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A Deus e a César...

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Mensagem por mjp Seg maio 13 2013, 12:59





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Mensagem por mjp Seg maio 13 2013, 14:01

A expressão de Jesus Cristo, "dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César",é interpretada pela STV como uma ordem, secundada em S. Paulo, a respeito da "submissão dos cristãos aos poderes públicos, que estão lá colocados pela vontade de Deus para fazer o bem ou aplicar a pena pela infracção", como sendo um argumento final para os cristãos não se envolverem nos assuntos políticos e, nem sequer, votar.

Em minha opinião, tal interpretação é abusiva, falsa e sem fundamento bíblico ou mesmo político.

A resposta de Jesus Cristo a um enviado pelos fariseus para o apanhar em falta, de modo a poderem acusá-lo de subversão em relação a Roma, indicava tão somente que, na altura, a missão Dele não era entrar em conflito ou tentar derrubar o império Romano, ou mesmo, libertar os judeus do jugo político de Tibério Augusto e seus governadores para a província da Judeia.

Por outro lado, a exortação de S.Paulo, tinha por objectivo a manutenção da esperança dos cristãos por uma salvação que vinha de Deus e não dos homens.

O Estado evoluiu ao longo dos séculos na sua concepção e natureza político/jurídica. No mundo moderno e mais desenvolvido, quer do ponto de vista económico/financeiro, quer do ponto de vista dos direitos humanos - à excepção de algumas ditaduras políticas que ainda inundam manchas significativas do globo - os cidadãos são chamados a pronunciarem-se através do voto (mas não só), sobre o modelo de Estado que preferem, sobre quem serão os seus governos e as suas tendências políticas e económicas e, mesmo do ponto de vista da relação jurídica/administrativa, nas relações entre o Estado e os cidadãos , a tendência é forte no sentido da diminuição do “jus imperii” ( natureza jurídica da autoridade máxima e absoluta do Estado) e nivelar essa relação até ao patamar da igualdade entre o Estado e o mais humilde dos cidadãos, de forma a que essa relação jurídica seja desenvolvida ao nível da igualdade, sempre debaixo do princípio da legalidade ( princípio jurídico que aponta para a lei como sendo a expressão da autoridade democrática do Estado e ao qual , todos os agentes sociais, Estado incluído, devem estar submetidos).

Deste modo, o Estado abre as portas à participação de todos, de forma a que todos se vejam nele representados e protegidos.

Como então, fechar aos cristãos a porta a um direito que o próprio Estado lhes confere, de se pronunciarem, defenderem os seus valores, contribuírem para uma sociedade mais justa, digna e igualitária?

Como então, defender que a lei a que os cristãos devem estar submetidos, segundo Jesus Cristo e S.Paulo, é uma lei a que eles devem desobedecer de forma activa – por se negarem a cumprir certos preceitos, como o serviço cívico, ou colocando-lhe sérios entraves - ou passiva – por não participarem em colaborar com a sua visão do mundo e na defesa dos seus valores?

Defender que os cristãos não devem participar na vida pública é, isso sim, um apelo à desobediência civil, um apelo a não respeitar as “autoridades superiores lá colocadas por Deus para fazer o bem ou penalizar o infractor”, é um apelo ao cinismo e ao desinteresse pela promoção de um mundo mais justo e humanizado, é no fundo, apelar à desobediência da própria Bíblia, que advoga o não rejeitar nenhuma oportunidade concedida pelos homens para fazer o bem e através desse bem praticado, levar os homens a louvar a Deus.
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Mensagem por António Madaleno Seg maio 13 2013, 15:33

mjp e que dizer das palavras de Jesus ao afirmar que os seus discípulos não fazem parte do mundo?

E que dizer dos historiadores romanos que relatam que os primitivos cristãos não participavam dos cargos públicos e políticos, nem mesmo assumindo posições no exército?
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Mensagem por mjp Seg maio 13 2013, 16:17

TJ Curioso escreveu:mjp e que dizer das palavras de Jesus ao afirmar que os seus discípulos não fazem parte do mundo?

E que dizer dos historiadores romanos que relatam que os primitivos cristãos não participavam dos cargos públicos e políticos, nem mesmo assumindo posições no exército?


As palavras de Jesus, são naturalmente, para serem entendidas, no contexto do mundo da época. Repara que o mundo romano, era do ponto de vista religioso avesso ao cristianismo, que proclamava um Deus único o que colidia com a própria posição de César que era visto como um deus. Do ponto de vista da moral, então... nem preciso, no teu caso, de acrescentar mais palavras. Era um mundo antagónico ao espírito cristão!

