De Testemunha de Jeová ao "Malatismo" - artigo do Jornal Expresso de 5 de Abril de 2010
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De Testemunha de Jeová ao "Malatismo" - artigo do Jornal Expresso de 5 de Abril de 2010
Apesar de ser um artigo com algum tempo, achei curioso colocá-lo aqui para quem talvez não o tivesse lido. Para quem não sabe Carlos Malato é um conhecidissimo apresentador da TV portuguesa, muito apreciado pelo público. Já apresentou programas internacionalmente conhecidos, tais como "Quem quer ser Milionário" e o "Elo mais fraco," bem como diversos programas de entretenimento e de entrevistas.
Ele nunca escondeu a sua filiação no passado às Testemunhas de Jeová e sempre falou com muito respeito sobre elas e sua experiência. Nesta entrevista dada ao jornal Expresso fala um pouco sobre a sua experiência pessoal e o que o levou a sair, ainda adolescente.
De Testemunha de Jeová ao "Malatismo"
Foi aos 5 anos que José Carlos Malato começou a estudar a Bíblia. Com a mãe e a irmão tornou-se Testemunha de Jeová. Com a adolescência e o despertar da sexualidade o corpo pedia uma coisa e a mente outra. Saiu.
Foi aos 5 anos que José Carlos Malato começou a estudar a Bíblia. "A minha mãe era uma católica fervorosa. Quando se tornou Testemunha de Jeová, eu e a minha irmã fomos por 'osmose'." Estávamos nos anos 70, e a religião - então apelidada de 'seita' - era proibida pelo Estado. Malato e a família, com excepção do pai, ateu e comunista, reuniam-se na clandestinidade: "Em casas particulares, garagens e também ao ar livre." O apresentador do "Jogo Duplo" foi, durante o tempo que pertenceu à organização, um membro activo. Ou seja, fez o máximo. "O máximo de cada um é diferente e diferenciado, mas, digamos, há uma espécie de rendimento mínimo." Malato excedia-se. Cumpria com rigor todas as obrigações e saía para o campo, pelo menos uma vez por semana, para fazer discípulos. "Fi-lo com muito gosto e, modéstia à parte, com muito sucesso." Ainda hoje reconhece que coloca em prática, na sua profissão e na maneira como lida com os outros, as técnicas de comunicação que aprendeu como Testemunha de Jeová. Os valores cristãos, que o estruturaram como pessoa, mantiveram-se até agora.
As questões mais particulares deixaram de fazer sentido quando abandonou a Igreja. A sua saída teve a ver com aquilo a que chama o "peso do corpo", com a incapacidade de lidar "com as pulsões sexuais, que deveriam ser reprimidas até ao momento do casamento". Até então procurava uma explicação, um suporte bíblico para tais proibições. E sempre a encontrou. "A partir dos 17, 18 anos, o corpo pedia uma coisa e a mente outra. Era desesperante." Houve uma grande cisão interna, que não foi capaz de resolver. "As hormonas falaram mais alto. Queria viver, experimentar, voar, ainda que isso significasse a morte." Antes de "começar a pecar", optou por se afastar. "Para não lançar vitupério sobre a organização. Não podia pregar uma coisa e fazer o seu contrário. Sabia que não era suficientemente bom para estar ali." Saiu. "Foi uma espécie de suicídio espiritual. Saí crente, com tudo o que isso significa."
Actualmente, vive uma religião inventada por si. "É uma espécie de mosaico que reúne pedaços de religiosidades de várias correntes." Põe de lado o que não interessa e aproveita o resto. "Tenho uma religião que me serve como um fato. É elegante e não me aperta." Chama-lhe, a brincar, "malatismo". "Uma religião criada por mim e que tem um só seguidor, que sou eu próprio." Quer acreditar que tem alma e que ela continuará por tempos imemoriais. "Espero um dia mudar de plano sem dar por isso, como se diz daquelas pessoas que morreram durante o sono: 'Quando acordou, estava morto.' E espero também que esta seja a minha última reencarnação. Encarnar é uma seca. Estou farto!"
http://expresso.sapo.pt/de-testemunha-de-jeova-ao-malatismo=f574714
Ele nunca escondeu a sua filiação no passado às Testemunhas de Jeová e sempre falou com muito respeito sobre elas e sua experiência. Nesta entrevista dada ao jornal Expresso fala um pouco sobre a sua experiência pessoal e o que o levou a sair, ainda adolescente.
De Testemunha de Jeová ao "Malatismo"
Foi aos 5 anos que José Carlos Malato começou a estudar a Bíblia. Com a mãe e a irmão tornou-se Testemunha de Jeová. Com a adolescência e o despertar da sexualidade o corpo pedia uma coisa e a mente outra. Saiu.
