Hebreus 11:16 - Esperança celestial para os pré-cristãos?

Estou com dificuldade em encontrar uma explicação TJ que demonstre que em Hebreus 11:16 não é apresentada a esperança celestial para todos os homens de fé listados no capítulo.
Nunca tinha lido este texto nesta perspetiva. Que me dizem?

Lemos:

"Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade." (João Ferreira de Almeida Atualizada)

ou (TNM):

13  Todos esses morreram com fé, embora não recebessem as coisas prometidas;+ mas as viram de longe+ e as aceitaram com alegria, e declararam publicamente que eram estrangeiros e residentes temporários naquela terra. 14  Os que falam assim demonstram que buscam seriamente um lugar para si mesmos. 15  Contudo, se eles continuassem se lembrando do lugar de onde tinham saído,+ teriam tido a oportunidade de voltar. 16  Mas o fato é que tais pessoas procuram alcançar um lugar melhor, isto é, um lugar que pertence ao céu. Portanto, Deus não se envergonha delas, de ser chamado seu Deus,+ pois preparou para elas uma cidade.+

A Sentinela de 2008 p.32  coloca da seguinte forma:

11:10, 13-16 — Que “cidade” Abraão aguardava? Não era uma cidade literal, mas simbólica. Ele aguardava a “Jerusalém celestial”, composta de Cristo Jesus e seus 144 mil co-regentes. Esses co-regentes na sua glória celestial são chamados também de “cidade santa, Nova Jerusalém”. (Heb. 12:22; Rev. 14:1; 21:2) Abraão aguardava viver sob o governo do Reino de Deus.

Segundo a perspectiva tejoteana apresentada no trecho acima, os cristãos não precisam ir para o céu. A questão não é estar em algum lugar, mas fazer parte de um arranjo. Em outra passagem Jesus é descrito como a pedra angular, ou seja, a pedra de sustentação de uma obra ou estrutura. Veja que Jesus não é estrutura em sentido literal. Isso é só uma metáfora da construção da congregação celestial. Mais uma vez,  sob a ótica tj os que comporão essa congregação são na verdade componentes do Reino de Deus, a cidade tão aguardada pelos patriarcas.

Pode-se resumir duma forma simples a interpretação das TJs que nega a esperança celestial aos fiéis que viveram nos tempos pré-cristãos com base no seguinte:
A perspectiva duma vida celestial foi apresentada pela primeira vez aos apóstolos de Jesus na última ceia de 14 de Nisã de 33 EC.
As TJs ensinam que depois da celebração da Páscoa, Jesus convida Judas a sair da mesa e ficando com os outros 11 apóstolos institui a comemoração da sua morte e celebra o "pacto para um reino" no qual esses 11 apóstolos participariam ao reinar com Jesus nos céus.
Os 144 mil vieram por acréscimo e faz parte da interpretação da selagem mencionada no Apocalipse 7:4

Primeiro é preciso recordar que a epístola de Hebreus não foi escrita por Paulo, mas possivelmente por um dos seus discípulos de uma geração posterior á sua morte.

Depois, o autor de Hebreus procura demonstrar que o Cristianismo é o sucessor natural do Judaísmo; que na realidade todo o Judaísmo era uma "sombra" precursora do Cristo. na realidade, o Cristianismo Paulino roubou o Judaísmo da sua relação especial com Deus, e apoderou-se do seu "pedigree" e dos seus heróis - como Abraão - e deu-lhes uma intenção cristã que na realidade nunca imaginaram ter e nunca tiveram.

Para se ter uma ideia do absurdo do argumentário de Hebreus, podemos ilustrar assim: Imaginem que, olhando para o manto real vermelho de Dom João II retratado aqui, eu escrevia um artigo argumentando que o Benfica é certamente a melhor equipa, porque já o Dom João II era um proto-adepto, visto que se vestia de vermelho, prefigurando a futura grandeza do clube.



É exactamente o tipo de argumento absurdo (embora escrito com muito mais sofisticação) que o autor de Hebreus usou para sequestrar a história do Judaísmo e fazer dela mera subsidiária do Cristianismo.

Eden

O que é que a esperança celestial tem a haver com o Benfica?  

Eu julgo, que os Judeus também acreditam numa esperança celestial
(estou desconfiada que são do Sporting)  

Já agora pergunto a todos: De todas as crenças religiosoas conhecidas e existentes, quantas existem, que acreditam unica e exclusivamente em uma esperança terrena, na qual é excluida por completo a esperança celestial?

É que eu pessoalmente, só conheço uma, que é a das TJ !!!

E eu não encontro em lado nenhum, indícios que me levam a crer que Jesus disse que haveriam duas classes destintas que estariam em lugares diferentes ou separados um dos outros ou que houvesse alguma diferenciação entre as pessoas que são mais merecedoras que outras de “entrar no céu” e outras estarem impedidas de entrar. Para mim é um completo absurdo.

Somente uma religião “anti-cristã”, teria coragem de incutir às pessoas a filosifia de uns “somente na terra” e outros “somente no céu”, o que a meu vêr é muito grave, porque vai completamente contra os ensinamentos de Jesus. Penso que o objectivo´principal é mesmo a união e a igualdade, tanto em lugar e posição. A meu ver, não haverá mais diferenciação entre a “terra” e o “céu”.

Com certeza, que haverá sempre seres humanos mais “iluminados” – “sábios” e “santos” que outros, que serão os “escolhidos”, dependendo da grandeza da alma delas (quanto mais luz na alma, mais perto da fonte de luz.... e quanto mais escuridão na alma, mais perto da ausência de luz e mais longe da fonte de luz). Havendo uma ressurreição, todos terão a mesma oportunidade, assim como reza a histório “....tanto an terra, como no céu”.

E Judas foi um dos discipulos mais importantes de maxima confiança de Jesus.


Kristy123

Na verdade não podemos afirmar categoricamente que o livro de Hebreus não foi escrito por Paulo. Também nem podemos afirmar que foi, mas parece que os eruditos na sua maioria preferem creditar o escrito a Paulo. Se observarmos parece que a crença celestial foi apresentada no novo testamento como algo novo, indicando-se assim que essa não era a esperança comum dos hebreus. Com relação às profecias em tipos, nao vejo nenhum problema, pois em Gênesis a primeira profecia foi dada em metáfora de algo que aconteceria milhares de anos depois. A interpretação a base de tipos era algo comum.