Porque é que ele é padre? Porque é que ele é feliz?
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Porque é que ele é padre? Porque é que ele é feliz?
Têm 26 e 31 anos. São padres recém-ordenados, que por vezes se sentem "muito pequenos" perante os desafios de servir outros. E estão determinados: "Sinto que onde estou, onde vivo, a Igreja tem de ser para mim uma família".
Foi a alegria que o cativou. Uma alegria que não era dele, mas que ele desejou. Filipe Diniz tinha 18 anos: um pároco chegava à aldeia, nas imediações de Cantanhede, e trazia interpelações e felicidade. "Deu-me uma perspectiva da Igreja de que não estava à espera. Isso incomodou-me, interpelou-me. Foi um grande testemunho. A alegria dele fez-me questionar porque é que ele é padre, porque é que ele é feliz." Hoje, com 31 anos, é Filipe Diniz que leva alegria a outros - tornou-se padre.
João Silva, 26 anos, decidiu-se mais cedo. Sabia que queria ser padre desde a primária. Quando veio o quinto ano, entrou no pré-seminário e progrediu até à ordenação, em 2011. Conta que a caminhada foi longa e enriquecedora, mas por vezes solitária. "Muitos dos meus colegas de seminário foram saindo ao longo deste percurso. Frequentemente me vi sozinho, no meio de tantos que entravam no início do ano e depois saíam. Os que entraram comigo no seminário menor de Aveiro, eram 12 ou 13, mas só eu acabei por me ordenar padre.”
A saída do seminário para o mundo pode ser um choque, por mais que os formadores procurem preparar os futuros sacerdotes para a realidade. Que o diga o padre João Silva, que aos 26 anos já tem a responsabilidade de oito paróquias.
“Saímos sempre com uma sensação de que há um mundo enorme à nossa frente, há sempre essa sensação de pequenez face a um mundo tão grande, tantos desafios que vamos encontrando como párocos. Às vezes sinto-me muito pequeno perante estes desafios, desde o crescente número de pessoas que temos de servir, a dificuldade em conhecer cada pessoa, a dificuldade em conseguir acompanhar tantas histórias, tantas situações, esta urgência de termos sempre algo de novo para anunciar a mensagem, que seja criativo e pertinente, às vezes tenho dificuldade em dar resposta.”
Já o padre Filipe, de 31 anos, e ordenado há cinco, lamenta o desaparecimento do espírito de unidade entre os colegas de seminário: “Como padres novos partilhamos dos mesmos sentimentos e dos mesmos desafios, à medida que vamos saindo do seminário, aquele ambiente que o seminário cria, o espírito de família, por sairmos para diversas realidades acaba por desaparecer.”
Em resposta a estas dificuldades, há vários anos a diocese começou a promover encontros de padres novos com o bispo. Na definição de padre novo cabem todos os que foram ordenados nos últimos dez anos.
Trata-se de um gesto que vem dos tempos de D. João Alves, mas que para o padre João Silva é crucial: “É essencial para um bispo esse encontro pessoal, o estar com os sacerdotes, conhecer a sua história de vida, estar disponível para escutar. Particularmente os padres novos, sentimos falta desse acompanhamento mais próximo. Para mim é essencial saber que o meu bispo tem tempo para me escutar e tem essa preocupação.”
Para o padre Filipe este apoio também é fundamental, mas há outros “portos de abrigo” a que sabe que pode recorrer: “Ao longo deste tempo como padre a minha família é o meu porto de abrigo. Uma vocação sacerdotal não é mais do que este apoio. Sinto que onde estou, onde vivo, a Igreja tem de ser para mim uma família. Se eu tenho uma vivência num núcleo familiar, vou servir esta Igreja também numa perspectiva familiar”, explica o sacerdote.
Um seminário aberto para o mundo
No final da semana dos seminários, que terminou no Domingo, e num contexto em que as ordenações são poucas, embora a nível nacional se tenha registado uma estabilização e até um ligeiro aumento nos últimos anos, a questão das vocações continua a ser uma grande preocupação para a Igreja.
Contudo, nem o padre Filipe nem o padre João têm algo de negativo a apontar à sua formação que, sentem, os preparou bem para os desafios que aí vinham.
“Se tenho algo a reconhecer como muito bom foi essa abertura que o seminário sempre me permitiu, abertura para com os problemas que a sociedade vai vivendo, depois com uma série de actividades e iniciativas que se foram tendo ao longo da caminhada que me foram permitindo ter alguma sensibilidade”, diz o padre João Silva, que já com dois anos de sacerdócio foi o último a ser ordenado padre na diocese.
Também o padre Filipe tem apenas elogios: “O seminário tem de abrir portas, deve-nos ajudar a observar. Não é fechar-nos dentro de uma casa, alheios a todas estas situações, mas o seminário sempre me ajudou a despertar, mais nada. Sempre abriu portas, sempre me fez ver a realidade da família, dos jovens, de tudo.”
