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Mensagem por mjp Qua Dez 26 2012, 21:11

Tento abrir portas... não as feches tu.

Estou pouco familiarizado com a matéria, dá-me algum tempo.
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Mensagem por Convidado Qua Dez 26 2012, 21:12

mjp escreveu:O propósito de Deus? Essa pergunta vinda de ti...
A pergunta é perfeitamente natural e insisto, qual foi o propósito de Deus ao permitir (criar) que o hermafroditismo seja uma realidade, contribuindo também nesta questão para a reprodução das espécies em causa?
Lancei esta questão para o debate/"confusão", porque a par de outros conceitos estereotipados sobre a sexualidade/reprodução, as coisas não podem ser encaradas de forma tão estanque, do tipo branco ou preto, pois existem zonas cinzentas que também têm de ser aceites como parte do todo.

Mas afinal, quando é que foi decidido e por quem que ser homossexual era "repugnante", enquanto ser hetero, mesmo que isso só sirva para a reprodução, é algo aceitável a Deus?

Se a questão se centraliza na reprodução, agora até já se pode avançar com a inseminação artificial, mas quando a Bíblia foi escrita, porque é que nunca ninguém teve a ideia de que "vamos ali fazer o servicinho" e depois cada um seguir a sua vida como bem entender. Afinal, em muitas espécies animais é assim que funciona!

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Mensagem por mjp Qua Dez 26 2012, 21:16

Investigando a Torre escreveu:
mjp escreveu:O propósito de Deus? Essa pergunta vinda de ti...
A pergunta é perfeitamente natural e insisto, qual foi o propósito de Deus ao permitir (criar) que o hermafroditismo seja uma realidade, contribuindo também nesta questão para a reprodução das espécies em causa?
Lancei esta questão para o debate/"confusão", porque a par de outros conceitos estereotipados sobre a sexualidade/reprodução, as coisas não podem ser encaradas de forma tão estanque, do tipo branco ou preto, pois existem zonas cinzentas que também têm de ser aceites como parte do todo.

Mas afinal, quando é que foi decidido e por quem que ser homossexual era "repugnante", enquanto ser hetero, mesmo que isso só sirva para a reprodução, é algo aceitável a Deus?

Se a questão se centraliza na reprodução, agora até já se pode avançar com a inseminação artificial, mas quando a Bíblia foi escrita, porque é que nunca ninguém teve a ideia de que "vamos ali fazer o servicinho" e depois cada um seguir a sua vida como bem entender. Afinal, em muitas espécies animais é assim que funciona!

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Ok, vou jantar, já volto ao assunto, tanto quanto a minha intuição o permitir.
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Mensagem por mjp Qua Dez 26 2012, 23:26

Ainda bem que utilizas a expressão "zonas cinzentas", porque de zonas cinzentas, no espectro entre o preto e o branco, nesta matéria, se trata. Mas sobre isso, voltarei mais adiante.

Não será possível, neste assunto, deixar Deus de fora da questão? Deus, ou um qualquer outro valor de natureza religiosa, social, político, económico, histórico, filosófico...?

Daí as minhas reticencias a respeito de seres tu a reintroduzir Deus numa abordagem completamente alheia a conceitos morais, sobre a naturalidade da natureza biológica da homossexualidade.

O propósito de Deus, na natureza, a esse respeito, desconheço-o.

Nunca li nada ou sequer procurei, nessa vertente, a respeito da evolução/criação e, penso que para esta abordagem, ou mesmo noutras, que não estritamente judaico-cristãs a respeito da natureza biológica da homossexualidade, esse ponto de vista é absolutamente irrelevante. A menos que, como já comentei neste tópico, queiram torcer a tal ponto as Escrituras que não haja exegese ou hermeneutica que resista. Salve-se o espírito dos textos e, talvez, se lhes possa dar a volta.

Voltemos à natureza. Se sobre os instintos sexuais dos animais (generalizando) não se discute os factos observáveis sobre essa matéria, a respeito da forma como vivem a sexualidade que lhes está inerente pelo género e pelo instinto, já no homem o caso muda de figura.

Na natureza encontramos desde animais heterossexuais(embora não exclusivamente), hermafroditas, homossexuais (embora não exclusivamente), mutantes no género sexual, e mesmo cópula entre animais de espécia diversa (que não apenas em espécies geneticamente mais próximas). As implicações na sua vida enquanto indivíduos e na sua adaptabilidade ao meio, são, por assim dizer, livres de apreciações de outra natureza, que não as estritamente biológicas.

No homem isso deixa de ser verdade. No homem, mesmo que fosse possível anular todas as implicações de ordem externa na sua naturalidade sexual e biológica, o seu mundo interior é muito mais complexo que nos animais. Daí, dessa complexidade individual, conjuntamente com as de ordem social(em sentido abrangente) emergem as tais "zonas cinzentas" a respeito da sua vivência interior e da sua relação com o meio. Aí, nessa capacidade individual (e/ou grupal) de resistir a essa influencias externas, reside o início da sua felicidade e bem estar. No entanto, não se conseguem anular completamente todas as outras influências, daí a necessidade de transmitir a mensagem que são tão normais quanto os outros, que são diferentes nesse aspecto. De acordo. Torna-se necessário trabalhar para que a sociedade se tranforme no sentido de se tornar tão integradora quanto possível a esse respeito.

Mas resolvido o problema social, estarão resolvidos os problemas individuais desses indivíduos? Viverão eles felizes, nesse mundo em que as diferenças a esse respeito são em absoluto respeitadas? Não existirão sempre sinais exteriores, diferentes na sua natureza, que os perturbarão e os farão sentir discriminados? Bastará que alguém não partilhe os seus ideais de vida, que formule uma opinião diferente, e... logo a sua ordem interna ficará ameaçada, ou sentir-se-á ameaçada. Porquê? Porque é impossivel amoralizar a sociedade. Logo, na diferença, os que se sentem e reclamam diferentes, mas iguais na dignidade, impõem uma igualdade na forma de sentir e pensar dos outros. A primeira contradição está patente.

Mas porquê esta contradição, que é a seguinte?: Respeita-me e dignifica-me porque sou diferente, mas não te atrevas a pensar diferente ou defender ordens diferentes, porque discrimino-te eu, por seres preconceituoso(diferente).

Bem, para tentar justificar esta análise racional, tentarei recorrer a intuição(que nem sempre é amiga da verdade), pelo que observo e pelo pouquíssimo que li a esse respeito.

Há quem defenda, pelo que me apercebi, que a infelicidade patente e manifestada por alguns homossexuais, não são só e exclusivamente consequência do mundo exterior. O seu mundo interior revela sinais de insatisfação, o que a ser verdade, derruba por terra a tal teoria da naturalidade do comportamento homossexual (e outros distintos da heterossexualidade) no homem.

Deixar em aberto esta possibilidade, em nada afecta a forma, em termos ciêntíficos e sociais, como a homossexualidade é encarada. Pelo contrário. Foi a demonstração evidente que certas doenças e/ou estigmas sociais nada tinham que ver, na génese ou nas consequencias com a homossexualidade, que lhes vem granjeando uma crescente aceitação. Se se pudesse demonstrar qualquer perturbação emocional, ou o contrário, uma absoluta naturalidade intrínsica no comportamento homossexual, as portas para incorporação social seriam muito mais amplas.

Afinal, lidamos sempre muito melhor com o que conhecemos, do que com realidades que são estranhas para a maioria. Impedir, ou tentar condicionar com rótulos, quaiquer contributos para um melhor conhecimento a respeito da homossexualidade, é tentar tapar algo, que só poderá levar a raciocínios menos abonatórios. a respeito seja do que for.

Cometários, são bem vindos. Todos.

Entretanto, irei tentando aprofundar, na medida das minhas possibilidades, mais algumas informações sobre este assunto. Sem Deus, sem morais, sem preconceitos.



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Mensagem por mjp Qua Dez 26 2012, 23:58

Primeiro resultado da minha pesquisa, confirma o meu ponto de vista inicial:

A Homofobia é resultado de uma deficiente afirmação sexual por parte dos heteressexuais. Ou seja, conflitos emocionais internos, mais ou menos agudos ou latentes, podem influenciar o comportamente sexual do homem, quer sejam assumidamente homo ou hetero.

A tal zona cinzenta, ganha gradações mais intensas de acordo com a forma como esses conflitos estão melhor, ou pior resolvidos no mundo emocional dos indivíduos.



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Mensagem por DoC Qui Dez 27 2012, 00:07

mjp escreveu:Primeiro resultado da minha pesquisa, confirma o meu ponto de vista inicial:

A Homofobia é resultado de uma deficiente afirmação sexual por parte dos heteressexuais. Ou seja, conflitos emocionais internos, mais ou menos agudos ou latentes, podem influenciar o comportamente sexual do homem, quer sejam assumidamente homo ou hetero.

A tal zona cinzenta, ganha gradações mais intensas de acordo com a forma como esses conflitos estão melhor, ou pior resolvidos no mundo emocional dos indivíduos.




mjp, não era preciso um estudo para saber isso.

Muitos indivíduos homofóbicos são homossexuais e a grande parte dos homossexuais sabe isso por experiência própria. O medo e a repressão externa em torno daquilo que é a sua própria sexualidade leva-os a reprimi-la não só em si mesmos como também a querer combatê-la na sociedade.
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Mensagem por mjp Qui Dez 27 2012, 00:08

Neste artigo, a biologia cerebral no comportamento homossexual.

Sem Deus, sem moral, sem preconceitos. A homossexualidade é algo natural e é uma caratcterística genética no homem.




