verdadeiro amor. Se em qualquer outro, este estiver presente, solidifica a relação a um ponto quase irreversível. Desde que os outros "amor" coexistam com este, a relação pode terminar em virtude dos pontos mais fracos dos outros "amor", mas este subsiste sempre. Este é indestrutível!
Origem?...
Se dos primeiros podemos podemos apreender alguma característica mais "terrena" visto existir sempre, ainda que muito diluído, algum "interesse", de onde se origina este "amor" absolutamente desinteressado?...
Como podemos amar como uma mãe ou um pai alguém que não é nosso filho biológico?...
mjp- Forista desativado
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Re: O que é o amor?!
Esta é definição do amor de Cristo, não é a definição do amor em geral.Altar escreveu:
Amor é servir, é sofrer, é entrega total, é renunciar-nos a nós próprios até à morte. Tudo pelos outros, e sem deixar nada, é isso
Se estamos a falar do amor numa forma geral não nos podemos ficar apenas por esta definição, porque isto resume amor em sofrimento. E amor não é só sofrimento.
Esta definição de amor é tão boa quanto dizer: a vossa vida é para sofrer, não para ter felicidade ou alegria!
Quantas pessoas cumprem este amor? Uma na história? Depois ou antes de Cristo quem cumpriu esta forma de amar?
Ana Cláudia- Membros
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Re: O que é o amor?!
Para além do retrato, na minha opinião, demasiado perfeccionista que Paulo faz do amor em 1 Coríntios 13, gosto particularmente da que nos deixou o nosso grande poeta Luís Vaz de Camões:
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema"
Pablo Picasso
TJ esclarecido- Forista desativado
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Re: O que é o amor?!
Penso que o amor é a mais sublime de todas as qualidades humanas e divinas ("Deus é amor").
Penso que o amor é só um, mas esta qualidade pode diversificar-se na multiplicação dos alvos a que se destina (as palavras gregas já mencionadas demonstram isso mesmo).
Mas assim como nós somos imperfeitos (incompletos) em nós mesmos, o nosso amor sendo uma extensão de nós mesmos, também o é. Ele é por isso também imperfeito, falhando muitas vezes, não em si mesmo, mas na sua demonstração.
Por isso, apesar de amarmos por completo nossos filhos, pais, cônjugues, amigos, etc., acabamos vez por outra por os desiludir e falhar com eles. Mas quando nós falhamos com os outros, é a vez do amor do outro superar a falha (cobrir/tapar) e perdoar não tornando isso um caso problemático.
Penso que este mundo cada vez fala mais de amor, mas quanto a praticá-lo...
Penso que o amor é só um, mas esta qualidade pode diversificar-se na multiplicação dos alvos a que se destina (as palavras gregas já mencionadas demonstram isso mesmo).
Mas assim como nós somos imperfeitos (incompletos) em nós mesmos, o nosso amor sendo uma extensão de nós mesmos, também o é. Ele é por isso também imperfeito, falhando muitas vezes, não em si mesmo, mas na sua demonstração.
Por isso, apesar de amarmos por completo nossos filhos, pais, cônjugues, amigos, etc., acabamos vez por outra por os desiludir e falhar com eles. Mas quando nós falhamos com os outros, é a vez do amor do outro superar a falha (cobrir/tapar) e perdoar não tornando isso um caso problemático.
Penso que este mundo cada vez fala mais de amor, mas quanto a praticá-lo...
"Não me calarei perante a perversidade de homens que se colocam como deuses entre os demais e que tentam silenciar aqueles que lhes fazem frente."
Re: O que é o amor?!
Trata-se de um excerto de 1 texto escrito pelo Filino Rupro no livro "Missão impossível - ou a transcendência do amor numa sociedade de chimpanzés"
é 1 dissertação muito interessante sobre uma das formas de amor: o platónico ou impossível...
Paradoxos
..."Ela tem os olhos azuis e o sorriso mais lindo do Universo e arredores. Ele tem uma voz serena. Beijam-se num longo e apaixonado beijo que os leva para a transcendência do amor. São casados. Mas não um com o outro.
A palavra queima como brasas que se chegam aos lábios: Amantes!
