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Dia de Todos-os-Santos e Dia de Finados

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Mensagem por Convidado Sáb Nov 01 2014, 19:55

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ROSSIO E HOSPITAL REAL DE TODOS-OS-SANTOS

Painel de azulejos de oficina de Lisboa, da 1ª metade do século XVIII (114 cm x 348 cm) existente no Museu da Cidade, Lisboa. No primeiro plano, tipos populares comercializam bens de consumo. No lado esquerdo é representado o Chafariz de Neptuno, equiparado ao dedicado a Apolo, existente no Terreiro do Paço.
O Hospital Real de Todos-os-Santos tinha fachada virada para o Rossio. Mandado erigir por D. João II em 1492, a sua construção só terminou no reinado de D. Manuel I, nos primeiros anos do século seguinte. Edifício de vanguarda na época, acolheu os primeiros internamentos em 1502 e o número de enfermarias foi crescendo ao longo do tempo: 3 (1504), 16 (1520) e 25 (1715).
O Hospital Real de Todos-os-Santos foi desactivado na sequência do Terramoto de 1755, ocorrido a 1 de Novembro desse ano, o qual foi responsável pela destruição quase completa da cidade de Lisboa.


DIA DE TODOS-OS-SANTOS
O dia de Todos-os-Santos é celebrado pela Igreja Católica como uma festa em honra de todos os santos e mártires, conhecidos e desconhecidos.
No Alentejo, no dia de Todos-os-Santos, era ainda tradição nos anos sessenta-setenta do século passado, as crianças juntarem-se em pequenos grupos e andarem pelas ruas, de porta em porta, para “Pedir os Santinhos”. Naturalmente que só batiam às portas das casas mais abastadas ou julgadas como tal. Quando eram bem sucedidos e eram-no em geral, recebiam pão, bolos, maçãs, romãs, castanhas, nozes, amêndoas, etc. Eram oferendas que guardavam religiosamente nos seus talegos, nos quais as transportavam para as suas casas, onde ajudavam a mãe e o pai a fazer frente às duras condições de vida da esmagadora maioria dos intervenientes. Alguns desempregados, outros com empregos de miséria e outros ainda sujeitos à sazonalidade dos ciclos agrícolas de produção. Quanto aos ofertantes alguns eram-no por espírito de caridade cristã. Todavia, alguns imbuídos de espírito mais laico, faziam-no por espírito de solidariedade.
Uma tal tradição remonta a Lisboa no ano de 1756, um ano após o devastador terramoto que destruiu Lisboa no dia 1 de Novembro de 1755 e em que morreram milhares de pessoas, pelo que a população na sua maioria pobre, mais pobre ficou ainda.
A coincidência da data do terramoto com a data de 1 de Novembro, com significado religioso, conduziu a que sectores da população, aproveitando a solenidade do dia, tenham desencadeado, por toda a cidade, um peditório, visando atenuar a situação miserável em que se encontravam. Para tal, percorriam a cidade, batiam às portas e pediam esmola, mesmo que fosse pão, visto reinar a fome pela cidade. Pediam então: "Pão por Deus". Tal tradição perpetuou-se no tempo e propagou-se a todo o país, assumindo cambiantes em cada local. Todavia, a tradição está praticamente extinta desde os anos oitenta do século passado. Actualmente, os média, pressionados e distorcidos pelo peso globalizante da cultura anglo saxónica, ignoram completamente tradições como “Pedir os santinhos” e enfiam-nos pela casa dentro e pelas cachimónia abaixo, tradições como o “Halloween”, que nada têm a ver com a nossa identidade cultural.

