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1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano?

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Mensagem por EdenOne Qui maio 26 2016, 22:21

Até 2012, a Organização explicava assim a sua doutrina acerca do “escravo fiel e discreto” (Mateus 24:45):

“O escravo fiel começou a existir no Pentecostes do ano 33 e recebeu a responsabilidade de cuidar dos domésticos de Jesus. Desse ano em diante, como grupo, todos os cristãos ungidos que estão vivos na Terra são o escravo. Os domésticos são os ungidos individualmente, não como grupo. Em 1919, Jesus deu ao escravo fiel a responsabilidade de cuidar de “todos os seus bens”, ou seja, tudo na Terra que é usado para apoiar a pregação do Reino.” ( WS13 15/7 pp.20-25)

Entretanto, em 2012 deu-se uma mudança importante neste entendimento:

“Então, quem é o escravo fiel e discreto? O escravo é um pequeno grupo de irmãos ungidos que participam diretamente em preparar e distribuir o alimento espiritual desde 1919. (…)  Os irmãos ungidos que formam o escravo fiel têm servido na sede mundial durante os últimos dias deste sistema. Hoje, esse escravo é o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. (…) Quando foi que Jesus deu ao escravo fiel a responsabilidade de cuidar dos domésticos? (…) [Jesus] e seu Pai vieram e inspecionaram o templo, de 1914 ao começo de 1919. (Malaquias 3:1) Eles ficaram contentes ao ver o pequeno grupo de leais Estudantes da Bíblia, que mostravam amor verdadeiro a Jeová e à sua Palavra. É verdade que esse grupo ainda precisava ser purificado. Mas os Estudantes da Bíblia foram humildes e se deixaram corrigir durante um período de dificuldades. (Malaquias 3:2-4) Eles eram cristãos verdadeiros, o trigo da ilustração de Jesus. Em 1919, Jesus escolheu irmãos ungidos qualificados que estavam nesse grupo para servir como o escravo fiel e discreto e lhes deu a responsabilidade de cuidar dos domésticos.”( WS13 15/7 pp.20-25)

Assim, em 2012, o novo entendimento implicou que o “escravo fiel e discreto” não era mais o conjunto dos cristãos ungidos no tempo do fim, que era representado pelo Corpo Governante, mas passou a ser identificado com o próprio Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. Mas o que importa aqui não é tanto a interpretação da parabola (desde logo, porque se trata de uma parabola e não de uma profecia….), mas uma data: 1919. É que, apesar do novo entendimento, mantém-se a data de 1919 como o momento em que Jesus designa o “escravo” para cuidar dos seus domésticos. Isto dá-se após um período de inspecção e avaliação, após o qual Jesus toma a decisão de, entre todas as religiões cristãs, escolher os estudantes da Bíblia e o seu Corpo Governante para levar a cabo o seu propósito no tempo do fim.

Anteriormente, entendia-se que a “inspecção ao Templo” se limitava ao ano de 1918, e que em 1919 Jesus designava o “escravo” sobre todos os bens do amo; no novo entendimento, a inspecção dura de 1914 a 1918, e a designação feita em 1919 é apenas para “dar o alimento aos domesticos”, ao passo que a vinda do amo já não é em 1914, mas sim durante o início da “grande tribulação” (portanto, ainda algures no futuro), e a designação do “escravo sobre todos os bens do amo”, em recompensa pela sua fidelidade em alimentar os domesticos, ocorre quando os membros do Corpo Governante forem ressuscitados e começarem a governar com Cristo no céu.

“Quando Jesus vier para julgar e destruir os maus durante a grande tribulação, ele verá que o escravo fiel tem lealmente distribuído alimento espiritual aos domésticos no tempo certo. Por isso, Jesus ficará feliz de dar a esse escravo a responsabilidade de cuidar de todos os seus bens. Os ungidos que fazem parte do escravo fiel receberão essa responsabilidade quando forem para o céu e se tornarem governantes com Cristo.”( WS13 15/7 pp.20-25)

Apesar de se tratar de mais um embróglio doutrinal, que merece uma outra discussão independente, o ponto que quero destacar aqui é o seguinte: Mantém-se o ano de 1919 como o ano-chave para se estabelecer a legitimação teocrática da liderança das Testemunhas de Jeová.

E a pergunta que se deve fazer é a seguinte: Qual é a base bíblica para o ano de 1919? Em que base foram os Estudantes da Bíblia escolhidos naquele ano para representarem os interesses de Cristo na terra?