São amantes, numa sociedade de chimpanzés, que os condena. O pecado dos amantes é amar. E o paradoxo surge pleno: Enquanto se condenam os amantes, condecoram-se os assassinos! E quando não se condecoram, são colocados nos livros de história em destaque. Oh sim, algumas amantes também, mas apenas quando amaram algum desses derramadores de sangue.
Não, ainda não queremos transcender-nos enquanto espécie. Os passos são apertados e lentos. Ainda somos chimpanzés amantes do conflito e não amantes do amor. Talvez o Universo ainda precise de mais umas quantas gerações de humanos, para expurgar essas características do animal selvagem que nos corre no sangue, memórias genéticas ainda não silenciadas. E se não conseguir tem sempre a opção de se descartar da espécie, se não o fizermos por iniciativa própria. As evidências apontam que temos muito potencial para isso.
Tudo o que se consente aos amantes, e mesmo assim com um verniz de opróbrio, é o amor platónico. Ele e ela ao invés de estarem agarrados nos braços um do outro partilhando respirações intensas em beijos malucos, deviam ter tido o decoro mínimo de um amor platónico. Aquele amor que é como alguém que saboreia maçãs a ler descrições delas e a ver fotografias das mesmas! Mas nunca a toma nas mãos, leva à boca, lhe dá uma dentada e saboreia. O amor platónico nasce como a fome, mas nunca se sacia. É um amor condenado à morte.
O amor platónico é uma forma de pornografia. Como o adolescente que pratica onanismo diante da revista erótica.
O amor platónico não é amor, porque é apenas um compromisso entre dois amantes, que nunca se consuma porque os chimpanzés adoram traçar fronteiras territoriais entre os seus bandos, defendendo essas fronteiras agressivamente. O que importa não é o amor, mas a abundância de alimento e o comodismo: Árvores carregadas de frutos bons e com bons galhos para fazer ninhos confortáveis.
O único amor platónico que se pode consentir é um que seja transcendente, é aquele que fica depois que os amantes se usufruíram e ao afastarem-se são inundados dessa saudade de quererem estar juntos novamente. Cheios de recordações doces, como no fim do comer da maçã saborosa ainda se fica com o seu sabor e cheiro, eles sentindo esse sabor e esse cheiro do depois, anseiam mais.
É aquela sensação de um coração debatendo-se entre as costelas porque quer voar para mais perto do seu amor e se sente preso, impedido. Uma ave de fogo, aprisionada. Uma fénix morrendo em chamas e erguendo-se logo de seguida das cinzas, no sonho de reclamar o que é seu.
O amor platónico que transcende é o que nos faz querer continuar a amar. Sempre mais, que o amor não se limita nunca. Aquele amor que empresta ao outro as qualidades que lhe julgamos ver e lhe retira ou suaviza o que tem de menos bom. O amor platónico que transcende é esse que deseja ao outro o melhor, sem problema que seja melhor que a nós; que contribui para isso com todas as fibras do seu ser, que se interessa pela felicidade alheia, a felicidade do outro, o ser amado. É o indivíduo que agarra no seu egoísmo e o põe ao serviço do outro, porque fazer o outro feliz é o seu mais íntimo desejo.
Mas como é, o amor platónico é um amor não consumado, portanto nunca passará de um ideal.
O amor platónico é afinal outra variante dos amores impossíveis. Existem pelo menos três tipos de amores impossíveis: O primeiro, aquele em que ambos se detestam. Este é o menos sofrido, porque ambos estão de costas voltadas e nem por instantes cogitam uma relação. É de todos o único amor impossível que faz sentido. Segundo, o amor impossível em que um ama e o outro não está para aí virado. É o amor impossível patético e insuportável, em que um quer e nem percebe como é inútil o seu querer, como é fútil todo o esforço, como é uma batalha que não está destinado a vencer. O terceiro, é aquele em que ambos se amam loucamente até à paixão, mas que por razões exógenas lhes está vedado. Amor impossível não porque haja alguma deficiência nos amantes, não porque não desejem consumá-lo, mas antes porque alguma regra, conceito ou ideia, transforma o usufruto do seu amor em algo que tem de ser sempre parcelar. Se o segundo costuma dar lugar aos amores platónicos, este só sabe dar lugar à arte. Pois como todos deviam saber, nada inspira mais do que a dor, a dor imensa de amar sem usufruir."....