Ciência
A diferença se vê no cérebro

Descoberto que os homossexuais são mais
parecidos com pessoas do sexo oposto


Vanessa Vieira

A discussão sobre a natureza da homossexualidade mobiliza a psicologia e outros campos da ciência. Seria ela determinada por fatores biológicos ou culturais? Até meados do século XX não havia muitas dúvidas sobre a questão. O homossexualismo era catalogado pela Organização Mundial de Saúde como distúrbio mental e a culpa quase sempre recaía sobre a educação recebida dos pais. Freud considerava a homossexualidade uma forma de retardo no desenvolvimento do indivíduo, causado por um pai ausente ou por uma mãe superprotetora. Os estudos mais recentes indicam que, embora as experiências de vida possam concorrer para que alguém se torne homossexual, os fatores biológicos, decididamente, têm um papel nesse processo. Uma pesquisa divulgada na semana passada, feita pelo Stockolm Brain Institute, do Instituto Karolinska, na Suécia, foi recebida pelo meio científico como a prova mais consistente até hoje do peso do fator biológico na homossexualidade. A conclusão da pesquisa mostra que o cérebro de pessoas homossexuais se assemelha mais ao de indivíduos do sexo oposto do que ao de heterossexuais do mesmo sexo.

Na pesquisa, noventa voluntários foram submetidos a exames de tomografia e ressonância magnética no cérebro. Os cientistas viram que tanto homens heterossexuais quanto mulheres homossexuais apresentam uma assimetria: o hemisfério cerebral direito é um pouco maior que o esquerdo. Entre homens homossexuais e mulheres heterossexuais, por outro lado, o volume dos dois hemisférios é equivalente. As imagens mais eloqüentes da pesquisa foram obtidas ao se observar as conexões das amígdalas cerebrais (veja o quadro abaixo). Homens gays e mulheres heterossexuais apresentam mais conexões neuronais na amígdala esquerda, enquanto em lésbicas e homens heterossexuais elas predominam na amígdala direita. "É provável que essas diferenças se estabeleçam ainda no útero ou muito cedo na infância", afirma a coordenadora do estudo, a sueca Ivanka Savic. A relevância da pesquisa sueca é reforçada pelo fato de as imagens terem sido captadas com o cérebro dos voluntários em repouso, ou seja, sem o estímulo de imagens sugestivas ou de tarefas mentais a ser realizadas, como ocorre na maioria dos trabalhos desse tipo.

Velerie Macon/AFP

Direitos conquistados
O ator George Takei (à esq.), o Capitão Sulu do seriado Jornada nas Estrelas, no anúncio de seu casamento com o parceiro, na semana passada, em Hollywood. A Califórnia acaba de oficializar a união entre pessoas do mesmo sexo


Estudos anteriores já haviam demonstrado similaridades entre homossexuais e heterossexuais do sexo oposto. Homens homossexuais e mulheres heterossexuais têm, estatisticamente, desempenho inferior em tarefas de orientação e navegação. Essa função é processada primariamente pelo lobo parietal direito, mais desenvolvido nos homens do que nas mulheres. Por outro lado, mulheres heterossexuais e homens homossexuais costumam sobressair nos testes verbais, o que pode ser explicado pela maior simetria dos circuitos da linguagem no cérebro feminino. Ou seja, elas utilizam os dois lados do cérebro para executar uma tarefa que os homens concentram apenas no hemisfério esquerdo. As pesquisas que chegaram a essas conclusões, no entanto, não tinham como afirmar se as diferentes formas de reagir dos cérebros homo e heterossexual se deviam a razões biológicas ou resultavam da aprendizagem. O estudo do Instituto Karolinska joga a favor da primeira alternativa.

Pesquisas que atribuem origens biológicas ao homossexualismo costumam causar controvérsia entre pessoas que se relacionam com o mesmo sexo. Parte da comunidade gay avalia que elas são positivas porque mostram que o homossexualismo é uma característica inata, tanto quanto a cor dos olhos, e, portanto, algo natural. Mas há quem entenda que essas pesquisas podem levar à conclusão de que o homossexualismo é uma anomalia, uma doença hereditária. Os que partilham dessa opinião temem que se instale a eugenia sexual, com tentativas de intervir nos embriões para prevenir o nascimento de homossexuais. Até os anos 60, os homossexuais eram submetidos a terríveis tratamentos, que incluíam de choques elétricos a transplante de testículos. Só nos anos 70 eles puderam começar a reivindicar a plena aceitação pela sociedade. Os avanços sociais conseguidos ficam claros em acontecimentos como o da semana passada na Califórnia, quando se celebraram centenas de casamentos gays, na esteira de uma lei estadual que oficializou a união entre pessoas do mesmo sexo. Entre os noivos estava até o ator George Takei, celebrizado como o Capitão Sulu do seriado Jornada nas Estrelas.

Desde a Grécia antiga se procuram explicações para o homossexualismo. Em sua obra O Banquete, escrita no século IV a.C., Platão atribui ao dramaturgo Aristófanes a narrativa que se segue. No início dos tempos, as criaturas eram duplicadas. Havia homens grudados a homens, mulheres a mulheres e homens a mulheres. Essas criaturas se voltaram contra os deuses e tentaram escalar até o céu para investir contra eles. Zeus reagiu e, para enfraquecer as criaturas, partiu-as ao meio. Desde então, cada um dos seres humanos busca sua metade. As metades andróginas se complementam num casal formado por homem e mulher. As mulheres resultantes da criatura feminina buscam outras mulheres e o mesmo acontece com os homens resultantes de uma criatura masculina. Ao comentar a situação dos homens que se apaixonam por outros homens, Aristófanes diz: "Não é por despudor que o fazem, mas por audácia, porque acolhem o que lhes é semelhante". Mais de dois mil anos depois, com menos poesia, cabe à ciência explicar o homossexualismo.

Com reportagem de Carolina Romanini

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Mensagem por mjp Qui Dez 27 2012, 00:17

Metodologias e práticas na actuação dos psicólogos face a pacientes homossexuais.


Íntegra da Resolução

RESOLUÇÃO CFP Nº 1/99

DE 23 DE MARÇO DE 1999

"Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual"



O Conselho Federal de Psicologia no uso de suas atribuições legais e regimentais,



Considerando que o psicólogo é um profissional da Saúde;



Considerando que na prática profissional, independentemente da área em que esteja atuando, o psicólogo é freqüentemente interpelado por questões ligadas à sexualidade;



Considerando que a forma como cada um vive sua sexualidade faz parte da identidade do sujeito, a qual deve ser compreendida na sua totalidade;



Considerando que a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão;



Considerando que há uma inquietação na sociedade em torno de práticas sexuais desviantes da norma estabelecida socioculturalmente;



Considerando que a Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento das questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.

Resolve:

Art. 1º - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão, notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção do bem-estar das pessoas e da humanidade.

Art. 2º - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.

Art. 3º - Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreçam patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.

Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4º - Os psicólogos não se pronunciarão e nem participarão de pronunciamentos públicos nos meios de comunicação de massa de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.

Art. 5º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º - Revogam-se todas as disposições em contrário.



Ana Mercês Bahia Bock
Conselheira-Presidente

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Mensagem por mjp Qui Dez 27 2012, 00:23

ENSAIO



Ciência1 homossexualismo e endrocrinologia2, 3, *





Leonídio Ribeiro





A inversão sexual, problema sem solução que acompanha o homem, desde os tempos mais remotos, era assunto que não podia ser tratado, em público, por ser contrário aos bons costumes e à moral.

Nos fins do século passado começou a questão a ser ventilada, à luz de argumentos científicos, para que a humanidade pudesse, afinal, beneficiar-se desses estudos, tentando corrigir defeitos e doenças tão tristes e tão deprimentes da natureza humana.

Tarnowsky, na Rússia; Havelock Ellis, na Inglaterra; Charcot, Magnan e Feré, na França; Westphal, Kraft-Ebing, Moll e Hirschfeld, na Alemanha; Lombroso, na Itália; Freud, na Áustria, foram os primeiros homens de ciência que tiveram a coragem de iniciar um movimento científico nesse sentido,4 orientando tais estudos em novos rumos e rompendo com os preconceitos de toda a sorte que impediam, até então, qualquer tentativa séria nesse sentido. Steinach, Lipschütz e Marañón5 vieram, afinal, demonstrar a importância do fator endocrinológico na explicação das diversas alterações dos caracteres sexuais do homem.

Enriquecida com tantos e tão importantes meios de trabalho, pôde constituir--se, afinal, uma ciência nova, a Sexologia, que já possui, em várias línguas, uma verdadeira biblioteca, e cujos estudos estão fadados a um desenvolvimento cada vez maior, em benefício da humanidade.

O problema da sexualidade tinha relações apenas com as glândulas genitais, variando com o seu maior ou menor desenvolvimento e dimensões, assim como em relação à regularidade de seu funcionamento. Hoje sabe-se que há outras glândulas, chamadas "parassexuais", em cuja dependência estão as funções do conjunto do sistema glandular, isto é, da fórmula endocrínica individual.

O professor Pende,6 criador da endocrinologia, afirma que o desenvolvimento sexual não é determinado pelas secreções das glândulas genitais isoladas, porque sofre a influência e é estimulado ou inibido pelo complexo hormonal geral do organismo humano. Existe uma verdadeira correlação entre as atividades de todos os órgãos de secreção interna, sem a qual não pode haver o funcionamento normal de nosso organismo.

A constituição sexual, do ponto de vista morfológico, manifesta-se pelo aparecimento de caracteres anatômicos distintos, que se dividem em primitivos e secundários. Os primeiros são as gônadas sexuais e os órgãos genitais externos, de proporções diferentes em cada indivíduo, variando com causas as mais diversas e influindo na diminuição ou aumento de sua capacidade funcional, assim como no desenvolvimento satisfatório ou insuficiente do desejo sexual.

Os caracteres sexuais secundários interessam mais de perto aos nossos estudos, visto que é por meio deles que se pode individualizar mais facilmente os tipos humanos de um e de outro sexo.

Em regra, todo o aparelho locomotor, esqueleto, articulações, tendões e músculos, são mais fortes e bem desenvolvidos no homem do que na mulher. A distribuição da gordura é também diversa nos dois sexos, do mesmo modo que os dentes, cabelos e pelos, que têm, em cada um deles, aspectos característicos. O desenvolvimento maior ou menor da laringe é que dá o timbre da voz, masculina ou feminina.