Esta questão parece trivial, mas na realidade é verdadeiramente fundamental, porque se trata de perceber porque é que as Testemunhas de Jeová acham que elas – e não qualquer outra organização religiosa – são a única Organização que representa a Jeová e a Cristo aqui na Terra. Trata-se de perceber se a reivindicação de autoridade teocrática por parte da liderança da Watchtower Society (ou JW.ORG) tem validade. Se tiver validade, então teremos todo o interesse em estar alinhados com esta Organização. Mas, se estas alegações forem infundadas, então a Organização mente, é uma fraude, não foi escolhida por Deus e por Cristo, e não precisamos de lhe obedecer ou de estar ligados a ela.

Por isto, este assunto tem muita relevância. Muitos estão indecisos, raciocinando que, apesar da situação actual da Organização parecer bastante desconcertante, ainda assim esta é a Organização que Jeová e Jesus escolheram no passado, e que (um pouco á semelhança do que se passou no antigo Reino de Israel) a seu tempo Deus irá corrigir a “degeneração” da actual Organização. Um exame das doutrinas associadas ao ano de 1919 permite esclarecer essas dúvidas.

(Continua...)
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Mensagem por EdenOne Qui maio 26 2016, 23:10

(Continuação da primeira parte)

O ano de 1919 surge desligado de qualquer cronologia bíblica directa; pelo contrario, depende inteiramente do ano de 1914 estar correctamente identificado como o ano em que terminam os “tempos dos gentios”. Se o cálculo de 1914 estiver incorrecto, então necessáriamente 1919 também será invalidado.

Para uma discussão porque 1914 está incorrectamente calculado podem ser aduzidos muitos argumentos, mas destaco aqui três:

1) 607 AEC não foi atestadamente a data histórica da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, e sim 585/586 AEC, e portanto, calcular 2520 anos a partir da data em que Jerusalém foi efectivamente destruída não nos leva a 1914 mas a outra data diferente;

2) O princípio de que existe uma regra bíblica de “um dia por um ano” para calcular cronologia bíblica foi inventada por Ticónio em 380 EC e por Fausto de Riez no século V, com base na conversão dos 3,5 dias de Revelação 11:9 em 3,5 anos, mas não existe base para extrapolar esse cálculo para toda e qualquer profecia do novo e antigo testamento; o movimento Millerita(fundado por William Miller, que está na gênese do Adventismo e dos Estudantes da Bíblia) recuperou este "princípio" no inicio do século 19 e aplicou-o arbitrariamente a outras profecias bíblicas extra-Revelação, nomeadamente no livro de Daniel - com resultados invariavelmente decepcionantes de previsões falhadas.

3) Finalmente, o cálculo que converte os “tempos dos gentios” em 2520 anos é feito com base em anos lunares (de 360 dias), mas depois é contado a partir de 607 AEC sobre anos solares (de 365,25 dias). Ou seja, 2520 anos solares não correspondem a 2520 anos lunares (2520 anos lunares = 907.200 dias; 2520 anos solares = 920.430 dias. Ou seja, uma diferença de -13.230 dias, que corresponde a cerca de -32 anos e três meses, sensívelmente. Portanto, novamente, não nos leva a 1914.

Portanto, a primeira coisa a ter em mente é: Se o cálculo de 1914 está errado, então 1919 e todo o seu suposto significado cai por terra. Conforme se demonstra, o próprio método de cálculo que determina quanto tempo duram os "tempos dos gentios" está errado, assim como há uma inconsistência irresolúvel quando á duração dos anos a utilizar para o cálculos (lunar x solar); a data a partir do qual o cálculo é feito (607 AEC) não tem qualquer suporte histórico, existindo apenas por conveniência da Watchtower.

Mas o argumento não se esgota aqui.

(Continua...)

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Mensagem por EdenOne Sex maio 27 2016, 10:55

(Continuação da parte 2)

É UMA PARÁBOLA E NÃO UMA PROFECIA!

Quando Jesus pronunciou a parábola do “escravo fiel e prudente” em Mateus 24, ele fez isso no contexto mais amplo de uma profecia sobre o tempo do fim. Depois de ilustrar que o dono de uma casa, por ficar vigilante, não será surpreendido por um ladrão á noite, ele disse: “Vocês também mostrem-se prontos [outras traduções usam o termo “vigilantes”] porque o Filho do Homem vem numa hora em que vocês não imaginam.” (Mateus 24:44) É neste contexto da necessidade de estar vigilantes e prontos para a volta de Cristo que Jesus então passa a contar a parábola do “escravo fiel e prudente”:

“Quem é realmente o escravo fiel e prudente, a quem o seu senhor encarregou dos seus domésticos, para lhes dar o alimento no tempo apropriado? Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de todos os seus bens. “Mas, se aquele escravo mau disser no coração: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a espancar seus coescravos, e a comer e beber com os beberrões, o senhor daquele escravo virá num dia em que ele não espera e numa hora que ele não sabe; ele o punirá com a maior severidade e lhe designará um lugar entre os hipócritas. Ali é que haverá o seu choro e o ranger dos seus dentes” – Mateus 24:45-51