O encontro de D. Virgílio com os novos padres reúne um grupo de cerca de 14, de um total de 18 padres na diocese que foram ordenados na última década.
fonte :
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=129623
Foi a alegria que o cativou. Uma alegria que não era dele, mas que ele desejou. Filipe Diniz tinha 18 anos: um pároco chegava à aldeia, nas imediações de Cantanhede, e trazia interpelações e felicidade. "Deu-me uma perspectiva da Igreja de que não estava à espera. Isso incomodou-me, interpelou-me. Foi um grande testemunho. A alegria dele fez-me questionar porque é que ele é padre, porque é que ele é feliz." Hoje, com 31 anos, é Filipe Diniz que leva alegria a outros - tornou-se padre.
João Silva, 26 anos, decidiu-se mais cedo. Sabia que queria ser padre desde a primária. Quando veio o quinto ano, entrou no pré-seminário e progrediu até à ordenação, em 2011. Conta que a caminhada foi longa e enriquecedora, mas por vezes solitária. "Muitos dos meus colegas de seminário foram saindo ao longo deste percurso. Frequentemente me vi sozinho, no meio de tantos que entravam no início do ano e depois saíam. Os que entraram comigo no seminário menor de Aveiro, eram 12 ou 13, mas só eu acabei por me ordenar padre.”
A saída do seminário para o mundo pode ser um choque, por mais que os formadores procurem preparar os futuros sacerdotes para a realidade. Que o diga o padre João Silva, que aos 26 anos já tem a responsabilidade de oito paróquias.
“Saímos sempre com uma sensação de que há um mundo enorme à nossa frente, há sempre essa sensação de pequenez face a um mundo tão grande, tantos desafios que vamos encontrando como párocos. Às vezes sinto-me muito pequeno perante estes desafios, desde o crescente número de pessoas que temos de servir, a dificuldade em conhecer cada pessoa, a dificuldade em conseguir acompanhar tantas histórias, tantas situações, esta urgência de termos sempre algo de novo para anunciar a mensagem, que seja criativo e pertinente, às vezes tenho dificuldade em dar resposta.”
Já o padre Filipe, de 31 anos, e ordenado há cinco, lamenta o desaparecimento do espírito de unidade entre os colegas de seminário: “Como padres novos partilhamos dos mesmos sentimentos e dos mesmos desafios, à medida que vamos saindo do seminário, aquele ambiente que o seminário cria, o espírito de família, por sairmos para diversas realidades acaba por desaparecer.”
Em resposta a estas dificuldades, há vários anos a diocese começou a promover encontros de padres novos com o bispo. Na definição de padre novo cabem todos os que foram ordenados nos últimos dez anos.
Trata-se de um gesto que vem dos tempos de D. João Alves, mas que para o padre João Silva é crucial: “É essencial para um bispo esse encontro pessoal, o estar com os sacerdotes, conhecer a sua história de vida, estar disponível para escutar. Particularmente os padres novos, sentimos falta desse acompanhamento mais próximo. Para mim é essencial saber que o meu bispo tem tempo para me escutar e tem essa preocupação.”
Para o padre Filipe este apoio também é fundamental, mas há outros “portos de abrigo” a que sabe que pode recorrer: “Ao longo deste tempo como padre a minha família é o meu porto de abrigo. Uma vocação sacerdotal não é mais do que este apoio. Sinto que onde estou, onde vivo, a Igreja tem de ser para mim uma família. Se eu tenho uma vivência num núcleo familiar, vou servir esta Igreja também numa perspectiva familiar”, explica o sacerdote.
Um seminário aberto para o mundo
No final da semana dos seminários, que terminou no Domingo, e num contexto em que as ordenações são poucas, embora a nível nacional se tenha registado uma estabilização e até um ligeiro aumento nos últimos anos, a questão das vocações continua a ser uma grande preocupação para a Igreja.
Contudo, nem o padre Filipe nem o padre João têm algo de negativo a apontar à sua formação que, sentem, os preparou bem para os desafios que aí vinham.
“Se tenho algo a reconhecer como muito bom foi essa abertura que o seminário sempre me permitiu, abertura para com os problemas que a sociedade vai vivendo, depois com uma série de actividades e iniciativas que se foram tendo ao longo da caminhada que me foram permitindo ter alguma sensibilidade”, diz o padre João Silva, que já com dois anos de sacerdócio foi o último a ser ordenado padre na diocese.
Também o padre Filipe tem apenas elogios: “O seminário tem de abrir portas, deve-nos ajudar a observar. Não é fechar-nos dentro de uma casa, alheios a todas estas situações, mas o seminário sempre me ajudou a despertar, mais nada. Sempre abriu portas, sempre me fez ver a realidade da família, dos jovens, de tudo.”
O encontro de D. Virgílio com os novos padres reúne um grupo de cerca de 14, de um total de 18 padres na diocese que foram ordenados na última década.
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http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=129623
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