Inversão sexual e glândulas endócrinas7

Duas correntes opostas têm procurado explicar o problema da inversão sexual. A primeira atribui o homossexualismo a fenômenos de natureza psíquica, adquiridos e acidentais. Desilusões amorosas, provocadas ou agravadas por defeitos de educação, tudo favorecido por ambientes escolares, onde há separação completa dos dois sexos, durante a fase crítica da puberdade, e, mais especialmente, nos casos de filhos muito acariciados pelas mães.

Para Freud, o homossexualismo repousa na ambivalência sexual do homem. A instalação de tendências homossexuais, no decurso de seu desenvolvimento, representaria uma fuga do indivíduo do complexo de Édipo, renunciando ao próprio sexo. O abandono do ódio ao pai, determinando um reforço das aspirações femininas e passivas, seria necessário à organização social, porque esta dessexualização, por sublimação, com submissão ao pai, seria a base essencial da vida coletiva, da coesão familiar e da solidariedade social.

Há que referir também como certas causas orgânicas, como a encefalite, sífilis, meningite e traumatismos cranianos, podem provocar, em certos casos, o aparecimento de tendências homossexuais. A epilepsia, paralisia geral, mania e demência senil, são estados mórbidos que se acompanham de manifestações do mesmo gênero, sendo de notar que, às vezes, esses sintomas se apresentam sob a forma de delírios, com alucinações de formas as mais variadas, especialmente delírios de perseguição, em cuja gênese os psicanalistas fazem intervir os sentimentos de natureza homossexual recalcados no subconsciente.

A outra, mais recente, é a que afirma tratar-se de causas orgânicas, congênitas e constitucionais, procurando demonstrar, à luz de documentos objetivos e autênticos, que as glândulas endócrinas desempenham papel predominante na origem das modificações patológicas da sexualidade humana.8

Esta última tem recebido confirmações eloquentes, sobretudo depois da moderna concepção do interssexualismo, de Goldsmidt e Marañón, mostrando que cada indivíduo é, ao mesmo tempo, portador de elementos dos dois sexos, caracterizando-se, na prática, cada um deles, pela predominância de uns ou de outros, fazendo, afinal, pender a balança para um ou para outro lado. Sendo assim, não poderá existir, como não existe, nem o homem, nem a mulher ideal, com cem por cento de seu verdadeiro sexo. O que se encontra, realmente, são indivíduos com percentagens maiores ou menores conforme o afastamento seja mais acentuado para o extremo ou para o meio do tipo nitidamente interssexual.

Afranio Peixoto, referindo-se aos "estados interssexuais", expressão que não considera feliz, afirma: "O que há é mistura de mais ou menos, isto é, 'estados missexuais'. O macho bem viril e a fêmea bem materna serão 90%, mas há relações bem menos avultadas das quotas respectivas, até as aparências grosseiras do hermafroditismo ou da chamada inversão sexual. Tal noção permite compreender até aquilo que parece incongruência ou paradoxo da natureza. Por exemplo, um invertido que tem filhos e amantes, uma lésbica que tem marido e filhos, estarão na zona média dos 'missexuais', as imediações dos 50%. O gonocorismo ou diferenciação sexual, jamais será perfeito; será sempre relativo, de 1 a 99%. Entre esses extremos estão todas as criaturas".

Laignel-Lavastine, prefaciando recentemente o volume de Stanislas-Higier, declara que, em 1921, ao substituir Dupré na cátedra de doenças mentais da Faculdade de Medicina de Paris, pôde ali notar que os indivíduos mais frequentemente por ele observados estavam longe de ser do tipo masculino ou feminino total, tendo então desenvolvido a sua concepção da polarização sexual relativa, muito diversa em cada indivíduo.

Ninguém poderá mais, assim, duvidar hoje de que a homossexualidade seja um fenômeno condicionado a um estado de bissexualidade do organismo, isto é, um verdadeiro "estado interssexual".

Era noção corrente que os sexos se distinguiam um do outro por seus caracteres distintos e nítidos, havendo uma oposição em cada indivíduo, entre o masculino e o feminino, a ponto de se pensar na existência de um hormônio macho e outro fêmea, dotados de propriedades opostas. Viu-se, depois, que os dois sexos podiam existir no mesmo indivíduo, sendo que o próprio homem, que é neutro até o segundo mês de vida intrauterina, no momento de transpor a adolescência para a idade adulta, passa por um período de feminilidade mais ou menos acentuado. Do mesmo modo a mulher, no fim da vida, depois da menopausa, adquire caracteres masculinos, o que prova exuberantemente que os elementos dos dois sexos subsistem dentro de cada um de nós, em equilíbrio instável, que pode ser rompido em diversas fases de seu desenvolvimento normal ou em consequência de distúrbios mórbidos.

Marañón afirma que a homossexualidade tem uma base orgânica, ao contrário de Kraft-Ebing, que lhe dá uma origem exclusivamente psicológica, do mesmo modo que Freud, quando declara que, de modo algum, aceita a opinião de que os homossexuais possam constituir um grupo de indivíduos com características diversas dos homens normais. Afirma textualmente o endocrinologista espanhol: "Não admitimos a clássica divisão dos homossexuais em congênitos ou adquiridos. Para nós, todos eles são, ao mesmo tempo, congênitos e adquiridos. Nesta época, em que a medicina se orienta decisivamente para o constitucionalismo, é inadmissível supor que uma alteração, assim mergulhada na profundidade da psique e do instinto, como a homossexualidade, possa manifestar-se sem uma predisposição congênita". E, mais adiante, o mesmo autor acrescenta: "Podemos afirmar que dois terços, pelo menos, destes indivíduos apresentam sinais físicos de interssexualidade".9

Os resultados dos estudos realizados recentemente no Rio de Janeiro, que serão aqui pela primeira vez apresentados, confirmam integralmente, as observações do eminente mestre de Madri, cuja obra está hoje consagrada, tendo sido já traduzida para várias línguas, como um dos trabalhos clássicos que existem sobre o assunto.

O professor Pende, de Gênova, com a sua singular autoridade, afirma que não se deve concluir que a síndrome somática e psíquica dos invertidos sexuais possa estar subordinada exclusivamente a anomalias hormonais das glândulas genitais. E acrescenta: "Não devemos esquecer a intervenção, agora bem demonstrada pela clínica, de distúrbios funcionais de outras glândulas endócrinas, na gênese dos desvios sexuais. É bastante recordar, no homem, o feminismo de alguns hipopituitários adolescentes assim como a homossexualidade de jovens hipertímicos, e, na mulher, o masculinismo em casos de hiperplasia e tumores do córtex suprarrenal e do lóbulo anterior da hipófise, que podem chegar até ao verdadeiro pseudo-hermafroditismo externo. Na origem da homossexualidade, dou grande importância à hiperfunção patológica do timo, depois da puberdade, especialmente quando associada ao hipertireoidismo constitucional".

No gigantismo, nanismo e acromegalia, quando está em causa a hipófise, a impotência é a regra. A insuficiência hipofisária do tipo adiposo-genital, em adolescentes, provoca uma diminuição da capacidade genital, que é aumentada nos casos de hiperfuncionamento dessas glândulas. É até possível tornar precoce o aparecimento da puberdade por meio da injeção do lóbulo anterior da hipófise. A ação da tireóide sobre os órgãos genitais é hoje incontestável, se bem que indireta. No mixedema, a aplasia de uma se acompanha de atrofia da outra. Vidoni refere que o hipotireoidismo produz uma parada no desenvolvimento genital, com hipoplasia não só dos grandes lábios, do útero e dos ovários, como ainda dos seios e do testículo. Na acromegalia, que tem por causa um adenoma eosinófilo da hipófise, aumenta o volume do pênis e do clitóris, com atrofia dos órgãos genitais internos. A insuficiência pituitária produz hipogenesia, tendo provocado num adolescente, observado por Pende, sinais de caráter feminino. Nos casos de tumores da glândula pineal, em adultos, foi verificada a atrofia testicular, com impotência completa.

Outra glândula, cujos estudos modernos deram um papel primordial na explicação dos distúrbios de natureza sexual, é a suprarrenal, cujas funções estão na dependência de duas porções bem definidas, a medular e a cortical, cada qual com origens e funções diferentes, a primeira atuando pelo seu sistema cromafino, especialmente por intermédio da adrenalina, e a segunda com ação direta sobre o desenvolvimento dos órgãos genitais. Um grande número de observações clínicas tem mostrado a influência da hiperplasia do córtex suprarrenal sobre os caracteres viris do homem. Os autores imaginaram várias hipóteses para explicar o mecanismo desta ação virilógena da substância cortical, salientando Marañón a importância do fato da inversão sexual se manifestar somente nas mulheres que tomam o tipo viriloide, enquanto, no homem, igual alteração glandular se limita apenas a acelerar a puberdade, acentuando-se a virilidade, sem o menor sinal homossexual. Daí se concluir que a substância elaborada pelo córtex suprarrenal tem uma ação favorável sobre a virilidade, tanto num como noutro sexo. Alterações das funções sexuais aparecem nos casos de aplasia do córtex suprarrenal, com aplasia testicular, demonstrada já experimentalmente. Certos tumores da substância cortical, com hiperplasia, provocam perturbações sexuais, havendo mesmo um caso em que o doente foi levado ao homossexualismo depois do aparecimento da lesão.

Carrara e Marro mostraram que nos delinquentes contra os costumes, e nas prostitutas, há sintomas evidentes de precocidade do aparecimento dos hormônios sexuais, assim como de outros distúrbios glandulares. Landogna Cassona, em cerca de 500 criminosos das prisões da Sicília e Vidoni, em Gênova, em 400 indivíduos presos, inclusive grande número de prostitutas, chegaram a conclusões idênticas, embora trabalhando separadamente.

