Imagina ....

Imagina ...
 
Imagina que estamos casados, oficialmente e de papel passado.

Imagina que o nosso namoro foi idílico e te cerquei de carinho; e te enchi a cabeça de promessas grandiosas e juras de amor eterno; imagina que assim que nos casámos eu passei a agir como se tu fosses propriedade minha.

Imagina que te imponho imensas tarefas domésticas, e que me certifico que nunca tens tempo para ti ou para fazeres as coisas que te dão satisfação e te realizem e que te encho de sentimentos de culpa se fizeres algo que não seja para o meu benefício.

Imagina que te digo que mais ninguém te ama senão eu, e que tens imensa sorte por eu ter tido pena de ti, porque tu no fundo não prestas, e nada do que tu fazes é ou alguma vez será suficiente. Imagina que te convenço de que que todas as outras pessoas que te dizem que te querem bem são mentirosas e interesseiras e apenas eu zelo pelo teu bem-estar.

Imagina que te ameacei que se me falhares eu te irei pôr as malas á porta e tu vais viver na rua e terás de te arrastar na lama aos meus pés para que eu talvez te deixe entrar em casa outra vez; mas que eu nunca te falharei, porque eu tenho sempre razão, e tu não.

Imagina que te disse que Deus me faz saber coisas que mais ninguém sabe e que interpreto a sua Palavra como mais ninguém pode, e que apenas eu sou suficientemente competente para traduzir os seus pensamentos do modo como Ele sempre intencionou.

Imagina que eu erro bastantes vezes, e que até já te anunciei umas cinco ou seis vezes uma data para o fim deste mundo, mas isso não se veio a concretizar; e que mudei de opinião várias vezes sobre coisas que te tinha dito que eram verdades absolutas; e que te culpei pelos meus erros.

Imagina que eu estabeleço regras inconsistentes, que se aplicam a ti, mas não se aplicam a mim, porque eu sou excepcional, mas que, se tu as quebrares, deixo de falar contigo até que eu decida se o teu arrependimento é suficiente; imagina que te imponho a austeridade como regra, mas que a mim próprio não me nego nenhum conforto.

Imagina que te exijo que me contes sempre a verdade e me confesses todos os teus segredos; ao passo que eu te escondo a verdade e oculto de ti os meus segredos, porque tu só poderás saber o que eu quiser que tu saibas.

Imagina que te obrigo a construir uma casa com o teu dinheiro, e depois te obrigo a fazer a escritura apenas em meu nome, e depois te cobro uma renda para o resto da tua vida para poderes viver nessa casa; e que poderei vender a casa quando me apetecer, sem te dar satisfações, e ficar com todo o dinheiro, e obrigar-te a mudar para a casa de outras pessoas contra a tua vontade.

Imagina que toda a vida vou viver ás tuas custas; e que quando envelheceres, adoeceres ou empobreceres não vou cuidar de ti.

Imagina que tenho vinte amigos e amigas e que sei que dois desses são molestadores sexuais de crianças, mas não partilhei essa informação contigo, nem mesmo para proteger os teus filhos; e que te proibi de contares isso a alguém.

Imagina que me apoderei de dinheiro teu para pagar aos advogados de defesa desses amigos, para se defenderem em tribunal de acusações que eu sei que são verdadeiras.

Depois imagina que te avisei vez após vez para não dares ouvidos a quem fala mal de mim, e que te ralhei vezes sem conta para que nunca parasses para pensar se o que eu faço está certo ou errado, ou sequer se gostas de mim.  

Imagina que te ameacei com espancamentos e morte caso me rejeitasses.

Imagina que pedi todos os teus amigos que me mantenham a par de tudo o que tu dizes e fazes quando eu não estou a ver e que me certifiquei que tu sabias disso.

Imagina que no dia em que me desagradares eu vou te difamar junto dos teus familiares, amigos, colegas e vizinhos e lhes direi que tu és má pessoa e que pactuas com o Diabo.

Imagina que eu te garanti que o nosso casamento será perfeito e o nosso futuro será dourado uma vez que todos os nossos vizinhos e suas famílias tiverem sido brutalmente assassinados.

Imagina que sempre que sentires incómodo com a nossa relação eu te direi que não faças nada, que tenhas paciência, que apenas mais um pouco e as coisas irão melhorar; que vivas da lembrança de como foi o nosso amor no começo.

Aceitarias o nosso amor?

Muito bom Endone

Eu acho que aceitei o teu amor numa altura em que era menor de idade e agora, não há divórcio possivel

E eu nem quero imaginar, a quantidade de mulheres que estão sujeitas a este tipo de atitude por parte do marido ou companheiro delas, que inclusivé continua a dizer, que a ama. Infelizmente este cenário não constitui somente uma imaginação, mas é bem real! E estes cenários, também não acontecem somente no mundo das TJ, mas em todas as religiões, países e classes sociais.
A humanidade está perversa! Cada vez mais existem pessoas egocêntricas e narcisistas.

Kristy123 escreveu:E eu nem quero imaginar, a quantidade de mulheres que estão sujeitas a este tipo de atitude por parte do marido ou companheiro delas, que inclusivé continua a dizer, que a ama. Infelizmente este cenário não constitui somente uma imaginação, mas é bem real! E estes cenários, também não acontecem somente no mundo das TJ, mas em todas as religiões, países e classes sociais.
A humanidade está perversa! Cada vez mais existem pessoas egocêntricas e narcisistas.
 

Estamos no fim do mundo!

Como está bom de ver, eu escrevi acerca de relação entre uma TJ e a Organização, como se de uma relação conjugal abusiva se tratasse. Neste texto, a Organização é o cônjuge abusivo e narcisista que manipula e espezinha a Testemunha de Jeová que se torna refém desta relação abusiva.

O "namoro" é a fase do estudo bíblico. O "casamento" dá-se com o baptismo .... e por aí adiante.

Eden

Pois é. É isso mesmo. E a orga. pensa que está a fazer muito bem e não olha aos meios para atingir o fim.
Tal e qual, como nas relações humanas.