é 1 dissertação muito interessante sobre uma das formas de amor: o platónico ou impossível...
Paradoxos
..."Ela tem os olhos azuis e o sorriso mais lindo do Universo e arredores. Ele tem uma voz serena. Beijam-se num longo e apaixonado beijo que os leva para a transcendência do amor. São casados. Mas não um com o outro.
A palavra queima como brasas que se chegam aos lábios: Amantes!
São amantes, numa sociedade de chimpanzés, que os condena. O pecado dos amantes é amar. E o paradoxo surge pleno: Enquanto se condenam os amantes, condecoram-se os assassinos! E quando não se condecoram, são colocados nos livros de história em destaque. Oh sim, algumas amantes também, mas apenas quando amaram algum desses derramadores de sangue.
Não, ainda não queremos transcender-nos enquanto espécie. Os passos são apertados e lentos. Ainda somos chimpanzés amantes do conflito e não amantes do amor. Talvez o Universo ainda precise de mais umas quantas gerações de humanos, para expurgar essas características do animal selvagem que nos corre no sangue, memórias genéticas ainda não silenciadas. E se não conseguir tem sempre a opção de se descartar da espécie, se não o fizermos por iniciativa própria. As evidências apontam que temos muito potencial para isso.
Tudo o que se consente aos amantes, e mesmo assim com um verniz de opróbrio, é o amor platónico. Ele e ela ao invés de estarem agarrados nos braços um do outro partilhando respirações intensas em beijos malucos, deviam ter tido o decoro mínimo de um amor platónico. Aquele amor que é como alguém que saboreia maçãs a ler descrições delas e a ver fotografias das mesmas! Mas nunca a toma nas mãos, leva à boca, lhe dá uma dentada e saboreia. O amor platónico nasce como a fome, mas nunca se sacia. É um amor condenado à morte.
O amor platónico é uma forma de pornografia. Como o adolescente que pratica onanismo diante da revista erótica.
O amor platónico não é amor, porque é apenas um compromisso entre dois amantes, que nunca se consuma porque os chimpanzés adoram traçar fronteiras territoriais entre os seus bandos, defendendo essas fronteiras agressivamente. O que importa não é o amor, mas a abundância de alimento e o comodismo: Árvores carregadas de frutos bons e com bons galhos para fazer ninhos confortáveis.
O único amor platónico que se pode consentir é um que seja transcendente, é aquele que fica depois que os amantes se usufruíram e ao afastarem-se são inundados dessa saudade de quererem estar juntos novamente. Cheios de recordações doces, como no fim do comer da maçã saborosa ainda se fica com o seu sabor e cheiro, eles sentindo esse sabor e esse cheiro do depois, anseiam mais.
É aquela sensação de um coração debatendo-se entre as costelas porque quer voar para mais perto do seu amor e se sente preso, impedido. Uma ave de fogo, aprisionada. Uma fénix morrendo em chamas e erguendo-se logo de seguida das cinzas, no sonho de reclamar o que é seu.
O amor platónico que transcende é o que nos faz querer continuar a amar. Sempre mais, que o amor não se limita nunca. Aquele amor que empresta ao outro as qualidades que lhe julgamos ver e lhe retira ou suaviza o que tem de menos bom. O amor platónico que transcende é esse que deseja ao outro o melhor, sem problema que seja melhor que a nós; que contribui para isso com todas as fibras do seu ser, que se interessa pela felicidade alheia, a felicidade do outro, o ser amado. É o indivíduo que agarra no seu egoísmo e o põe ao serviço do outro, porque fazer o outro feliz é o seu mais íntimo desejo.
Mas como é, o amor platónico é um amor não consumado, portanto nunca passará de um ideal.
O amor platónico é afinal outra variante dos amores impossíveis. Existem pelo menos três tipos de amores impossíveis: O primeiro, aquele em que ambos se detestam. Este é o menos sofrido, porque ambos estão de costas voltadas e nem por instantes cogitam uma relação. É de todos o único amor impossível que faz sentido. Segundo, o amor impossível em que um ama e o outro não está para aí virado. É o amor impossível patético e insuportável, em que um quer e nem percebe como é inútil o seu querer, como é fútil todo o esforço, como é uma batalha que não está destinado a vencer. O terceiro, é aquele em que ambos se amam loucamente até à paixão, mas que por razões exógenas lhes está vedado. Amor impossível não porque haja alguma deficiência nos amantes, não porque não desejem consumá-lo, mas antes porque alguma regra, conceito ou ideia, transforma o usufruto do seu amor em algo que tem de ser sempre parcelar. Se o segundo costuma dar lugar aos amores platónicos, este só sabe dar lugar à arte. Pois como todos deviam saber, nada inspira mais do que a dor, a dor imensa de amar sem usufruir."....
