Relatório mundial do ano de serviço de 2018

Já saiu, esta manhã, na versão inglesa do jw.org, o relatório relativo à atividade das testemunhas de Jeová a nível mundial. Com um crescimento muito pouco expressivo, em linha com o ano anterior, o interessante foi notar que a Europa está seguindo um caminho de decréscimo, se considerarmos todos os países. Sem ainda ter feito as contas, posso contudo concluir que, dos países europeus, 32 apresentaram um decréscimo ou uma estagnação (crescimento ou decréscimo de perto dos 0 %), enquanto que apenas 14 conseguiram um crescimento no número de publicadores. Portugal continental e a ilha da Madeira estão no grupo de países que conseguiu crescer, enquanto que os Açores estagnaram no número de publicadores. O número de batismos em Portugal continental aumentou em relação ao ano passado, voltando a fixar-se outra vez acima dos 1000.

Pela primeira vez, o número de congregaçoes caiu, fixando-se nas 119954 no ano de serviço de 2018, contra 120053 no ano anterior.

A Europa está a viver anos complicados no que diz respeito a números de publicadores. Falando no máximo de publicadores na Europa, e olhando para os 10 últimos anos, podemos concluir que em 2008, o máximo de publicadores era de 1,428,752. passado dez anos, este número cresceu apenas 2,0 %, para fixar-se nos 1,457,353. Ou seja, uma média de crescimento na ordem dos 0,2 % ao ano. Será que os esforços feitos pela Sociedade Torre de Vigia realmente valem a pena? Bem, na Europa, definitivamente, nem por isso.

Para além das suas "águas" que se estão a secar (lembram-se de como fazia a aplicação das águas de Apo. 17:1 a Babilónia a Grande?), a STV já não consegue esconder nem tampouco disfarçar que a sua área financeira está a passar um mau bocado e isso começou a ficar mais evidente depois do colapso do Lehman Brothers em 2008, senão vejamos:

- Fundem-se congregações pequenas e organizam-se outras para utilizarem um mesmo salão do reino para se poderem vender alguns com a explicação de que se tem que optimizar, poupar e canalizar recursos para se construírem outros salões em países com mais necessidade.
- Incentiva-se os publicadores e estudantes cada vez mais a fazerem uso das publicações em formato electrónico para se poupar na impressão.
- Orienta-se os mais novos a ensinarem e ajudarem os mais idosos a fazerem uso de tablet's.
- Enviam cartas às congregações solicitando que reduzam o pedido mensal de publicações em formato impresso.
- Dá-se a orientação nas reuniões de meio da semana para os publicadores não entregarem publicações aos moradores mas usar apenas a Bíblia e deixarem de se preocupar com o número de publicações a mencionar no relatório de serviço de campo.
- É rara a semana em que não há cartas, discursos, vídeos e estudos da sentinela a apelarem às contribuições.
- Dispensam-se pioneiros especiais (com mesada) e incentivam-nos a procurarem trabalho para se conseguirem sustentar e continuar a servir como
pioneiros regulares (sem mesada). Só em Portugal já foram dispensados cerca de 100 pioneiros especiais.
- Dispensam-se betelitas e está-se a implementar uma nova modalidade de serviço de Betel mas a partir de casa, deixando de ter encargos financeiros com esses trabalhadores.
- Foi posto na prática o arranjo para que as congregações suspendessem os seguros dos salões e enviassem todas as contribuições para o Betel ficando apenas com o necessário para as despesas correntes água, luz, etc. e quando fizesse falta alguma coisa para a manutenção dos salões, computador, aparelhagem de som etc. fosse pedido ao Betel, mas quando se pede algo, tem que se esperar e muito. Num caso que conheço já lá vão 2 anos à espera de substituição de parte do som num salão.

E tendo em conta que os números são "fabricados" pela Org, acredito que o panorama mundial é ainda pior do que eles admitem nos relatórios.