Em primeiro lugar, o que é uma parábola? Uma parábola é uma pequena narrativa que usa alegorias para transmitir uma lição moral. As parábolas são comuns na literature judaica e oriental e consistem em histórias que pretendem trazer algum ensinamento de vida, e, como tal, possuem simbolismos, onde cada elemento da história tem um significado específico e se destinam a uma mais fácil memorização de um ensinamento. Jesus recorreu frequentemente a parábolas para ilustrar certos ensinos de uma maneira que fosse fácil de lembrar, mas ao mesmo tempo, de modo que apenas os iniciados e os genuínamente interessados pudessem compreender. Uma parábola, portanto, não é uma profecia. Antes, é uma lição de moral.

Portanto, é preciso lembrar que a narrativa do “escravo fiel e prudente” não é em si mesma uma profecia, mas apenas uma parábola que se destinava a enfatizar um ponto que Jesus queria deixar bem claro no final do seu discurso profético acerca do “tempo do fim” e da sua “segunda vinda”: a necessidade de cada um dos seus discípulos estar vigilante e atarefado na obra que ele os encarregou, porque o seu regresso se poderia dar a qualquer momento no futuro, e eles não sabiam quando seria isso. A lição moral é: Na volta de Cristo os discípulos diligentes e vigilantes seriam recompensados, ao passo que os negligentes e displicentes seriam rejeitados. Esta era tão simplesmente a mensagem que Jesus pretendeu transmitir com esta narrativa e nada mais.

Sendo que se trata de uma parábola alegórica, e não de uma profecia, é fútil e fantasioso procurar construír a partir desta narrativa um drama profético em que Jesus hipotéticamente intencionaria ensinar que existiria uma entidade literal que seria identificada com o “escravo”, que em um ano literal receberia uma designação literal para cuidar de outros escravos “domésticos” literais, por lhes providenciar alimento, e que, se se mostrasse fiel e vigilante, tal escravo seria designado sobre todos os bens do amo. Na realidade, este exercício vai frontalmente contra a regra que Paulo invocou em 1 Coríntios 4:6: “Não vades além das coisas que estão escritas”.

A interpretação que a Organização das Testemunhas de Jeová tem feito desta parábola tem imensos problemas de consistência interna. Por exemplo, entende-se que o “amo” é uma pessoa literal (Jesus Cristo); que o “escravo fiel e prudente” se trata de uma entidade literal (singular ou compósita, consoante as diferentes interpretações já propostas); que o momento da designação para providenciar alimento é um momento literal na história; que a designação para providenciar alimento no tempo apropriado é uma designação formal literal; que os “domésticos” são um grupo de pessoas literais; que a designação posterior sobre todos os bens do amo é uma designação formal literal. No entanto, afirma-se que o alimento não é literal, mas um simbólico “alimento espiritual”; que os bens do amo não são bens literais mas “os interesses do Reino” no céu e na terra, que incluem bens tangíveis, mas também pessoas e doutrinas. E o “escravo mau” já foi tanto uma entidade literal (a cristandade, os apóstatas, consoante o momento) como uma entidade meramente hipotética. Estas inconsistências de interpretação são bem reveladoras da intenção que lhes está subjacente: torcer as Escrituras para atingir um determinado objectivo teológico. Neste caso, o objectivo é a legitimação da autoridade do Corpo Governante sobre as Testemunhas de Jeová.

Um outro problema formal com a interpretação desta parábola como uma profecia, á luz do "novo entendimento" de 2012, é este: Se a parábola for uma profecia, então pergunte-se: Quando é que o "amo" se ausentou? Naturalmente, quando ascendeu ao céu após a sua morte em 33 EC. Só faz sentido que tenha sido ANTES da sua partida que o amo tivesse instruído o "escravo" a produzir "alimento" para os "domésticos", para que POR OCASIÃO DO SEU REGRESSO, o amo verifique se o escravo cumpriu com as suas ordens. Só então o amo designa o escravo fiel sobre todos os seus bens. Apesar de lógica, esta interpretação doutrinal não serve ao Corpo Governante. Porquê? Porque implicaria que houvesse um "escravo fiel e discreto" (um Corpo Governante) a operar ininterruptamente desde 33 EC até aos nossos dias. Ora, só a Igreja Católica, com o seu papado alegadamente a remontar a Pedro, pode reivindicar essa continuidade. Mas isso obviamente está em contradição com as teorias da "grande apostasia" após o final do primeiro século e com a "restauração" da nação do Israel espiritual em 1914-1919.