Dois autores argentinos, J.J. Beretervide e S. Rosenblat, num trabalho recente, muito bem documentado, apresentam o resultado de suas observações em 110 prostitutas, nas quais puderam apreciar, em maior ou menor grau, a participação hipergenital, hipopituitária, hipossuprarrenal, hipoparatiróide e hiperpancriática e eutinoides. Nesse volume, afirmam: "Una circonstancia que interesa recalcar es la que las prostitutas que confesaran tendencia homosexual presentaban manifestaciones disendócrinas evidentes, caracterisadas en algunas por la presencia de obesidad de tipo genital e hipofisário, por transtornos menstruales, acusando alteraciones ovaricas en otras por bocio oxoftalmico".10



Homossexuais estudados no Rio de Janeiro11

Foram 14312 os homossexuais por nós estudados, no Laboratório de Antropologia Criminal do Instituto de Identificação do Rio de Janeiro, sob o ponto de vista biotipológico, de colaboração com os drs. W. Berardinelli, M. Roiter, Coriolano Alves e Moraes Coutinho. Esses indivíduos foram todos detidos em casas de prostituição, algumas exclusivamente masculina, pelo Delegado dr. Dulcidio Gonçalves, a quem aqui agradecemos o valioso concurso prestado às nossas verificações.

Dos casos examinados apenas oito negaram a prática de atos de pederastia passiva, sendo 133 solteiros e 2 casados, ambos com filhos; 86 eram de cor branca, 50 mestiços e 7 pretos; 62 eram menores de 20 anos, 69 de 21 a 30, 10 de 31 a 40 e apenas 2 de mais de 40 anos. As profissões frequentemente encontradas são: trabalhos domésticos, em número de 63, sendo 25 do comércio, 10 operários, 13 alfaiates e 32 de ocupações as mais diversas.

A alteração mais importante, por nós observada, foi a hipotensão arterial, verificada em 85 indivíduos, isto é, em 60% dos casos. A distribuição dos pelos do púbis foi encontrada de tipo nitidamente feminino em 32 casos, sendo do tipo intermediário em 36, num total de 71, isto é, mais de 60% fora do tipo masculino normal, sendo que em 6 deles estavam raspados. Em 52 casos não havia absolutamente pelos no tórax, sendo apenas 3 os casos em que havia exagero dos mesmos nessa região. A bacia do tipo feminino foi observada em 20 casos, e a cintura feminina igualmente em 20 indivíduos. A ginecomastia franca só existia em 3 casos, mas era esboçada em 13 deles.

Donde se conclui que, em quase dois terços dos casos por nós estudados, havia pelo menos um sinal de desvio da normalidade somática, sendo que em 60% ficou apurada a hipotensão arterial nítida, havendo em mais de 50% uma distribuição anormal dos pelos do púbis. Tais fatos revelam indiscutivelmente distúrbios acentuados da fórmula endocrínica, especialmente em relação com as funções das glândulas suprarrenais.

Dentro de alguns momentos projetaremos na tela vários desses casos, a fim de ilustrar a nossa comunicação.13 Temos encontrado os maiores obstáculos no estudo desses indivíduos, não só pelas dificuldades materiais para retê-los por mais tempo para outras observações em nossos laboratórios, como ainda pela insuficiência de pessoal técnico para realizar tais pesquisas. Estamos, ainda assim, prosseguindo em nossas verificações no ponto de vista psicológico e em relação com os seus antecedentes criminais, cujos resultados figurarão em trabalho posterior mais completo que publicaremos sobre o assunto.14

Já iniciamos15 também o estudo por outros meios de laboratório, a fim de apurar mais intimamente os seus distúrbios endocrínicos. Assim utilizaremos a interferometria, que está sendo agora aplicada com o maior êxito no estudo de várias doenças. Do momento que se pode medir os fermentos correspondentes a cada glândula, é de supor que seja também possível calcular a atividade das próprias glândulas. As expressões hiperfunção e hipofunção seriam por esse modo fixadas em algarismos, realizando-se a endocrinometria, de consequências as mais importantes no estudo das doenças dos órgãos de secreção interna.

Zimmer, Lendel e Fehlow, depois de 1400 observações em indivíduos normais, estabeleceram uma "curva interferométrica ideal". O diagnóstico do sexo tornou-se, assim, possível no laboratório. Esses mesmos autores, em cem casos, estudando a ação fermentativa de seus soros, puderam acertar com o diagnóstico do sexo em 85% dos casos, sendo que dos 15 duvidosos, dois eram adiposos endocrínicos e um completamente estéril. Em indivíduos de sexo pouco característico, Lutz, Siegfield e Plagk, chegaram a conclusões positivas por meio desse recurso diagnóstico.

Rink cita dois casos de hermafroditismo, em que os sinais somáticos de um sexo se acompanhavam de sinais psíquicos do sexo oposto, nos quais pude, pela interferometria, chegar a um diagnóstico preciso. As conclusões desse autor são que o valor da degradação da glândula do sexo oposto, pelo soro, representa uma força motora exercendo-se sobre o desenvolvimento genital, no sentido do sexo oposto.



Terapêutica da homossexualidade16

Provado que o homossexualismo é, em grande número de casos, uma consequência de perturbações do funcionamento das glândulas de secreção interna, logo surgiu a possibilidade do seu tratamento. Era mais um problema social a ser resolvido pela medicina.

Ao pesquisador vienense Steinach coube o mérito de haver conseguido mudar o sexo dos animais. A partir de 1910, depois de castrar cobaias machos e enxertar a glândula do sexo oposto, provocou neles o aparecimento de caracteres femininos. As mesmas experiências foram repetidas, no sentido inverso, com os mesmos resultados. A masculinização ou feminilização nunca eram, porém, absolutas, porque permaneciam vários caracteres do outro sexo. Sand, Pezard, Lipschütz confirmaram o fato em outros animais.

Champy tirou dessa experiência a noção de "ambossexualidade", que definiu como "fenômenos de desenvolvimento ou de comportamento, morfológicos ou funcionais, ligados à presença das glândulas genitais ou à sua maturidade, e que são comuns a um e a outro sexo".

Esta noção modificou radicalmente a ideia até então aceita sobre o assunto, permitindo explicar certos fenômenos psicológicos, no mesmo sentido sexual que certos fenômenos morfológicos.

Verificando-se, assim, que é possível, no laboratório, não só masculinizar fêmeas e feminilizar machos, com transplantações ovarianas ou testiculares, como ainda obter, no mesmo animal, o chamado "hermafroditismo experimental", estava indicado o verdadeiro tratamento científico dos casos de inversão sexual no homem.

Lichtenstein, em 1916, operou um doente que havia perdido os dois testículos, numa lesão de guerra, apresentando sinais de castração, isto é, acúmulo de gordura, ausência de barba, assim como configuração eunucoide dos pelos pubianos, além de incapacidade sexual. Aproveitando a glândula testicular de outro doente, de 40 anos, operado de uma hérnia congênita dolorosa, com ectopia, esse cirurgião fez-lhe um enxerto, para logo na segunda semana o paciente recobrar o desejo sexual, realizando até a cópula, um mês mais tarde, e normalizando-se também o seu aspecto físico e psíquico, nove meses depois da intervenção cirúrgica. Esse especialista, em 1918, fez outra implantação do mesmo gênero, e com êxito, num homem castrado, anteriormente, em consequência de uma tuberculose testicular. Há uma interessante observação de Dartigues, de Paris, de um neuropata de 33 anos, cujas antigas tendências homossexuais foram logo melhoradas, aparecendo mesmo o desejo sexual e a vontade de casar, de dois meses depois da operação da transplantação testicular. Os enxertos ovarianos são hoje, aliás, muito comuns na prática cirúrgica, com os melhores resultados.



Homossexualismo e crime

As práticas de inversão sexual foram em todos os tempos considerados, pelas leis, um crime horrível e, por isso, punidas com as penas mais severas. Os autores do "pecado nefando", nome pelo qual esse vício era conhecido na antiguidade, chegaram a ser queimados vivos, quando não eram castrados.

A luta contra as perversões sexuais existiu durante a idade antiga e continuou nos tempos medievais. Nas legislações penais modernas poucas foram as modificações introduzidas em relação com esses indivíduos. Em alguns países civilizados, como a Inglaterra, os preconceitos são tão rigorosos, nesse sentido, que ainda hoje eles são punidos com trabalhos forçados. A primeira obra de Havelock Ellis, sobre a inversão sexual, foi mandada confiscar, por um Juiz de Londres, e o processo e condenação de Oscar Wilde constituiu, na época, um verdadeiro acontecimento na vida do povo inglês, tamanha foi a repercussão que teve em todas as suas camadas sociais. E, ainda em nossos dias, um espírito superior como o de Bernard Shaw proclama a violenta repugnância que tem pelos homossexuais, o que prova que tudo mudou na Inglaterra, menos os preconceitos contra esses pobres doentes.

Os Códigos da Suíça, da Áustria e da Alemanha ainda hoje punem a homossexualidade como um delito, em qualquer condição que seja praticado. O projeto de reforma da legislação penal da Itália, de 1927, em seu artigo 528, dizia: "aquele que, fora dos casos previstos nos artigos de 519 a 521, pratica atos de libidinagem, com pessoas do mesmo sexo, ou se presta à prática de tais atos, é punido, se do fato resultar escândalo público, com seis meses a três anos de prisão. A pena será de um a cinco anos se o culpado, sendo maior de vinte anos, praticar o ato com menor de vinte ou se o ato for praticado habitualmente ou com fim de lucro". Felizmente esse artigo não figura no Código Penal Italiano, de 1930.

No segundo Congresso Internacional de Sexologia e Reforma Sexual, reunido em 1928, em Copenhague, discutiu-se o assunto, propondo-se a suspensão desse delito, que não figura no Novo Código da Rússia Soviética.

Se bem que na Espanha não sejam também mais punidos pelo Novo Código, os homossexuais, Marañón afirma que "desgraçadamente os costumes policiais do seu país não honram a elevação do pensamento da nova legislação, infligindo penas graves e mortificações deprimentes aos homossexuais que caem nas mãos dos agentes de Polícia".