A TRADIÇÃO ORAL
O dia de Todos-os-Santos está registado no adagiário português, onde são conhecidas máximas como as seguintes:

- “De Todos os Santos até ao Natal, perde a padeira o cabedal.” [4]
- “Pelos Santos, novos esquecem velho.” [4]
- “Por Todos os Santos semeia trigo, colhe cardos.” [1]
- “Por Todos os Santos, a neve nos campos.” [1]

A nível de cancioneiro popular, o dia de Todos-os-Santos é uma data grata para alguns:

“Dia de Todos os Santos
É que eu comecei a mar:
Quem com Santos principia
Com Santos deve acabar.” [3]

O Peditório do “Pão por Deus” está igualmente assinalado no cancioneiro popular:

“Bolinhos, Bolinhós,
Para mim e para vós,
Pelos vossos finados
Que estão enterrados
Ao pé da vera cruz
Para sempre. Amem, Jesus.
Truz; truz; truz.” (Coimbra) [2]

LONGE VÁ O AGOIRO
Faço votos para que nas condições duras que o país atravessa, não tenham muitos que recorrer ao Peditório do “Pão por Deus”, para conseguir fazer face às dificuldades diárias numa sociedade madrasta que alguns teimam em fazer retroceder no tempo.

BIBLIOGRAFIA
[1] – DELICADO, António. Adagios portuguezes reduzidos a lugares communs / pello lecenciado Antonio Delicado, Prior da Parrochial Igreja de Nossa Senhora da charidade, termo da cidade de Euora. Officina de Domingos Lopes Rosa. Lisboa, 1651.
[2] – LEITE DE VASCONCELLOS, J. Cancioneiro Popular Português. Volume III. Acta Universitatis Conimbrigensis. Coimbra,1983.
[3] – THOMAZ PIRES, A. Cantos Populares Portugueses, vol. I. Typographia Progresso. Elvas, 1902.
[4] - ROLAND, Francisco. ADAGIOS, PROVERBIOS, RIFÃOS E ANEXINS DA LINGUA PORTUGUEZA. Tirados dos melhores Autores Nacionais, e recopilados por ordem Alfabética por F.R.I.L.E.L. Typographia Rollandiana. Lisboa, 1841.

Texto do meu Amigo, Hernâni Matos Professor retirado a viver em Estremoz.
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Dia de Todos-os-Santos e Dia de Finados Empty Re: Dia de Todos-os-Santos e Dia de Finados

Mensagem por Convidado Dom Nov 02 2014, 14:11

Dia de Todos-os-Santos e Dia de Finados Diadefinados09_zpsa7123a4c
Dia dos Finados.
Aurélia de Sousa. (1866-1922).
Óleo sobre tela.