"O contexto da ilustração do escravo fiel e discreto mostra que ela não começou a se cumprir no Pentecostes de 33 EC, mas neste tempo do fim. Vejamos como as Escrituras nos levam a essa conclusão. A ilustração do escravo fiel faz parte da profecia de Jesus sobre “o sinal da [Sua] presença e da terminação do sistema de coisas”. (Mat. 24:3) A primeira parte da profecia, registrada em Mateus 24:4-22, tem dois cumprimentos — o primeiro, nos anos de 33 EC a 70 EC, e o segundo com um alcance maior em nossos dias. Significa isso que as palavras de Jesus a respeito do escravo fiel também teriam dois cumprimentos? Não." - WS 13 15/7, pp 22

Num primeiro momento, a Organização admite que a profecia de Jesus a respeito da terminação do sistema de coisas tem dois cumprimentos, um no primeiro século, outro contemporâneo. Mas depois, sem qualquer fundamento razoável, diz que a 'profecia' a respeito do "escravo fiel" só se cumpre nos nossos dias. Que conveniente ...

Assim, as Testemunhas de Jeová moveram a designação para produzir alimento espiritual para o pós-1914, ou seja, após a segunda vinda e parousia de Cristo.

"É digno de nota que na ilustração de Jesus o escravo fiel e discreto recebe duas designações diferentes. A primeira é sobre os domésticos; a segunda, sobre todos os bens do amo. Visto que a ilustração se cumpre apenas neste tempo do fim, ambas as designações teriam de ser dadas depois que começou a presença de Jesus no poder do Reino em 1914.(...) Quem, então, é o escravo fiel e discreto? Em harmonia com o padrão de Jesus de alimentar muitos pelas mãos de poucos, esse escravo se compõe de um pequeno grupo de irmãos ungidos diretamente envolvidos na preparação e distribuição de alimento espiritual durante a presença de Cristo. (...) [Jesus] e seu Pai vieram inspecionar o templo, ou o arranjo espiritual para adoração, de 1914 até a parte inicial de 1919. (Mal. 3:1) Eles se alegraram com um pequeno grupo de leais Estudantes da Bíblia que mostravam que seu coração estava com Jeová e sua Palavra. É verdade que eles precisavam de alguma purificação, mas humildemente a aceitaram durante um curto período de teste e refinamento. (Mal. 3:2-4) Esses fiéis Estudantes da Bíblia eram o verdadeiro trigo cristão. Em 1919, um período de reavivamento espiritual, Jesus selecionou dentre eles irmãos ungidos capazes para ser o escravo fiel e discreto e os designou sobre seus domésticos." - WS 13 15/7, pp 22

Vamos pensar um pouco. De acordo com as Testemunhas, a 'presença de Cristo' começou em 1914 quando ele assume o poder do Reino no céu. Foi apenas a partir deste momento que Cristo vem, pela segunda vez, e começa a inspeccionar o templo. Por volta de 1918 ele conclui que, de todas as religiões ditas "cristãs", apenas os seguidores do movimento dos Estudantes da Bíblia fundado por CT Russell estão a cumprir as ordens do "amo" e em 1919 designa-os para ..... e aqui começa a incongruência.

A inspecção ao Templo supostamente visava responder á pergunta "Quem é realmente o escravo fiel e prudente?", porque, na ótica da Organização, havia muitos cristãos de imitação (o "joio") e era preciso tornar claro quem eram os cristãos genuínos (o"o trigo"). Assim, a resposta dependia de esse escravo estar a cumprir bem a sua designação de providenciar alimento aos "domésticos". Ora se a instrução/designação para produzir alimento espiritual no tempo apropriado só foi dada em 1919, como é que poderiam os Estudantes da Bíblia ser escolhidos na base de estarem a cumprir com a designação de produzir alimento espiritual no tempo apropriado já desde 1879? Como podia um escravo ser considerado "fiel e prudente" a menos que estivesse a cumprir com a designação que o amo lhe deu? Isto é como a pescada ... antes de ser, já era.

Ainda outro problema:

"Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de todos os seus bens."

Claramente, Jesus falou de uma vinda APÓS designar o escravo a dar alimento, e ANTES de recompensar o "escravo fiel" sobre todos os seus bens. Ora, se Cristo veio no primeiro século ... e depois em 1914 ... e se a designação sobre todos os bens ainda é para o futuro... então implicitamente a Organização está a ensinar uma TERCEIRA vinda de Cristo. Algo que não tem suporte bíblico.

Confuso? Claro que sim. Como todas as mentiras acabam por ser.

No entanto, pode ser argumentado que, de acordo com o novo entendimento, o Corpo Governante dos Estudantes da Bíblia / Testemunhas de Jeová foram seleccionados em 1919 não por já estarem a cumprir com a designação de produzir alimento espiritual, mas porque "mostravam estar com Jeová e com a sua Palavra". Isto, naturalmente, é uma afirmação tremendamente vaga e sem substância. Afinal, qualquer religião cristã pode afirmar o mesmo. O que mostram os factos?

