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Terraço Gourmet em Betel

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Terraço Gourmet em Betel Empty Terraço Gourmet em Betel

Mensagem por AQ-Regis Ter Jun 12 2018, 22:36

Esta contou-me o amigo de uma amiga de um conhecido de um tio da avó de um parente do professor da filha de um primo de um ex-betelita.
Mentira!
Eu soube de primeira mão. E apesar de rirmos muito ao trocarmos nossas experiências de outrora, em Betel, esse irmão me fez questão de esclarecer que o ocorrido na época lhe deixou muito triste e abalado com o “Lar”.
Mas, sob a licença desse amigo, vou deixar de lado o drama e narrarei no mais pleno sarcasmo que merecem as histórias de Betel.
Bem, a esse irmão havia sido recentemente designado um quarto com sacada (ou, como chamam os agentes imobiliários aqui no Brasil, loucos pra nos venderem qualquer coisa: terraço gourmet.) Estes quartos com sacadas, desculpem, “terraços gourmet”, eram verdadeiros bezerros de ouro de Betel: seriam disputados a tapa se isso não fosse incorrer no pecado da ira.  Morrer a rir
Pois bem, esse irmão recebeu seu tão sonhado apartamento, o mobiliou com os móveis que já tinha (pois vinha de outro quarto) e ali começou a dedicar-se às suas atividades cristãs (e outras nem tanto, como por exemplo, quando seu companheiro de quarto não estava e ele se dedicava ao prazer solitário vez ou outra. Com certa frequência. Bem, muuuuitas vezes , na verdade...)  Silêncio  
Mas quando esse irmão ia à sua sacada – ops! terraço gourmet! – ele sentia falta de algo. O vazio do espaço ali lhe fazia sentir-se melancólico. Já havia plantado gerânios na floreira, que estavam ainda pequenos, mas, sim, faltava algo. Comentou com seu companheiro de quarto que lhe deu o beabá do paraíso: “Se você gosta tanto de ficar lá, põe uma cadeira, pois!”
Sua mente efervesceu! Mil projetos lhe passaram pela cabeça. Já se via sentado numa poltrona tomando vinho... Não, vinho não. Era betelita. Não podia dar mau exemplo... Tomando um suco, comendo fondue de queijo, sentado em uma confortável poltrona de jardim, cercado por amigos fiéis e sinceros, todos  juntos a usufruírem de tal espaço prazenteiro, enquanto ouviam cânticos do reino.  
Rapou seus cofrinhos, juntou suas moedinhas, pediu dinheiro à mãe e enfim, dirigiu-se todo pomposo, como quem carrega consigo uma pequena fortuna, à Tok Stok, loja de descolados, fashionistas de plantão e gente que não tem mais o que fazer. Tipo uma Ikea, porém elevada ao status de loja chique.
Foi direto para a seção de móveis para áreas externas e escolheu duas poltronas de vime, uma mesa de centro, luminária de canto, tapete de sisal e outras cositas más. Ah, e um aparelho de fondue em inox. Gastou todo seu dinheiro, mas estava feliz. Os móveis seriam entregues na mesma semana.
Chegaram no dia combinado e esse meu amigo betelita, todo contente, dispôs suas compras na sacada – desculpem mais uma vez – no terraço gourmet, chamou os amigos e fez a inauguração do espaço, “o mais bonito terraço gourmet de Betel”, segundo alguns que ali foram atrás de comida e bebida grátis. Algo típoico em Betel.
Passou um tempo e meu amigo estava satisfeito com sua sac... seu terraço gourmet.
Certo sábado à tarde, após haver concluído suas obrigações sagradas em Betel, estava esse irmão zelosamente limpando sua sacada, cortando alguns galhinhos agora inflorescentes dos gerânios, arrastando móveis aqui, levando outros para acolá, jogando água pra todo lado, quando percebeu que um irmão, já meio idoso, o olhava com interesse lá de baixo, passando pela alameda que separava os prédios. Ao reconhecer o membro da comissão de filial a observá-lo, esse irmão rapidamente lhe acenou carinhosamente e – surpresa das surpresas! – teve seu aceno retribuído pelo ancião, que então continuou seu caminho, de mãos dadas com sua também velhinha esposa.
Meu amigo estava em êxtase! Havia sido visto limpando com zelo seu cantinho de Betel, seu cantinho do paraíso, por um membro da comissão de filial. Que sorte a dele! Com certeza o ancião havia notado o empenho, o amor com que o irmão tratava seu lugar em Betel. Estava com o dia ganho. Quem sabe poderia agora até cumprimentar diariamente o tal ancião, pois havia sido reconhecido como alguém que zela pela Casa de Deus. Havia subido de patamar no quesito respeito. Quase não dormiu naquela noite e no domingo, durante a pregação de casa em casa, só faltava beijar os moradores com quem falava, ou cantar musiquinhas da Disney, tamanha era sua alegria.
Na segunda-feira pela manhã, seu encarregado, no setor onde trabalhava, lhe comunicou que fora convocado ao escritório do lar, adivinha por quem? Sim! Pelo irmão que o havia visto limpando a sacada. O terraço, enfim. Deveria ir logo após o almoço.
Estava exultante! Receberia um elogio pessoalmente do ancião. Era o reconhecimento por seus esforços. Seu dinheiro fora bem gasto, com itens que elevariam sua espiritualidade.
Limpeza, assiduidade e pureza acima de tudo! – seria seu lema. Cuidar do seu espaço em Betel – que todos sabiam ser um pedaço do paraíso neste mundo – seria agora um hábito. E incentivaria outros a fazê-lo. Já imaginava sacadas floridas e decoradas por todo o Betel. Espalharia sua mensagem tão logo fosse possível. Reuniria seus amigos em sua sacada... terraço no mesmo dia e lhes daria incentivos – verbais, claro, pois estava sem um tostão – para decorarem seus espaços recebidos tão amorosamente.
Tinha tomado uma decisão: iria convidar o ancião e sua esposa para um brunch no próximo sábado, agora que seriam amigos íntimos.
Vestiu seu melhor terno e após o almoço dirigiu-se apressadamente ao escritório do dito ancião.
Após bater, entrou todo sorridente e encontrou uma cara fechada, sisuda.
“Deve estar muito ocupado. Por isso está sério. Mas o importante é que apesar disso, tirou uns minutos do seu dia para me elogiar.” – pensou o irmão.
Sentou de frente a mesa do ancião, todo empertigado. Quem sabe seria designado para outro cargo, de maior responsabilidade em Betel? Talvez ser convidado para sentar-se à mesa do ancião membro da comissão de filial nas refeições diárias (oh! haveria privilégio maior?) Ou, quem sabe ainda, ser designado para representar Betel em congressos, onde seria destacada sua pureza e cuidado ternos com a casa de Deus? Será que ainda haveria lugar entre os 144 mil? Sim, pois como membro do Corpo Governante, ele poderia tornar os betéis pelo mundo mais bem decorados, ainda mais limpos, ainda mais puros, cheios de sacadas - aham, de terraços gourmet - onde os irmãos se reuniriam para agradáveis reuniões de estímulo ao desenvolvimento da espiritualidade.