DIA DE FINADOS
A 2 de Novembro assinala-se o Dia de Finados ou Dia dos Fiéis Defuntos. Este dia é celebrado entre nós com tristeza, pois recordam-se as pessoas de família e os amigos que já morreram. De acordo com a tradição católica, as pessoas acorrem aos cemitérios para prestar homenagem aos mortos. Para tal, deixam ramos de flores nas campas e acendem velas para iluminar os falecidos no caminho para o Paraíso, ao encontro da comunhão com Deus e oram e mandam rezar missas em sua memória. Para os católicos, o culto dos mortos é, em certo sentido, a festa da vida, já que acreditam na imortalidade da alma.
A veneração e o culto dos mortos integram as práticas de todas as religiões desde tempos imemoriais, tendo inicialmente estado ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Os mais antigos acreditavam que, tal como as sementes, os mortos eram enterrados com vista à ressurreição. Em particular, desde os primórdios do cristianismo que a oração pelos mortos é uma prática corrente entre os cristãos, crentes no Purgatório e na eficiência das preces em benefício do descanso e da purificação da alma dos defuntos, familiares ou não, sobretudo aqueles que não tenham deixado na terra quem o pudesse fazer.
A igreja Bizantina consagrou uma data destinada a estas orações, fixando-a no sábado que antecedia o último domingo antes da Páscoa, enquanto na Igreja Siríaca a celebração decorria na sexta-feira dessa mesma semana. No Ocidente a prática manifestava-se no século VII, celebrada no interior dos mosteiros, ainda que em data variável.
A veneração e culto dos mortos compreende celebrações colectivas ou individuais, tais como exéquias ou ofícios fúnebres religiosos (missas de corpo presente, do 7.° e do 30.° dia, etc.). Todavia, a primeira referencia a comemorações por intenção dos defuntos, efectuadas anualmente e em data fixa, associadas à Festa de Todos os Santos é atribuída a Santo Isidoro de Sevilha (c. 560-636) no século VII, ainda que se deva ao abade de Cluny, Santo Odilon (c. 962-c.1048), a introdução do ritual litúrgico no seu mosteiro entre 1025 e 1030, daqui irradiando a todos os mosteiros da ordem e depois à Igreja no seu todo.
O Ofício de Defuntos é difundido pelos mosteiros a partir do século XIII, embora desde os tempos apostólicos possam encontrar-se textos alusivos à oração pelas almas.
Na Igreja Católica, na celebração litúrgica do Dia de Finados, recita-se o “Oficio de defuntos” e as missas são de “Requiem”, ainda que o dia 2 de Novembro calhe a um domingo.
Em 1915, por concessão de Bento XV (1854-1922), através da bula “Incruentum Altaris” foi autorizado a todos os sacerdotes da Igreja Católica celebrarem três missas no dia dos Fiéis Defuntos. Este privilégio já havia sido concedido a Portugal, Espanha e América Latina pelo papa Benedito XIV (1675-1758) em 1748, devido à influência desse costume na Igreja de Aragão, enquanto Leão XIII (1810-1903) estende a concessão a toda a igreja, pedindo que no último domingo de Setembro todos os sacerdotes celebrem urna missa para os defuntos, extensiva aos sacerdotes falecidos.
A nível da pintura europeia, a Missa e Ofício de Defuntos ilustram códices medievais e renascentistas, onde é se observa o uso dos paramentos negros pelos clérigos e vestimentas de luto negras por parte dos fiéis. A nível de pintura do séc. XIX conhecida, observa-se igualmente o uso de vestuário negro por parte daqueles que ocorrem aos cemitério no Dia de Finados.

PÃO POR DEUS
Para além das cerimónias fúnebres religiosas relacionadas com o culto dos mortos, as comemorações do Dia de Finados abarcam igualmente expressivas celebrações alimentares características desta ocasião, representadas principalmente pelos bolos especiais, pão e frutos secos, sobretudo a castanha.
As refeições cerimoniais próprias deste dia, sob a forma de manjares, refeições ou dádivas aos defuntos ou aos mesmos consagradas através dos seus familiares vivos, são reminiscências de práticas rituais ancestrais, identificadas com o culto dos mortos.
No Dia de Finados era tradição, as crianças e os pobres pedirem de porta em porta o “pão por Deus” ou seja os manjares cerimoniais que lhes são oferecidos nesta data. Na crença popular, crianças e adultos representam as almas dos mortos que neste dia vagueiam pelo mundo, simbolizando a dádiva do “pão por Deus” a esmola que se dá por tenção dos defuntos ou uma oferenda doada às próprias almas. O povo crê que por cada bolo por eles comido, há uma alma que se livra do Purgatório.
Ainda hoje é possível ver grupos de crianças a pedir de porta em porta o “pão por Deus”, arrecadando em troca romãs, peras, maçãs, nozes, pinhões, figos, rebuçados, bolachas, pãezinhos e dinheiro que recolhem num saco destinado aos donativos.
Em Portugal, ainda são respeitadas outras crenças muito antigas, como não caçar nem pescar no Dia de Finados.

BIBLIOGRAFIA
BARROS, Jorge; COSTA, Soledade Martinho. FESTAS E TRADIÇÕES PORTUGUESAS / Novembro e Dezembro. Círculo de Leitores. Lisboa, 2003.

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