(Continua ...)

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Mensagem por SenorRodriguezG Sex maio 27 2016, 17:27

Bom post, os meus parabéns.
Deixo aqui um link de um esquema que mostra melhor toda esta falácia de uma forma resumida

http://www.jwstudies.com/Appointed_in_1919.ppsx
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Mensagem por EdenOne Sex maio 27 2016, 18:26

(continuação da parte 3...)

UMA REVIRAVOLTA DOUTRINAL

Escrevi na parte 3 uma pequena “provocação”: que a Organização a partir de 2012 ensinava implicitamente uma TERCEIRA VINDA de Cristo. Surpreendido? Confuso? É compreensível. Mas vou procurar explicar.  

Talvez não se tenha dado conta de que, na realidade, o artigo da Sentinela de Julho de 2013 que tenho vindo a mencionar traz uma reviravolta doutrinal verdadeiramente espectacular: A Organização abandonou o ensino de que Cristo retornou em 1914!

Ou seja, aquilo que durante muitas décadas constava de publicações proeminentes das Testemunhas de Jeová, já não é, afinal, verdade:

“Jesus respondeu á pergunta dos seus discípulos, registada em Mateus 24:3 (…) essa profecia tem o seu cumprimento principal no período desde 1914, o tempo da “presença de Cristo e da terminação do sistema de coisas”. – Adore O Único Deus Verdadeiro (2002), p. 177

“…considerámos a evidência bíblica de que Cristo voltou e começou a dominar no meio dos seus inimigos no ano de 1914” – Poderá Viver Para Sempre Num Paraíso Na Terra (1989) p. 149

O entendimento acima foi tornado “obsoleto” pelo artigo da Sentinela de Julho de 2013. Agora afirma-se:

“Jesus começou a inspeção do templo espiritual em 1914. Essa inspeção e obra de purificação abrangeu um espaço de tempo — de 1914 até a parte inicial de 1919. (Nota: Esse é um ajuste no entendimento. Antes, pensávamos que a inspeção de Jesus havia ocorrido em 1918.) (…) De 1914 até a parte inicial de 1919, Jesus acompanhou seu Pai ao templo espiritual para fazer uma obra de inspeção e purificação muito necessária. (…) Quando Jesus chega? A resposta se encontra no contexto. Lembre-se de que, quando os versículos anteriores falam de Jesus como ‘vindo’, isso se refere ao tempo em que ele vem para proferir e executar julgamento no fim deste sistema.* (Mat. 24:30, 42, 44) Assim, a ‘chegada’, ou ‘vinda’, de Jesus mencionada na ilustração do escravo fiel ocorre durante a grande tribulação.WS 07/13 pp.8-25

Portanto, muitas Testemunhas nem se aperceberam que, como num passe de ilusionismo, o Corpo Governante, sem abandonar a data de 1914, alterou profundamente o significado atribuído a essa data. Embora se continue a acreditar que os “tempos dos gentios” terminaram em 1914 e que Jesus recebeu o poder do Reino nesse ano, a “segunda vinda” e a “presença” de Cristo foram remetidas para um tempo indeterminado no futuro, quando irromper a Grande Tribulação.

Atenção a outra alteração: Anteriormente a ‘inspecção ao templo’ era feita por Jesus Cristo, o “mensageiro do pacto” de Malaquias 3:1.

“Em 1919, houve uma chamada para acordar! Jesus havia chegado ao templo espiritual de Deus, iniciando um período de inspeção. Alguns, porém, foram reprovados nessa inspeção” – W12 15/9 pp.23-27

Mas a Sentinela de Julho de 2013 tanto afirma que a inspecção foi feita apenas por Jesus...:

“Para resolver essa questão, Jesus começou a inspeção do templo espiritual em 1914. Essa inspeção e obra de purificação abrangeu um espaço de tempo — de 1914 até a parte inicial de 1919.” W13 15/7 11-12

... como diz também que a inspecção foi feita por Jeová e que Jesus simplesmente acompanhou o seu Pai:

“De 1914 até a parte inicial de 1919, Jesus acompanhou seu Pai ao templo espiritual para fazer uma obra de inspeção e purificação muito necessária.” W13 15/7 15-19

Em que é que ficamos? Foi Jesus, ou foi Jeová quem fez a inspecção? Ou foi Jeová acompanhado de Jesus? A confusão fica patente. De qualquer modo é pertinente perguntar: Como pode Jesus participar numa inspecção ao Templo da adoração sem que esteja de algum modo “presente” para fazer a inspecção? Afinal de contas, Malaquias 3:1 profetizou:

“E de repente o verdadeiro Senhor, a quem vocês procuram, virá ao Seu templo; e o mensageiro do pacto, de quem vocês se agradam, virá. Ele certamente virá, diz Jeová dos exércitos.”