Foi aos 5 anos que José Carlos Malato começou a estudar a Bíblia. "A minha mãe era uma católica fervorosa. Quando se tornou Testemunha de Jeová, eu e a minha irmã fomos por 'osmose'." Estávamos nos anos 70, e a religião - então apelidada de 'seita' - era proibida pelo Estado. Malato e a família, com excepção do pai, ateu e comunista, reuniam-se na clandestinidade: "Em casas particulares, garagens e também ao ar livre." O apresentador do "Jogo Duplo" foi, durante o tempo que pertenceu à organização, um membro activo. Ou seja, fez o máximo. "O máximo de cada um é diferente e diferenciado, mas, digamos, há uma espécie de rendimento mínimo." Malato excedia-se. Cumpria com rigor todas as obrigações e saía para o campo, pelo menos uma vez por semana, para fazer discípulos. "Fi-lo com muito gosto e, modéstia à parte, com muito sucesso." Ainda hoje reconhece que coloca em prática, na sua profissão e na maneira como lida com os outros, as técnicas de comunicação que aprendeu como Testemunha de Jeová. Os valores cristãos, que o estruturaram como pessoa, mantiveram-se até agora.
As questões mais particulares deixaram de fazer sentido quando abandonou a Igreja. A sua saída teve a ver com aquilo a que chama o "peso do corpo", com a incapacidade de lidar "com as pulsões sexuais, que deveriam ser reprimidas até ao momento do casamento". Até então procurava uma explicação, um suporte bíblico para tais proibições. E sempre a encontrou. "A partir dos 17, 18 anos, o corpo pedia uma coisa e a mente outra. Era desesperante." Houve uma grande cisão interna, que não foi capaz de resolver. "As hormonas falaram mais alto. Queria viver, experimentar, voar, ainda que isso significasse a morte." Antes de "começar a pecar", optou por se afastar. "Para não lançar vitupério sobre a organização. Não podia pregar uma coisa e fazer o seu contrário. Sabia que não era suficientemente bom para estar ali." Saiu. "Foi uma espécie de suicídio espiritual. Saí crente, com tudo o que isso significa."
Actualmente, vive uma religião inventada por si. "É uma espécie de mosaico que reúne pedaços de religiosidades de várias correntes." Põe de lado o que não interessa e aproveita o resto. "Tenho uma religião que me serve como um fato. É elegante e não me aperta." Chama-lhe, a brincar, "malatismo". "Uma religião criada por mim e que tem um só seguidor, que sou eu próprio." Quer acreditar que tem alma e que ela continuará por tempos imemoriais. "Espero um dia mudar de plano sem dar por isso, como se diz daquelas pessoas que morreram durante o sono: 'Quando acordou, estava morto.' E espero também que esta seja a minha última reencarnação. Encarnar é uma seca. Estou farto!"
http://expresso.sapo.pt/de-testemunha-de-jeova-ao-malatismo=f574714
"Não me calarei perante a perversidade de homens que se colocam como deuses entre os demais e que tentam silenciar aqueles que lhes fazem frente."
Re: De Testemunha de Jeová ao "Malatismo" - artigo do Jornal Expresso de 5 de Abril de 2010
Esta é a história de muitas pessoas que passaram pela ORG umas maís cunheçidas outros cidadões anonimos . Ficaram marcados para o resto da vida e tal como Malato ficou alguma coisa boa , prova disso é que os filhos de TJ são crianças de maior susseço escolar.
Conhecereis a internet e a internet vos libertará.
so- Sócio APVIPRE
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Localização : Norte
Re: De Testemunha de Jeová ao "Malatismo" - artigo do Jornal Expresso de 5 de Abril de 2010
TJ Curioso,
Este artigo ficava muito bem no tópico sobre Contributo para a história das TJ em Portugal.
Será que tens o original do artigo para o poder colocar lá?
De outra forma, unir este tópico com o anterior era uma ideia excelente.
IT
Este artigo ficava muito bem no tópico sobre Contributo para a história das TJ em Portugal.
Será que tens o original do artigo para o poder colocar lá?
De outra forma, unir este tópico com o anterior era uma ideia excelente.
IT
Convidado- Convidado
Re: De Testemunha de Jeová ao "Malatismo" - artigo do Jornal Expresso de 5 de Abril de 2010
Trabalhei para uma empresa inglesa no ramo das vendas , os truques usados para comvenser os clientes era tal e qual os metedos da "escola do menisterio teocratico"
Para mim isso foi uma vantagem em relação aos outros colegas de trabalho.
Para mim isso foi uma vantagem em relação aos outros colegas de trabalho.
Conhecereis a internet e a internet vos libertará.
so- Sócio APVIPRE
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Re: De Testemunha de Jeová ao "Malatismo" - artigo do Jornal Expresso de 5 de Abril de 2010
Investigando a Torre escreveu:TJ Curioso,
Este artigo ficava muito bem no tópico sobre Contributo para a história das TJ em Portugal.
Será que tens o original do artigo para o poder colocar lá?
De outra forma, unir este tópico com o anterior era uma ideia excelente.
IT
Não tenho IT. Está apenas online, conforme o link no final do artigo.
"Não me calarei perante a perversidade de homens que se colocam como deuses entre os demais e que tentam silenciar aqueles que lhes fazem frente."
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