No Brasil o Código Penal, em seu artigo 266, faz referência "aos atentados contra o pudor de um ou de outro sexo, por meio de violência ou ameaças, com o fim de saciar paixões lascivas ou por depravação, com pena de um a oito anos".

O projeto recente da Comissão Legislativa é mais explícito sobre o assunto e tem mesmo um capítulo especial, com o título de Homossexualismo, cujo artigo 258 diz: "Os atos libidinosos, entre indivíduos do sexo masculino, serão reprimidos quando causarem escândalo público, impondo-se a ambos os participantes detenção de até um ano. Punir-se-á somente o sujeito ativo e a pena será a de prisão: (I) – por um a três anos, quando por violência ou ameaça grave, tiver constrangido o outro participante a tolerar o ato, ou este, por deficiência física, permanente ou transitória, acidental ou congênita, for incapaz de resistir a esta situação; (II) – por dois a seis anos, quando a vítima for menor de 14 anos, caso em que, para punição, se prescinde do escândalo público. Parágrafo único: Tratando-se de anormais, por causa patológica ou degenerativa, poderá o Juiz, baseado em perícia médica, substituir a pena por medida de segurança adequada às circunstâncias".

O Projeto constitui um passo à frente na solução do problema, pois prevê a hipótese da perícia médica, a fim de permitir ao Juiz a substituição da prisão pela internação, mostrando assim o grau de cultura de seus autores. Excluindo, porém, a homossexualidade feminina que existe, se bem que mais rara, ficaria o problema encarado por uma face unilateral. Distinguindo o indivíduo ativo do passivo, os termos propostos para a questão não estariam de acordo com as ideias hoje dominantes, explicação científica de tais anormalidades.

Kraft-Ebing, no fim do século passado, referia que a estatística criminal mostrava o fato triste de, na civilização atual, os delitos sexuais crescerem progressivamente e, em especial, os atos de deboche com menores de 14 anos. E acrescentava: "O moralista vê, nestes fatos, uma decadência de costumes gerais, e chega à conclusão de que a grande doçura dos legisladores modernos, na punição dos delitos sexuais, comparada ao rigor dos séculos passados, é, em parte, a causa desse aumento". Explicando como as novas causas de excitação da vida de hoje concorrem para forçar o aumento de tais perturbações na esfera sexual, o psiquiatra alemão chamava, desde essa época, a atenção dos juízes e legisladores para a importância da contribuição da ciência médica na explicação de atos sexuais tidos como monstruosos e paradoxais. E concluía: "Uma justiça que só aprecia o ato isolado e não o seu autor, arrisca de lesar interesses importantes não só da sociedade como do próprio indivíduo. Em nenhum terreno criminal é mais necessário do que nos delitos sexuais, que os estudos do magistrado e do médico legista se completem, porque só o exame antropoclínico do paciente pode trazer a luz".

Estes conceitos, escritos há mais de cinquenta anos, precisam ser repetidos, ainda hoje, perante os nossos mestres de Direito Penal. Eis por que de novo quero relembrá-lo aqui, para que, uma vez ainda, nós, os criminalistas brasileiros, médicos e juízes, possamos colaborar nessa obra de ciência e de humanidade, que é o estudo científico dos homossexuais.

Um magistrado inglês, nessa mesma época, ao pronunciar a sentença que condenou Oscar Wilde e Alfredo Douglas, disse, entre outras, estas palavras que ficarão como uma eterna humilhação não só para a justiça daquele grande povo como para a própria humanidade: "Nunca tive, até hoje, em toda a minha vida, que julgar uma causa tão vil como a vossa. É preciso fazer uma violência para não traduzir, numa linguagem que não quero empregar, os sentimentos que devem nascer na alma de todo homem honrado, para quem a palavra pudor não é expressão vã, depois do conhecimento das minúcias desse processo ignóbil. Eu não tenho a menor dúvida de que o Júri pronunciou uma sentença justa. É inútil que eu vos faça uma lição de moral. Os que praticam atos como os vossos perderam todo o sentimento de vergonha e nada se poderia, pois, esperar de vós. A vossa causa é a mais vil que eu já tive de julgar. Nestas condições, devo tornar a sentença a mais severa que me permite a lei que é ainda muito indulgente para os crimes da natureza dos vossos. Eu vos condeno, pois, a 2 anos de prisão, com trabalhos forçados".



Em vez de castigo, tratamento

Quer se adote a teoria psicogenética do homossexualismo, quer se aceite a razão endocrínica, em qualquer das hipóteses teremos que modificar a nossa atitude diante dessa classe de indivíduos, cada vez mais numerosa em todos os países civilizados, de tal modo que, na Alemanha, as estatísticas afirmam a existência de um invertido para cada trinta indivíduos normais. Os partidários de Freud e seus discípulos afirmam: "O castigo das perversões sexuais é injusto e não tem a menor razão de ser. É pela educação, e não pela penalidade, que se deve lutar contra elas. Os perversos sexuais são, como os criminosos neuróticos, entes hipermorais, pois suas perversões traduzem o horror ao incesto e o desejo de escapar ao conflito do Édipo".

Marañón, defensor da explicação constitucional da inversão sexual, declara textualmente: "Bloch diz que a Espanha foi das primeiras nações a suprimir dos Códigos a selvageria de punir homossexuais. Devemos nos orgulhar disso, já que se sabe que castigar um desses indivíduos não é somente uma insensatez, no campo científico, mas sobretudo uma tática inútil, sob o ponto de vista social, porque, além de desumana, é praticamente ineficaz dada a psicologia peculiar a esses infelizes. Haja vista a extraordinária recrudescência da homossexualidade na Inglaterra, depois do escandaloso processo movido contra Oscar Wilde. O invertido (acrescenta o mestre espanhol), é tão responsável pela sua anormalidade quanto um diabético de sua glicosúria".

Tem razão, pois, Afranio Peixoto, quando aconselha: "Em vez de anatematizar e fazer chover o enxofre e os raios sobre a Sodoma e a Gomorra dos vícios contra a natureza, mais inteligente será, compreendendo esse erro, tratar de corrigi-lo. Em vez da condenação, um diagnóstico e o devido tratamento".

Será mais justo e mais científico.





LEONIDIO RIBEIRO (1893-1976)
Foi médico – inicialmente cirurgião, posteriormente criminalista – professor de medicina legal, diretor do Gabinete de Identificação da Policia Civil do então Distrito Federal (década de 1930 – Rio de Janeiro) e criador, nesta mesma instituição, de um Laboratório de Antropologia Criminal.