Sem margem para dúvida, a profecia concernente á inspecção do templo está associada á vinda do mensageiro do pacto, Cristo. Portanto, como pode afirmar a Organização que a segunda vinda de Jesus é ainda um evento futuro (a ocorrer no início da “grande tribulação”), e simultâneamente afirmar que Jesus participou da inspecção do templo em 1914-1918, em cumprimento de Malaquias 3:1, e isso não constituiu uma “vinda” e uma “presença” de Cristo?? Das duas uma: Ou a Organização está a advogar uma TERCEIRA VINDA DE CRISTO ou então existe aqui uma flagrante inconsistência doutrinal.

Se a segunda vinda de Cristo é um evento futuro, então a inspecção ao templo não ocorreu em 1914-1918; e consequentemente, a escolha do Corpo Governante dos Estudantes da Bíblia e da sua Sociedade Torre de Vigia não ocorreu em 1919. Esse ensino é uma FRAUDE.

Mas, ainda há mais a dizer sobre este assunto.

(Continua …)

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Mensagem por HALDYS Sáb maio 28 2016, 14:56

Nao queria interromper Edenone, mas fiquei surprendida de ler que 2) O princípio de que existe uma regra bíblica de “um dia por um ano” para calcular cronologia bíblica foi inventada por Ticónio em 380 EC e por Fausto de Riez no século V, com base na conversão dos 3,5 dias de Revelação 11:9 em 3,5 anos, mas não existe base para extrapolar esse cálculo para toda e qualquer profecia do novo e antigo testamento.
de facto pesquisei um bocado no site e dizem apenas que é uma regra biblica ou profetica que as vezes em profecias biblicas um dia pode representar um ano e citam Lev 25: 8 Numeros 14:34 Ezequiel 4:6 mas nao explicam quanda nem porque as vezes se aplica essa regra.
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Mensagem por EdenOne Sáb maio 28 2016, 17:01

(continuação...)

PORQUÊ 1919?

A autoridade do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová pode ser resumida na seguinte preposição:

A organização conhecida por “Watchtower Bible & Tract Society” (ou JW.ORG) foi escolhida por Deus e Jesus como o seu único e exclusivo canal de comunicação com a terra em 1919; A organização é actualmente liderada pelo Corpo Governante, identificado como o “escravo fiel e prudente” da parábola de Mateus capítulo 24; submeter-se a esta organização e á sua liderança é, por consequência, submeter-se a Jeová e a Cristo; questionar ou discordar desta organização é equivalente a resistir ou rebelar-se contra Jeová e Cristo; saír desta organização significa separar-se de Deus e de Cristo.

Estas afirmações assentam em algumas premissas que precisam ser provadas préviamente:

1) Que Deus necessita de um canal para se comunicar com os humanos;
2) Que Deus usou no passado e continua a usar hoje algum tipo de canal para se comunicar com os humanos;
3) Que Deus escolheu exclusivamente um único canal de comunicação com os humanos;
4) Que esse canal assume a forma de uma organização visível composta por humanos;
5) Que Deus sempre usou uma organização visível como instrumento de comunicação da sua vontade para a terra;
6) Que a sujeição a Deus implica estar sujeito a essa organização visível;
7) Que qualquer questionamento ou discordância equivale a rebelião contra a organização;
8 )Que o questionamento ou discordância com a organização equivale a rebelião contra Deus e Cristo.
9) Que essa organização visível de Deus é a Watchtower Society ou JW.ORG

Todos os pontos acima carecem de demonstração e sólido fundamento bíblico. Mas, por ora, vamos presumir que os primeiros oito não são contestáveis e vamos apenas concentrar-nos no ponto 9, que é aquele que se liga directamente á questão de 1919.  Será que a organização visível de Jeová na terra é a Sociedade Torre de Vigia, representada pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová? Essa afirmação é feita repetidamente nas publicações.

Afirma-se que C.T. Russell e seus associados, desde a década de 1870, através do estudo diligente da bíblia, recolheram diversas verdades bíblicas que estavam fragmentadas por diversas denominações religiosas e reconstituíram um corpo doutrinal coeso, na verdade, restaurando o cristianismo “puro” do primeiro século. [Nota: Não foram os únicos na sua época. A estas correntes chama-se restauracionismo ou primitivismo cristão]. Quando chegou o tempo para o Reino de Deus nascer em 1914 e o tempo para a obra de divulgação desse reino ser feita, alega-se que Cristo, após examinar todas as religiões ditas “cristãs” apenas encontrou um grupo suficientemente digno para fazer essa obra, e, em 1919, designou o Corpo Governante da Watchtower Society para fazer essa obra e agir daí em diante como porta-voz e representante de Jeová e de Cristo na terra.

Como chegaram as Testemunhas á conclusão que 1919 foi o tempo dessa designação?