Sara Mel
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Re: O que é o amor?!
será que não é ?! uma questão pertinenteAtena escreveu:
Esta é definição do amor de Cristo, não é a definição do amor em geral.
Sempre ouvi dizer que a maior felicidade está no dar do que no receber. Tipo numa noite gélida dares a tua capa a um sem-abrigo enregelado, só pelo facto de veres aqueles olhos arregalados cheios de gratidão é já para ti motivo de grande alegria e felicidade. Todavia o teu corpo sofre de frio. A dor de parto também é amor em sofrimento....existem tantos exemplosAtena escreveu:
Se estamos a falar do amor numa forma geral não nos podemos ficar apenas por esta definição, porque isto resume amor em sofrimento. E amor não é só sofrimento.
Esta definição de amor é tão boa quanto dizer: a vossa vida é para sofrer, não para ter felicidade ou alegria!
A grande maioria das pessoas vive condicionada pelos medos, carências, pressões sócio-económicas, isto significa que vivem condicionadas pelo seu ego, pelo seu poder mental.
O amor é um bem-estar interior, pleno, abundante. As pessoas vivem, sobretudo, para o ter, pois não é fácil viver para o ser.
Amar é o mais alto nível de consciência.
Amor - palavra tão simples, mas de tão grande e complexo entendimento.
As pessoas falam, e falam de amor ! as pessoas querem amor. As pessoas não sabem amar, nem sabem dar!
Não há memória consciente de desilusão, sem que haja primeiro uma ilusão!
Numa fase de imaturidade, considera-se amor às dependências, às carências, às insatisfações.
A insatisfação nasce de um vazio, que a pessoa procura resolver no outro.
Quando se ama dá-se!
Todas as pessoas que atraímos, são verdadeiramente nossas, isto é, são o caminho para a nossa aprendizagem e para a libertação do nosso karma.
Amar é o estar atento.
Amar é disponibilidade.
Amar é lealdade.
Amar é liberdade.
Amar é dar pelo prazer que provoca no outro.
O amor é mesmo exigente, não há dúvida nenhuma, é difícil, todos nós falhamos em amarAtena escreveu:
Quantas pessoas cumprem este amor? Uma na história? Depois ou antes de Cristo quem cumpriu esta forma de amar?
Amar é dar sem esperar receber. Mas a mente nem sempre deixa, porque o lado emocional nem sempre é compatível com o racional.
acho que devemos fazer o nosso melhor
é bom ver várias pessoas dar a sua opinião sobre o amor, gostei de ver/ler
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Re: O que é o amor?!
Amor pode ter muitas interpretações mas basicamente é gostar de alguem e fazer tudo para o bem estar dessa pessoa.
Muita gente acha que se ama alguem por gostar mas muitas vezes estão a confundir o amor com a atracção pelo desejo sexual o que são coisas bem diferentes.
Muita gente acha que se ama alguem por gostar mas muitas vezes estão a confundir o amor com a atracção pelo desejo sexual o que são coisas bem diferentes.
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Re: O que é o amor?!
A TMN diz, salvo erro, "há mais felicidade em dar do que em receber". Concordo, mas (há sempre um "mas") ninguém vive sem estar também no lugar de receber. Tenho serias duvidas que alguém seja verdadeiramente feliz uma vida inteira sempre a dar e sem receber, mesmo que receba o tal olhar de gratidão, a certo ponto vai ter a necessidade de ser o alvo do amor do(s) outro(s).Altar escreveu:
Sempre ouvi dizer que a maior felicidade está no dar do que no receber. Tipo numa noite gélida dares a tua capa a um sem-abrigo enregelado, só pelo facto de veres aqueles olhos arregalados cheios de gratidão é já para ti motivo de grande alegria e felicidade. Todavia o teu corpo sofre de frio. A dor de parto também é amor em sofrimento....existem tantos exemplos
Quanto ás dores do parto... não se inventou a epidural por acaso, ninguém quer passar por "aquilo"
Eu não considero o ego um "monstro" que só dificulta a vida... em alguns casos é, mas do meu ponto de vista o ego é muito útil até para nos proteger. Como em tudo é uma questão de equilíbrio.Altar escreveu:A grande maioria das pessoas vive condicionada pelos medos, carências, pressões sócio-económicas, isto significa que vivem condicionadas pelo seu ego, pelo seu poder mental.