* Conferência realizada na Sociedade Brasileira de Criminologia.
Os artigos publicados com assinatura não são de responsabilidade da redação. Revista Brasileira, como uma síntese do momento internacional, acolhe em suas páginas as mais diversas manifestações do pensamento social-político moderno, sem que isto implique, no entanto, com seu próprio ponto de vista.
1. Trata-se de uma das seções da Revista Brasileira: síntese do momento internacional, uma publicação na qual se lê, em suas primeiras páginas, um texto que, bem ao sabor da época, permite ao leitor de hoje a apreensão da linha editorial da revista, e também, pelo estilo da redação, dos ilusórios ou verdadeiros êxitos, abrangência e importância de que se vangloriam os editores. Note-se, também, as estratégias de marketing que, cremos, registra algo da história da publicidade no Brasil:
"(Revista Brasileira) é única.
Pelo seu nível cultural. Pela sua independência. Pelo valor de seus colaboradores. Pelo escolhido dos seus textos. Pelas suas descobertas nos arquivos. Pela sua perfeição técnica. Pelo seu aspecto internacional. Pela brevidade e concisão de suas informações.
Seu êxito prova.
Que a existência de uma publicação resumindo as manifestações da atividade humana é uma necessidade do momento que passa. A consagração que a Revista Brasileira recebeu do público e da crítica nacional, atestam o seu valor.
É de vosso interesse.
Tornar-se assinante desde já da Revista Brasileira, pois que está provado que nossas edições esgotam-se rapidamente.
Resumo claro, imparcial e detalhado.
Dos principais acontecimentos da vida contemporânea nacional e estrangeira.
Política estrangeira. Brasil. Economia. Finanças. História. Ciência. Variedades. Teatro. Cinema. Arte. Letras. Sociologia.
Colaborações inéditas de grandes escritores, sociólogos, políticos etc." (Nota do revisor técnico, Guilherme Gutman, doravante, NRT).
2. Fonte primária: "Homossexualismo e Endocrinologia" em Revista Brasileira – Síntese do Momento Internacional, n. 9, p. 155-168, jul-ago de 1935b. (NRT)
3. Como foi visto em nosso texto introdutório, Leonídio reapresentou este tema em muitas de suas publicações. Vale citar aqui duas delas, próximas no tempo a "Homossexualismo e Endocrinologia", que são: "O problema médico-legal do homossexualismo", publicado na Revista Jurídica – Órgão Cultural da Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, v. 3, p. 185-203, 1º semestre de 1935, e o livro Homossexualismo e Endocrinologia, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1938 – obra esta que supera em atualização, abrangência e extensão as outras duas publicações (NRT).
4. Desta primeira geração, na perspectiva de Ribeiro, de investigadores científicos do homossexualismo, o único que não é representado por alguma obra nas referências bibliográficas do livro Homossexualismo e Endocrinologia (1938) é o russo Tarnowsky. Alguns alemães são citados em traduções francesas e alguns autores, tal é o caso de Cesare Lombroso, comparecem em uma certa abundância bibliográfica. Em seu Ensaios e perfis (1954), Ribeiro presta homenagem a Lombroso, reconhecendo mais uma vez a influência deste sobre o seu trabalho teórico e institucional. Escreve ele: "Graças à influência das novas ideias lombrosianas foram criados, nas penitenciárias modernas, laboratórios e clínicas especiais para o estudo da personalidade dos delinquentes (...). Surgiram os anexos psiquiátricos das prisões e os manicômios judiciários, para observar a vida íntima dos delinquentes e explicar as suas reações antissociais pelo estudo integral da personalidade do indivíduo, do ponto de vista físico e psíquico (...). No Brasil, fui eu um dos primeiros a realizar pesquisas científicas, nos domínios da Antropologia Criminal, quando dirigi o Instituto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal"; p. 153-154. (NRT)
5. Esta segunda geração de autores é toda representada bibliograficamente em Homossexualismo e Endocrinologia (1938), com evidente destaque para Gregório Marañón, de quem constam oito obras e que, independentemente deste número de referências bibliográfica, fez o prefácio do livro e, ao longo deste, recebe inúmeras citações, nas quais Leonídio reconhece a sua filiação teórica (NRT). Novamente, em seu Ensaios e perfis (1954), Ribeiro presta seu reconhecimento a Marañón, em especial à sua "teoria da interssexualidade" (NRT).
6. Pende comparece com muitas obras em Homossexualismo e Endocrinologia (1938), e ocupa, no corpo do livro, lugar e função similares a Marañón. Assim, e como se nota no presente texto, Ribeiro se coloca na ponta contemporânea de uma sequência cronológica de pesquisadores – feita, sobretudo, daqueles que apostam em causalidades fisicalistas para o homossexualismo – ocupando, no Brasil, o lugar de relevância que cada um deles ocupa em seus respectivos países. (NRT)
7. Esta secção do artigo é repetida ipsis litteris, assim como a introdução que o precede, em "O problema médico-legal do homossexualismo" (1935), salvo pela omissão, aqui, de duas citações – uma de Marañón e outra de Kretschmer – versando, respectivamente, sobre a perspectiva de que todo sujeito carrega biologicamente características dos dois sexos e, na segunda citação suprimida, sobre a indistinção entre "perversões" de natureza endógena ou psicogênica. (NRT)
8. Após separar as "duas correntes opostas" (grosso modo, uma representando causalidades de teor sociológico ou psicogênico, e a outra, etiologia de fundo organicista) Leonídio deixa às claras a sua adesão à segunda delas. Melhor, talvez, seria notar que Leonídio se conforma a um modelo etiológico tipo "estresse-diátese", no qual a "diátese é representada principalmente pelos distúrbios de natureza endócrina e, o "estresse", por fatores de vida tais como "filhos muito acariciados pelas mães" (sic). Leonídio, em algumas obras, insiste na importância causal da atuação mãe em relação ao filho, em especial ao filho único. Por exemplo, no contexto do que chama "tratamento médico-pedagógico" do homossexualismo – capítulo de seu Homossexualismo e Endocrinologia (1938) – pode-se ler: "Em muitos casos, sobretudo quando está em jogo o filho único, em que é predominante a influência materna, a solução será o afastamento do ambiente familiar (...). É preciso suprimir os carinhos e facilidades do ambiente familiar quando se trata do 'enfant gaté' (...). Em tais casos, é inútil a internação em colégios onde haja dormitórios coletivos, sem fiscalização rigorosa, na convivência exclusiva com crianças do mesmo sexo", p. 177. (NRT)
9. L'evoluzioni della sessualita e gli intersessuali, Bologna, 1934, p. 158.
10. Glandulas endocrinas y prostitución. Buenos Aires, 1935, p. 55.
11. Nesta Secção do texto, mais uma vez, temos a repetição verbatim da seção de mesmo nome em "O problema médico-legal do homossexualismo" (1935), salvo pela omissão de uma outra passagem de Marañón, na qual este disserta sobre a importância das suprarrenais na produção de um efeito "virilizante." Como se pode depreender a partir do conteúdo deste artigo, esta subtração da citação de Marañón (bem como as outras subtrações), não corresponde em absoluto a uma menor adesão de Leonídio às ideias desses autores. (NRT)
12. Em "O problema médico-legal do homossexualismo" (1935), o número salta para 184 "homosexuais por nós estudados", e em Homossexualismo e Endocrinologia (1938) o número chega a 195. Isto, naturalmente, modifica os números parciais que se seguem ao total de sujeitos pesquisados; as conclusões, contudo, permanecem rigorosamente as mesmas. (NRT)
13. Lembramos ao leitor que este texto é a versão escrita de uma conferência, a qual, tudo indica, foi complementada por imagens dos pesquisados – talvez algumas das muitas fotos que estão presentes em Homossexualismo e Endocrinologia (1938). (NRT)
14. Tudo indica tratar-se de uma referência ao que viria a ser o já citado Homossexualismo e Endocrinologia (1938).
15. Em "O problema médico-legal do homossexualismo" (1935), este parágrafo começa com um "Iniciaremos...", o que parece contraditório com o fato de que já haveria, então, um número maior de indivíduos pesquisados do que no presente artigo. (NRT)
16. Esta seção do texto, assim como as duas outras que a sucedem, são exatamente iguais às de "O problema médico-legal do homossexualismo" (1935). (NRT)
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Mensagem por mjp Qui Dez 27 2012, 00:46

Nesta opinião revejo o desenvolvimento da síntese sobre o que penso e sinto sobre o assunto, homossexualidade:

Discriminação, nunca.

Compreensão de uma realidade complexa, sempre.

Lutar por que não se compre uma ideia sem primeiro abordá-la de todas as formas possíveis, de forma a que não sejamos preconceituosos, dá-se o nome de honestidade intelectual.

Dá trabalho. Mas compensa.

http://medico-psiquiatra.com/principal/homossexualidade.htm


A verdade não é democratizável, aceita-se ou rejeita-se. A democracia não muda a verdade, fabrica opiniões.

Em realidades complexas, como a deste tópico, mais se revela amante da verdade quem não vai com a moda, do quem quer fazer da moda uma verdade.

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Mensagem por MariaL Qui Dez 27 2012, 18:04


Por falta de interesse, deficiência de educação jeovísta e porque não tenho proximidade com pessoas homossexuais, sei muito pouco sobre este assunto, mas sempre me fez confusão aquela ideia de superioridade moral "condenamos o acto, não as pessoas". Como TJ ingénua que fui Rolling Eyes achava que entre as TJ não existiam homossexuais, porque Jeová trataria de curar esta "tendência" contrária à sua vontade. Neste patamar estão aquelas pessoasque dizem que não são racistas, não aceitam é que os seus filhos casem com negros.

Quanto àquilo que vem escrito na Bíblia, lamento que também neste assunto, como em outros, este livro seguido por milhões, contenha instruções que só contribuem para fazer deste mundo um local pior.

Sobre o estudo apresentado pelo TJ esclarecido acho que, ou é uma sátira ou um insulto ou as duas coisas.



Doc,

Já tinha comentado com alguns foristas que sentia falta da tua participação. Que bom estares de volta! Smile
A tua lógica e argumentação são sem dúvida mais valias para este fórum, independentemente das opiniões que defendes.
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 00:04

mjp escreveu:Nesta opinião revejo o desenvolvimento da síntese sobre o que penso e sinto sobre o assunto, homossexualidade:

Discriminação, nunca.

Compreensão de uma realidade complexa, sempre.

Lutar por que não se compre uma ideia sem primeiro abordá-la de todas as formas possíveis, de forma a que não sejamos preconceituosos, dá-se o nome de honestidade intelectual.

Dá trabalho. Mas compensa.

http://medico-psiquiatra.com/principal/homossexualidade.htm


A verdade não é democratizável, aceita-se ou rejeita-se. A democracia não muda a verdade, fabrica opiniões.

Em realidades complexas, como a deste tópico, mais se revela amante da verdade quem não vai com a moda, do quem quer fazer da moda uma verdade.


mjp,

Esse ensaio de Leonídio Ribeiro tem as fontes bibliográficas todas da década de 30, tirando uma ou outra. Não arranjas estudos recentes da última década tais como os que eu mostrei? Wink

Peço estudos, publicações, pois são geralmente elaborados por equipas de investigadores.

Eu estive a ler o último link que colocaste e aceito, com todo o respeito, que te revejas na opinião do Dr. Eduardo. Não podes é afirmar que não discriminas por pensar assim. Não podes achar que a homossexualidade é consequência de um desequilíbrio da natureza, um problema que causa dor aos homossexuais, e que em consequência pode e deve ser modificado e convertido à heterossexualidade sem que coles em ti próprio um rótulo de discriminador. Não podes "reclamar" de que os homossexuais, só por que alguém pensa diferente deles em relação à homossexualidade, apontam o dedo como alguém que os discrimina. Não podes estar efetivamente a ter uma opinião que discrimina e sair "ileso" sem a respetiva etiqueta. Como já o disse anteriormente, cada um tem a opinião que tem e deve ser respeitada, mas pensar diferente neste assunto é implicitamente discriminar, tal como acontece com a diferença de opinião em relação à cor de pele. Tão simples quanto isto.

O meu comentário sobre a visão do Dr. Eduardo resume-se a dois pontos:

1) a opinião do Dr. Eduardo assenta na premissa de que a homossexualidade é um problema para os homossexuais, o que é falso.

2) a opinião do Dr. Eduardo não vislumbra além do óbvio e despercebe que as mensagens que recebe de homossexuais desejando livrar-se da sua homossexualidade não são consequência em si da homossexualidade mas sim da ostracização, preconceito, discriminação imposta pela sociedade aos homossexuais, não como pessoas, mas como homossexuais. São opiniões como as do Dr. Eduardo que fazem com que os homossexuais se convençam que há algo de errado com eles quando na verdade não há.

MariaL escreveu:
Por falta de interesse, deficiência de educação jeovísta e porque não tenho proximidade com pessoas homossexuais, sei muito pouco sobre este assunto, mas sempre me fez confusão aquela ideia de superioridade moral "condenamos o acto, não as pessoas". Como TJ ingénua que fui Rolling Eyes achava que entre as TJ não existiam homossexuais, porque Jeová trataria de curar esta "tendência" contrária à sua vontade. Neste patamar estão aquelas pessoasque dizem que não são racistas, não aceitam é que os seus filhos casem com negros.