Como vimos, esta data depende exclusivamente de 1914 para ser válida. Se 1914 não tiver validade, então 1919 cai por terra. Mas, vamos por ora assumir que Outubro de 1914 é a data do estabelecimento do Reino de Deus de modo invisível no céu. Como se “calcula” 1919?

É interessante que, para uma data com tamanha importância para o estabelecimento da autoridade teocrática do Corpo Governante, o suporte bíblico seja mínimo e absolutamente irracional e ilógico. Raras vezes o Corpo Governante se dá ao trabalho de explicar porquê 1919 tem este significado nas suas publicações. Apenas se afirma que tem, sem qualquer outra explicação. De seguida veremos porquê o Corpo Governante não quer mexer muito neste assunto.

Esta doutrina assenta quase por inteiro no trecho de Revelação 11:3-11. Ali diz:

3 Farei as minhas duas testemunhas profetizar por 1.260 dias vestidas com pano de saco.” (...)
7 Quando tiverem terminado de dar seu testemunho, a fera que sobe do abismo guerreará contra elas, as vencerá e as matará (...)
9 Povos, tribos, línguas e nações olharão para os seus corpos por três dias e meio e não permitirão que os seus corpos sejam colocados num túmulo. (...)
11 Depois dos três dias e meio, entrou neles espírito de vida da parte de Deus, e eles ficaram de pé, e os que os viram ficaram com muito medo.”

Primeiro, é preciso acreditar sem qualquer nexo de associação que as “duas testemunhas” de Apocalipse 11:3 são um paralelo com o “escravo fiel e prudente” de Mateus 24:45. Antes de Revelação não há qualquer menção feita a “duas testemunhas”, pelo que a ligação ao “escravo” de Mateus é meramente uma questão de conveniência, sem qualquer suporte bíblico lógico ou racional.

Depois, a contagem dos 1260 dias é feita a partir de Dezembro de 1914. (1260 dias, 3,5 dias/anos e 42 meses são períodos de tempo equivalentes, baseados no calendário lunar de 360 dias).

“No começo do dia do Senhor, houve um período marcado de três anos e meio em que as experiências duras dos do povo de Deus tinham um paralelo com os eventos profetizados aqui – começando em Dezembro de 1914 e continuando até Junho de 1918. – Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo! (Ed. 2006) p. 164.

Voltamos a encontrar aqui a mesma inconsistência que encontramos no método de cálculo para 1914. Como é que um período de tempo calculado com base num calendário anual lunar de 360 dias é depois aplicado a um calendário anual solar de 365 dias?

E, se o Reino de Deus supostamente nasceu no início de Outubro de 1914, qual o motivo para que os 1260 dias / 3,5 anos começassem a ser contados a partir de Dezembro de 1914? Nenhuma explicação é dada sobre esta discrepância de dois meses. Nenhum acontecimento digno de nota ocorreu em Dezembro de 1914. O Corpo Governante simplesmente espera que esta afirmação seja aceite sem escrutínio. Porquê?

Porque o que verdadeiramente interessa ao Corpo Governante é a data em que terminam esses 1260 dias: Junho de 1918. O que aconteceu neste mês? Ora, a 21 de Junho os directores da Sociedade Torre de Vigia , entre os quais o seu presidente J. F. Rutherford, foram sentenciados a penas de prisão de 20 anos sob diversas acusações de sedição, ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917. De acordo com a interpretação do Corpo Governante, este é o cumprimento da visão em que as “duas testemunhas” são mortas e os seus corpos expostos ao vitupério público.

“Ferviam sentimentos nacionalistas, e em meados do primeiro semestre de 1918 os inimigos religiosos das duas testemunhas se aproveitaram da situação. Manobraram-se as instituições jurídicas do Estado para que ministros responsáveis dos Estudantes da Bíblia fossem encarcerados sob acusações falsas de sedição. Colaboradores fiéis deles ficaram atordoados. A actividade do Reino quase que parou. Era como se a obra de pregação estivesse morta.” – Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo! (Ed. 2006) p. 167

Os factos mostram que esta versão dos acontecimentos á altamente manipulada. Em primeiro lugar J.F. Rutherford foi francamente inábil para evitar a sentença desfavorável. Ele preferiu atacar com retórica acrimoniosa as instituições governamentais e os tribunais dos EUA ao invés de cumprir a lei. Quando, após muitos avisos dados pelas autoridades, percebendo que estava encurralado, finalmente aceitou comprometer a sua posição inicial e retirar várias páginas problemáticas do livro O Mistério Consumado, era tarde demais. Depois, não é verdade que a obra “morreu”. A Sentinela continuou a ser impressa ininterruptamente, e até em 1 Janeiro de 1919 uma assembléia dos accionistas da Sociedade Torre de Vigia em Pittsburg reelegeu Rutherford como presidente, mesmo com ele encarcerado na penitenciária de Atlanta. Se a obra estava estagnada, isso deveu-se menos á prisão dos directores da Sociedade, e muito mais ao êxodo maciço de membros que se seguiu á tomada forçada do controle da Sociedade por Rutherford e seus capangas e ás subsequentes purgas de ‘opositores’ contestatários que ocorreu após a morte de Russell.