No segundo aspecto, claro que não aceitavam cargos públicos! Ver-se-iam na contingência de cumprir ordens de perseguição aos seus próprios irmãos em Cristo! Fossem eles empossados como militares, políticos civis, ou mesmo administrativos que, de uma forma ou de outra, conhecidos como sendo cristãos, poderiam ser "pressionados" (e de que maneira, certo?) a denunciar os lugares onde se reuniam...

Era um mundo e uma época em que os cristãos, para sobreviverem e pregarem a palavra tinham de ser discretos. Ter um cargo público no Império Romano era o oposto da discrição... para além das festas e das orgias bem conhecidas por todos, a que era difícil declinar um convite tão "honroso"!

Em resumo: uma coisa era o mundo da altura, em todos os sentidos, outra é o mundo de hoje, em que até pode ser importante um cristão assumir responsabilidades públicas, para em nome da lei e em nome dos valores e da fé cristã, defender os seus próprios irmãos. Como já uma vez aqui comentei... os cristãos não são mártires porque querem... ou porque isso é que prova a sua verdadeira fé! Os cristãos só são mártires quando não têm alternativa!
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Mensagem por António Madaleno Seg maio 13 2013, 16:24

mjp escreveu:As palavras de Jesus, são naturalmente, para serem entendidas, no contexto do mundo da época. Repara que o mundo romano, era do ponto de vista religioso avesso ao cristianismo, que proclamava um Deus único o que colidia com a própria posição de César que era visto como um deus. Do ponto de vista da moral, então... nem preciso, no teu caso, de acrescentar mais palavras. Era um mundo antagónico ao espírito cristão!

No segundo aspecto, claro que não aceitavam cargos públicos! Ver-se-iam na contingência de cumprir ordens de perseguição aos seus próprios irmãos em Cristo! Fossem eles empossados como militares, políticos civis, ou mesmo administrativos que, de uma forma ou de outra, conhecidos como sendo cristãos, poderiam ser "pressionados" (e de que maneira, certo?) a denunciar os lugares onde se reuniam...

Gostei da explicação! Lembrei-me apenas de mais um pequeno pormenor...

A questão da adoração ao imperador. Para um cristão, assim como para um judeu, era impensável prestar culto ao imperador. Isso era algo comum entre os romanos e sem dúvida entre aqueles que assumiam cargos públicos deveriam fazê-lo como forma de demonstrar a sua lealdade a César.

Se um cristão assumisse naquele tempo um cargo público ou militar, para além de violar à partida princípios de neutralidade com respeito a diversas atitudes que seria obrigado a tomar, teria certamente de se envolver naquilo que mencionastes e por fim, praticar a idolatria.
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Mensagem por mjp Seg maio 13 2013, 16:38

TJ Curioso escreveu:
Gostei da explicação! Lembrei-me apenas de mais um pequeno pormenor...

A questão da adoração ao imperador. Para um cristão, assim como para um judeu, era impensável prestar culto ao imperador. Isso era algo comum entre os romanos e sem dúvida entre aqueles que assumiam cargos públicos deveriam fazê-lo como forma de demonstrar a sua lealdade a César.

Se um cristão assumisse naquele tempo um cargo público ou militar, para além de violar à partida princípios de neutralidade com respeito a diversas atitudes que seria obrigado a tomar, teria certamente de se envolver naquilo que mencionastes e por fim, praticar a idolatria.


E lembraste-te muito bem! Não era um pormenor! Era um "pormaior"! Tudo isso e muito mais, demonstrava que Jesus Cristo sabia muito bem o que dizia quando fez tal recomendação. Nem parte do mundo, como meio de salvação através de uma potência político/militar, com um deus imperador à cabeça, nem parte do mundo do ponto de vista espiritual e das regras da ética e moral cristãs.

Mas o mundo evoluiu... o Estado também... e, interessantemente, para quem gosta de meter o nariz nestes assuntos, evoluiu em função dos princípios da dignidade e da igualdade humana inspirados nos valores e nos princípios pregados (entre outros, não menos importantes, mas de cariz mais espiritual, ou mesmo de cariz estritamente espiritual) por Jesus Cristo. E evoluiu também, no sentido da liberdade individual, que tem conferido ao indivíduo um papel de actor activo na cena política, sem que isso colida com a sua consciência cristã, ou ponha em risco a vida, o bem estar e a espiritualidade dos seus irmãos.

Claro, que a motivação de um cristão ao assumir uma responsabilidade pública, ou mesmo num simples acto de voto, deve ser a de servir... mas isso seria outra conversa.

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