Quanto àquilo que vem escrito na Bíblia, lamento que também neste assunto, como em outros, este livro seguido por milhões, contenha instruções que só contribuem para fazer deste mundo um local pior.

Sobre o estudo apresentado pelo TJ esclarecido acho que, ou é uma sátira ou um insulto ou as duas coisas.



Doc,

Já tinha comentado com alguns foristas que sentia falta da tua participação. Que bom estares de volta! Smile
A tua lógica e argumentação são sem dúvida mais valias para este fórum, independentemente das opiniões que defendes.

MariaL,

É um bom exemplo esse que dás! Eu tenho-o feito, repetidas vezes; recorrido à diferença da cor da pele para, de forma análoga, comparar a dupla homossexualidade/heterossexualidade com a dupla preto/branco (aqui estou a esquecer a bissexualidade, assexualidade, e todos os níveis intermédios, assim como não refiro outras "raças" humanas) e fazer entender a quem lê este tópico que a discriminação está latente no tipo de comentários e opiniões que se vão vendo por aqui.

Naturalmente ninguém gosta de se sentar no assento do discriminador. Quando alguém comenta não o faz por declaradamente querer discriminar. O próprio Hitler (não estou subtilmente a tentar comparar ninguém a Hitler) não se achava discriminador; tudo o que ele fez teria uma razão acertada de ser na sua ótica. Mas afinal ele discriminou (para não dizer que odiou) ou não discriminou? Acho que ninguém neste fórum se atreve a defendê-lo, assim como ninguém neste fórum se atreve a dizer que os pretos são pretos por um desequilíbrio da natureza e que podem e devem ser convertidos a brancos, já que afinal muitos deles durante muito tempo desejaram ser brancos para não terem de sofrer a oposição que sofreram.

A homossexualidade está cada vez mais a ser compreendida e aceite tal como ela é: um aspeto natural do universo e que é como é. Ainda não há consenso sobre o que está na origem da orientação sexual (seja homo, hetero, bi, etc) mas a ciência tem dado bons passos nessa direção, longe dos preceitos e preconceitos religiosos moralistas.

Só quem vê a homossexualidade como um problema é que irá procurar uma forma de a contornar.
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 00:09

"Na turma do meu primo José que anda no 2º ano todos os alunos gostam de azul e acham o verde parolo. Há um aluno, o Pedro, que gosta do verde mas não gosta do azul.

Ora como ele é uma minoria o Pedro é gozado todos os dias pelos seus colegas por que usa verde, tem um caderno verde e pinta de verde todos os seus trabalhos da aula de desenho. Triste o Pedro chega a casa e todos os dias lamenta-se. Mas pobre Pedro, no seu coração o verde é a cor com que se identifica e isso não parece mudar; tem pesadelos, chora. Gostava de não gostar do verde e poder gostar do azul, assim não seria gozado e teria a aprovação dos seus colegas. Nada muda.

Os anos passaram e o José e o Pedro são agora colegas na faculdade. Os alunos da turma deles parecem continuar a gostar maioritariamente do azul, menos o Pedro que continua a gostar do verde. Mas curiosamente nunca em altura nenhuma os alunos daquela turma falaram sobre as cores que mais gostam.

Como já são quase adultos falam de outras coisas mais pertinentes à sua idade; a cor preferida já há muito tempo não é assunto das conversas nem lhes faz a menor diferença qual a cor de que cada um mais gosta. Compreendem que é tão normal gostar do azul como do verde ou do amarelo, etc. O Pedro já deixou de achar que gostar do verde é um problema. Descobriu até que muitos dos que diziam gostar do azul também gostavam do verde e nunca gostaram do azul.

O Pedro percebeu que o verde nunca lhe foi um problema mas sim a crueldade e imaturidade dos seus colegas de turma durante a infância que o gozavam por gostar do verde."
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Mensagem por mjp Sex Dez 28 2012, 00:17

DoC

Compreendo perfeitamente a tua posição. Penso que também acabas por compreender a minha.

Num ponto nunca nos entenderemos, valha a verdade, estranho seria que nos entendessemos, e esse ponto é o seguinte: tu tens uma certeza subjectiva que eu não tenho, não posso ter...

Mas pensa nisto: será que eu discrimino as mulheres, por elas não pensarem exactamente como eu, sentirem exactamente como eu... só porque durante milénios culturalmente elas eram encaradas como inferiores?

Responde-me com honestidade e terás aí a compreensão do meu ponto de vista.

Abraço

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Mensagem por mjp Sex Dez 28 2012, 00:21

E não te esqueças, há homens que dizem que não, mas... sim!
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Mensagem por Índigo Sex Dez 28 2012, 00:34

DoC escreveu:"Na turma do meu primo José que anda no 2º ano todos os alunos gostam de azul e acham o verde parolo. Há um aluno, o Pedro, que gosta do verde mas não gosta do azul.

Ora como ele é uma minoria o Pedro é gozado todos os dias pelos seus colegas por que usa verde, tem um caderno verde e pinta de verde todos os seus trabalhos da aula de desenho. Triste o Pedro chega a casa e todos os dias lamenta-se. Mas pobre Pedro, no seu coração o verde é a cor com que se identifica e isso não parece mudar; tem pesadelos, chora. Gostava de não gostar do verde e poder gostar do azul, assim não seria gozado e teria a aprovação dos seus colegas. Nada muda.

Os anos passaram e o José e o Pedro são agora colegas na faculdade. Os alunos da turma deles parecem continuar a gostar maioritariamente do azul, menos o Pedro que continua a gostar do verde. Mas curiosamente nunca em altura nenhuma os alunos daquela turma falaram sobre as cores que mais gostam.

Como já são quase adultos falam de outras coisas mais pertinentes à sua idade; a cor preferida já há muito tempo não é assunto das conversas nem lhes faz a menor diferença qual a cor de que cada um mais gosta. Compreendem que é tão normal gostar do azul como do verde ou do amarelo, etc. O Pedro já deixou de achar que gostar do verde é um problema. Descobriu até que muitos dos que diziam gostar do azul também gostavam do verde e nunca gostaram do azul.

O Pedro percebeu que o verde nunca lhe foi um problema mas sim a crueldade e imaturidade dos seus colegas de turma durante a infância que o gozavam por gostar do verde."

Excelente DOC. Gostei! Very Happy
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 00:50

mjp escreveu:DoC

Compreendo perfeitamente a tua posição. Penso que também acabas por compreender a minha.

Num ponto nunca nos entenderemos, valha a verdade, estranho seria que nos entendessemos, e esse ponto é o seguinte: tu tens uma certeza subjectiva que eu não tenho, não posso ter...

Mas pensa nisto: será que eu discrimino as mulheres, por elas não pensarem exactamente como eu, sentirem exactamente como eu... só porque durante milénios culturalmente elas eram encaradas como inferiores?

Responde-me com honestidade e terás aí a compreensão do meu ponto de vista.

Abraço

mjp

mjp,

Não consegui identificar a certeza subjectiva a que te referes.

Não discriminarás as mulheres só por que não pensam exatamente como tu, ou sentem exatamente como tu... ou por que durante milénios foram encaradas como inferiores.

Discriminarás as mulheres se tu, hoje, consideras as mulheres como seres inferiores.
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 00:51

mjp escreveu:E não te esqueças, há homens que dizem que não, mas... sim!

Não percebi. Dizem que não a quê?
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Mensagem por mjp Sex Dez 28 2012, 01:11

DoC escreveu:
mjp escreveu:DoC

Compreendo perfeitamente a tua posição. Penso que também acabas por compreender a minha.

Num ponto nunca nos entenderemos, valha a verdade, estranho seria que nos entendessemos, e esse ponto é o seguinte: tu tens uma certeza subjectiva que eu não tenho, não posso ter...

Mas pensa nisto: será que eu discrimino as mulheres, por elas não pensarem exactamente como eu, sentirem exactamente como eu... só porque durante milénios culturalmente elas eram encaradas como inferiores?

Responde-me com honestidade e terás aí a compreensão do meu ponto de vista.

Abraço

mjp

mjp,

Não consegui identificar a certeza subjectiva a que te referes.

Não discriminarás as mulheres só por que não pensam exatamente como tu, ou sentem exatamente como tu... ou por que durante milénios foram encaradas como inferiores.

Discriminarás as mulheres se tu, hoje, consideras as mulheres como seres inferiores.


Ora aí está, exactamente o meu ponto de vista. Eu não encaro nenhum ser humano como inferior.

Todos temos as nossas características, todos temos as nossas idiossincrasias, todos temos os nossos problemas, todos sofremos de alguma maneira, por isso.

Se eu souber que um negro, ainda sofre por sentimentos de inferioridade,(e sei que os há) irei descriminá-lo por isso? Eu direi, tão empaticamente quanto possível, talvez o teu problema seja outro?

Se eu souber que um homossexual, ainda sofre por se sentir "anormal" (e sei agora melhor, que os há), irei discriminá-lo? Ou do mesmo modo tentarei que ele se ajude nesse aspecto?

Se eu estiver a sofrer, porque uma específica mulher não me ama como eu pretendo, sentirei que sou inferior? Ou procurarei ajuda para lidar com o problema?

A tua certeza subjectiva, prende-se com o conhecimento pessoal que tens sobre o assunto, a forma como o vives...

Penso, sinceramente, é que ninguém tem o direito de apontar o dedo a alguém, acusando-o de discriminador, quando esse alguém diz francamente: esperem um pouco. Essa problemática não está devidamente, ou pelo menos, definitivamente assente.

Eu cheguei a ler na net, comentários do género:"tentar explicar a homossexualidade, já é discriminar"!

Portanto, tentar explicar os fenómenos de qualquer natureza, no homem, sejam de pele, de sexualidade, de etnias, de política, de filosófia, de religião,sei lá eu que mais, etc, etc, é já discriminar quem é alvo desse estudo.