Exemplo: eu, para ser feliz, tenho de ter atenção ás minhas necessidades pessoais, não posso estar permanentemente virada para fora, isso não me faz feliz. Posso estar errada de um ponto de vista cristão. Eu tenho o direito, o dever, de pensar em mim, não é de passar por cima dos outros, não é ser "umbiguista", é apenas procurar o equilíbrio.
Não sou Cristo, ele era perfeito, eu não. Sendo ele perfeito falamos de uma fasquia demasiado elevada para tentarmos alcançar. No entanto, admiro quem tenta.
E recebe-se, idealmente.Altar escreveu:O amor é um bem-estar interior, pleno, abundante. As pessoas vivem, sobretudo, para o ter, pois não é fácil viver para o ser.
Amar é o mais alto nível de consciência.
Amor - palavra tão simples, mas de tão grande e complexo entendimento.
As pessoas falam, e falam de amor ! as pessoas querem amor. As pessoas não sabem amar, nem sabem dar!
Não há memória consciente de desilusão, sem que haja primeiro uma ilusão!
Numa fase de imaturidade, considera-se amor às dependências, às carências, às insatisfações.
A insatisfação nasce de um vazio, que a pessoa procura resolver no outro.
Quando se ama dá-se!
Repetindo-me... não acredito que além de Cristo alguém consiga viver assim.Altar escreveu:Todas as pessoas que atraímos, são verdadeiramente nossas, isto é, são o caminho para a nossa aprendizagem e para a libertação do nosso karma.
Amar é o estar atento.
Amar é disponibilidade.
Amar é lealdade.
Amar é liberdade.
Amar é dar pelo prazer que provoca no outro.
Atena escreveu:
Quantas pessoas cumprem este amor? Uma na história? Depois ou antes de Cristo quem cumpriu esta forma de amar?
Obrigada pela resposta aos meus comentários. Gosto sempre de uma boa troca de ideias com a tolerancia do desacordo. Adoro concordar em discordar!Altar escreveu:O amor é mesmo exigente, não há dúvida nenhuma, é difícil, todos nós falhamos em amar
Amar é dar sem esperar receber. Mas a mente nem sempre deixa, porque o lado emocional nem sempre é compatível com o racional.
acho que devemos fazer o nosso melhor
é bom ver várias pessoas dar a sua opinião sobre o amor, gostei de ver/ler
Ana Cláudia- Membros
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Re: O que é o amor?!
O AMOR , é tudo o que não se encontra na organização das testemunhas de jeová. Por definição, palavras não definem o que é amor, ações talvez deem um vislumbre do que possa parecer o amor.
gregdagangue- Membros
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Re: O que é o amor?!
Greg, como bem sabes há muito, mas mesmo muito amor nas Testemunhas de Jeová.
Quem impede a manifestação desse imenso amor é a Organização Torre de Vigia que "desvia" qualquer acção amorosa em seu proveito.
A maior parte das TJ´s são pessoas excelentes que poderiam tornar este mundo um sítio melhor. Só não o fazem devido à politica do Corpo Governante.
Quem impede a manifestação desse imenso amor é a Organização Torre de Vigia que "desvia" qualquer acção amorosa em seu proveito.
A maior parte das TJ´s são pessoas excelentes que poderiam tornar este mundo um sítio melhor. Só não o fazem devido à politica do Corpo Governante.
River raid- Membros
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Re: O que é o amor?!
Compreendo RIVER, o corpo é a plebe geral e a cabeça, são os megalômanos senis do corpo governante que "suga" a capacidade de amor e solidariedade dos respectivo membros das congregações, quando diz que eles devem discriminar e ostracizar os infelizes que se afastam ou são expulsos desta seita execrável?
gregdagangue- Membros
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