“... demonstrando, além disso, muito falta de respeito do irmão para com as irmãs que fazem o serviço de limpeza dos nossos quartos. Onde está a consideração do irmão? Imagine se a nossa irmãzinha que faz a arrumação do seu quarto o visse limpando a sua sacada, não ficaria ela sentindo-se triste por pensar que o irmão acha que ela não faz o trabalho dela direito e o irmão tem que refazê-lo?” – dizia o ancião num momento em que meu amigo acordou abruptamente de seus devaneios.

“Como assim? – pensou e falou, rapidamente, meio ofegante:
– Não irmão. Eu só estava limpando porque comprei uns móveis pro terraço e...
– O irmão colocou mais móveis na sacada, sabendo que isso aumentaria o trabalho das irmãos da arrumação? – perguntou.. Não! Afirmou o ancião.
Meu amigo agora estava desesperado. Olhando pela janela, viu sua vaga no Corpo Governante voando pra longe. Pros céus... O ancião continuou:
– Nesses dias atuais, irmão, precisamos estar atentos a nossa conduta e em como ela interfere na vida e na fé de nossos irmãos. O que é mais valioso pro irmão, o bem estar espiritual ou móveis que podem virar cinzas de uma hora pra outra? Não estariam esses móveis, essas coisas materiais tirando do irmão o tempo valioso que poderia estar sendo empregado na pregação, em ajudar nosso próximo a aceitar a verdade? O irmão estava num sábado à tarde, empenhado com coisas materiais, quando poderia estar auxiliando em sua congregação a qual foi designado.
O irmão, meu amigo, não conseguiu abrir a boca. Encolhido cada vez mais na cadeira, a cada sentença do ancião, só conseguiu fazer algum gesto quando foi dispensado para voltar ao seu posto de trabalho. E pensam que foi tudo? Nãããão! O irmão estava na porta quando o ancião concluiu:
– E por que o irmão está de terno? Agora terá que voltar para seu quarto, trocar de roupa e ir para seu departamento, perdendo precioso tempo de serviço pra Jeová. Lembre-se: Betel é mantido pelas contribuições voluntárias de nossos irmãos trabalhadores em todo o país. Dê valor a essas contriuições executando seu trabalho sem atrasos ou faltas, irmão!
Nem preciso dizer que meu amigo trabalhou lindamente de terno a tarde toda, em seu setor, cheio de graxa e sujeira, em meio a chacota dos colegas.
Poucos dias depois, esse ancião usou a mesmíssima situação para ilustrar negativamente o apego a coisas materiais, narrando-a no café da manhã em Betel, para toda a família, omitindo apenas o nome do irmão, claro. E obviamente, TODOS em Betel sabiam de quem se tratava.
Após isso acabaram as reuniões no terraço gourmet, que foi reduzido à sacada mesmo. Os gerânios da floreira viraram um matagal.
Meu amigo, que já não tinha uma auto estima muito elevada, perdeu-se em pensamentos depressivos e acabou por sair de Betel poucos meses depois, sob a desculpa (usada com muita frequência) de que ia “ajudar a família.”
Entretanto, em vez de ir para o interior, onde vivia a mãe, foi dar na cidade grande, São Paulo, indo morar com um também ex-betelita, ele e seus móveis, num apartamento pequeno. E sem sacada.
Hoje está feliz. Não é mais testemunha de Jeová e ri ao contar a história toda. O que não consegue é esquecer da raiva, do rancor de ter sido humilhado por algo tão trivial.
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