Este argumento (que encerras no teu discurso) para mim é inaceitável, não é intelectualmente honesto.

Eu, a menos que se levante algum aspecto ainda não abordado... nada mais tenho a dizer sobre a matéria.

Abraço renovado

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Mensagem por mjp Sex Dez 28 2012, 01:17

DoC escreveu:
mjp escreveu:E não te esqueças, há homens que dizem que não, mas... sim!

Não percebi. Dizem que não a quê?



Dizem que não discriminam as mulheres, mas sim! Discriminam.

Aqui estaria um tópico que nos levaria longe... muito longe.
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 01:55

mjp escreveu:
DoC escreveu:
mjp escreveu:DoC

Compreendo perfeitamente a tua posição. Penso que também acabas por compreender a minha.

Num ponto nunca nos entenderemos, valha a verdade, estranho seria que nos entendessemos, e esse ponto é o seguinte: tu tens uma certeza subjectiva que eu não tenho, não posso ter...

Mas pensa nisto: será que eu discrimino as mulheres, por elas não pensarem exactamente como eu, sentirem exactamente como eu... só porque durante milénios culturalmente elas eram encaradas como inferiores?

Responde-me com honestidade e terás aí a compreensão do meu ponto de vista.

Abraço

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mjp,

Não consegui identificar a certeza subjectiva a que te referes.

Não discriminarás as mulheres só por que não pensam exatamente como tu, ou sentem exatamente como tu... ou por que durante milénios foram encaradas como inferiores.

Discriminarás as mulheres se tu, hoje, consideras as mulheres como seres inferiores.


Ora aí está, exactamente o meu ponto de vista. Eu não encaro nenhum ser humano como inferior.

Todos temos as nossas características, todos temos as nossas idiossincrasias, todos temos os nossos problemas, todos sofremos de alguma maneira, por isso.

Se eu souber que um negro, ainda sofre por sentimentos de inferioridade,(e sei que os há) irei descriminá-lo por isso? Eu direi, tão empaticamente quanto possível, talvez o teu problema seja outro?

Se eu souber que um homossexual, ainda sofre por se sentir "anormal" (e sei agora melhor, que os há), irei discriminá-lo? Ou do mesmo modo tentarei que ele se ajude nesse aspecto?

Se eu estiver a sofrer, porque uma específica mulher não me ama como eu pretendo, sentirei que sou inferior? Ou procurarei ajuda para lidar com o problema?

A tua certeza subjectiva, prende-se com o conhecimento pessoal que tens sobre o assunto, a forma como o vives...

Penso, sinceramente, é que ninguém tem o direito de apontar o dedo a alguém, acusando-o de discriminador, quando esse alguém diz francamente: esperem um pouco. Essa problemática não está devidamente, ou pelo menos, definitivamente assente.

Eu cheguei a ler na net, comentários do género:"tentar explicar a homossexualidade, já é discriminar"!

Portanto, tentar explicar os fenómenos de qualquer natureza, no homem, sejam de pele, de sexualidade, de etnias, de política, de filosófia, de religião,sei lá eu que mais, etc, etc, é já discriminar quem é alvo desse estudo.

Este argumento (que encerras no teu discurso) para mim é inaceitável, não é intelectualmente honesto.

Eu, a menos que se levante algum aspecto ainda não abordado... nada mais tenho a dizer sobre a matéria.

Abraço renovado

mjp




mjp,

Não quero de todo que me interpretes mal no meu discurso. Nada tenho contra ti e respeito a tua opinião. Longe de mim fazê-lo!

Se a tua opinião é de que a homossexualidade é um defeito, de alguma forma um prejuízo para os homossexuais, não consigo ver de outra forma se não como uma opinião que discrimina, por mais leve que possa ser. Desculpa-me a sinceridade, não pretendo ofender; desculpa-me se o fiz.

Esta é uma temática que me toca direta e pessoalmente, à qual sou sensível, não fico indiferente e rechaço com todos os escudos que a lógica e o empirismo me conferem.

Repara bem na linha de pensamento que manifestas neste teu último post e compara-o com todas as opiniões de terceiros que aqui colocaste. São bem diferentes! Não serei eu o único a observar claras diferenças. Todas as opiniões de terceiros que aqui postaste, colocam a homossexualidade (ela própria) como um problema, um defeito, um desequilíbrio, que causa sofrimento aos homossexuais, quando a dor que eles sentem é a dor causada pela inferiorização alheia (talvez seja isto que está a faltar ao teu pensamento e é a chave para desbloquear o conflito de opinião) tal como referes um preto sentir-se inferiorizado (pelos brancos).

Em nenhuma afirmação minha (direta ou indireta) declaro que explicar a homossexualidade é discriminar. Explicar o que faz de um indivíduo homossexual ou heterossexual, ou preto ou branco, ou alto ou baixo, ou magro ou gordo, não é de todo discriminar. Trata-se de saber o porquê das coisas e ainda bem que há pessoas a fazê-lo neste ramo da antropologia.

No outro lado da bancada, completamente diferente, está o tentar arranjar uma solução para a homossexualidade, uma terapia de cura, de conversão, como se ela fosse um problema. Isso já é, para mim, discriminar e é sobre isso que se tem falado deste há dezenas de posts atrás.

Gostava só que me indicasses, antes de te "retirares" da discussão, que argumento intelectualmente desonesto usei eu e achas inaceitável, e que me explicasses consequentemente porquê.

Um abraço! Smile
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Mensagem por mjp Sex Dez 28 2012, 02:10

Este:

"tentar explicar a homossexualidade, já é discriminar"!

Usas este argumento, com muita frequencia, ainda que inconscientemente.

Por vezes, mesmo que inconscientemente, dás a entender que a homossexualidade não tem que ser estudada ou compreendida, pois tal indica, seja qual for a conclusão, que o objecticvo é tratar ou prevenir. A isso se chama em Direito, fazer" processos sobre intenções"... não é honesto condenar alguém, ainda antes de ter infringido a norma, por muito convencidos que estejamos que o irá fazer. Percebes o perigo de tal raciocínio?

Não posso aceitar isso como ponto de chegada, antes de se ter dado a partida.
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 02:24

mjp escreveu:Este:

"tentar explicar a homossexualidade, já é discriminar"!

Usas este argumento, com muita frequencia, ainda que inconscientemente.

Mostra-me então, por favor, onde o faço (explícita ou implicitamente). Smile
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Mensagem por mjp Sex Dez 28 2012, 02:38

DoC escreveu:
mjp escreveu:Este:

"tentar explicar a homossexualidade, já é discriminar"!

Usas este argumento, com muita frequencia, ainda que inconscientemente.

Mostra-me então, por favor, onde o faço (explícita ou implicitamente). Smile

Aqui, meu amigo:
"Como já o disse anteriormente, cada um tem a opinião que tem e deve ser respeitada, mas pensar diferente neste assunto é implicitamente discriminar, tal como acontece com a diferença de opinião em relação à cor de pele. Tão simples quanto isto. "

Pensar diferente é discriminar... olha que é uma frase um pouco fundamentalista, não achas?

Tens outras, durante este debate, que repito, contigo tem sido um prazer. E eu percebo a tua necessidade de o afirmares neste contexto. Mas permite-me o reparo, que não tem a mínima intenção de magoar... nem tu me magoaste; só que perante outras plateias, este argumento não pega, seja sob que ponto de vista for.

Aqui, neste caso, a minha intenção é so ajudar-te a melhorares este aspecto na tua argumentação, tal como eu fiz, quando tu me chamaste a atenção para alguns erros meus.

Mas, estou aberto a continuar a ouvir-te. E com muito prazer.
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Mensagem por DoC Sex Dez 28 2012, 03:12

mjp escreveu:
DoC escreveu:
mjp escreveu:Este:

"tentar explicar a homossexualidade, já é discriminar"!

Usas este argumento, com muita frequencia, ainda que inconscientemente.

Mostra-me então, por favor, onde o faço (explícita ou implicitamente). Smile

Aqui, meu amigo:
"Como já o disse anteriormente, cada um tem a opinião que tem e deve ser respeitada, mas pensar diferente neste assunto é implicitamente discriminar, tal como acontece com a diferença de opinião em relação à cor de pele. Tão simples quanto isto. "

Então a que me refiro eu aqui? Smile Pensar diferente em relação a quê?

Eu julguei ter-me feito entender e dei exemplos, mas não fui bem sucedido. Vejamos então uma das minhas primeiras referências a isso:

DoC escreveu:Em conclusão e esclarecendo a minha ideia, sem tabus, aquilo que penso: pensar de forma diferente em relação à homossexualidade (como em relação à diferença de cor de pele ou raça, é discriminar (discriminação pejorativa). Se não, eclarece-me, por favor, em que medida é possível pensar diferente sem distribuir as pessoas por patamares com níveis diferentes.
O pensar diferente é em relação à posição da homossexualidade no panorama humano!

Pensamento 1) Tanto a homossexualidade como a heterossexualidade são normais e naturais, partes integrantes da biodiversidade humana.

Pensamento 2) A cor da pele, tanto a preta como a branca, são normais e naturais, partes integrantes da biodiversidade humana.

Mas existem pensamentos que divergem destes, respetivamente, e afirmei (isto sim) que quaisquer outros pensamentos divergentes do 1 e do 2 (nos respetivos foros) têm subjacente a discriminação.

Entendido até aqui? Smile O que me está a escapar?

Não me esclareceste (conforme te pedi) em que medida é possível pensar diferente sem distribuir as pessoas por patamares com níveis diferentes. Eu não vejo ser possível, mas admito que haja possibilidade e eu não a encontre, por isso te pedi o esclarecimento.

Portanto, e resumindo, nunca afirmei que tentar explicar a homossexualidade (ou explicar qualquer outro fenómeno observado) seja discriminação, nem que não se deva fazê-lo. Muito pelo contrário, eu sou a favor que se faça, não fosse eu um homem da ciência.
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