Depois, a profecia de Revelação 11:11 diz que ao fim de três dias e meio “as duas testemunhas” são ressuscitadas, para grande temor dos seus inimigos. Como interpreta a Organização este trecho? Naturalmente, aplica isso ao momento em que Rutherford e os demais directores da Sociedade são libertos sob fiança da prisão em Atlanta, em Março de 1919 [e posteriormente exonerados das acusações em Maio de 1920]. Estabelecendo um paralelo (mais uma vez sem qualquer nexo de associação) entre Revelação 11:11 e a visão do “vale dos ossos secos” de Ezequiel 37:1-14, o Corpo Governante escreveu:

“Estas duas profecias, em Ezequiel e em Revelação, tiveram o seu notável cumprimento moderno em 1919, quando Jeová devolveu vida vibrante ás suas testemunhas ‘mortas’. Que choque isso foi para os seus perseguidores! (...) os ministros cristãos, que eles haviam tramado lançar na prisão estavam novamente livres e foram mais tarde completamente inocentados.” - Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo! (Ed. 2006) p. 169.

Pensemos um pouco: De acordo com a interpretação do Corpo Governante, a “morte” das “duas testemunhas” aconteceu em Junho de 1918; ao passo que o reavivamento delas cumpriu-se com a libertação da prisão, que aconteceu em Março de 1919. Entre um e outro acontecimento mediaram 9 meses. Mas, não diz a profecia (11:11) que o tempo em permaneceram mortas foram “três dias e meio”? E não interpretou a organização os 1260 dias em que as “duas testemunhas” pregaram (11:3) como um período literal de três anos e meio (seguindo a regra de um dia por um ano: 1260 dias / 360 = 3,5 anos). Então e agora os 3,5 dias já não seguem a regra de um dia por um ano e mágicamente correspondem a 9 meses?? Com que justificação? Com que lógica? Resposta: Nenhuma. A organização simplesmente espera que aceitemos sem contestar que agora 3,5 dias não são nem um período literal de 84 horas nem um período profético de 3,5 anos mas um período inexplicavelmente simbólico de ... 9 meses. Faz sentido? Não? Pois, não admira.... [Para um momento hilariante de ver como se tenta, com evidente embaraço, explicar o inexplicável, veja a nota de rodapé da página 168 do livro Revelação Clímax]

Vejamos: Que motivos existem para pensarmos que a libertação da prisão de J.F. Rutherford e demais directores da Sociedade Torre de Vigia implica que foram escolhidos como o “escravo fiel e prudente” que seria designado para produzir alimento espiritual daí em diante ás ordens do amo Jesus Cristo? Novamente, não nos é fornecido nenhum nexo de causalidade ou associação. Ainda mais, se considerarmos que, de acordo como o mais recente entendimento, não havia nenhum motivo para que, anteriormente a 1919 Jesus tivesse alguma estima especial pelos Estudantes da Bíblia fundados por Russell. [Isso era verdade, mas de acordo com o "velho entendimento" que agora está...obsoleto] O Corpo Governante, no seu mais recente entendimento, escreve:

“[Jesus] e seu Pai vieram e inspecionaram o templo, de 1914 ao começo de 1919. (...) Eles ficaram contentes ao ver o pequeno grupo de leais Estudantes da Bíblia, que mostravam amor verdadeiro a Jeová e à sua Palavra. É verdade que esse grupo ainda precisava ser purificado. Mas os Estudantes da Bíblia foram humildes e se deixaram corrigir durante um período de dificuldades. Eles eram cristãos verdadeiros, o trigo da ilustração de Jesus. Em 1919, Jesus escolheu irmãos ungidos qualificados que estavam nesse grupo para servir como o escravo fiel e discreto e lhes deu a responsabilidade de cuidar dos domésticos.” – WS13 15/7 p.20-25

De acordo com a interpretação da Organização, durante o período que mediou entre 1914 e 1919, os Estudantes da Bíblia foram refinados e corrigidos. Findo esse tempo de provação e refinamento, a liderança da Organização estava ‘purificada’ e ‘qualificada’ para servir como “escravo fiel e prudente” e dar o alimento espiritual no tempo apropriado aos “domésticos”. Será que isso corresponde aos factos? Será que imediatamente após 1919 o “escravo” estava a dar o “alimento espiritual” apropriado conforme a vontade do Senhor? Na realidade, os factos mostram que, nem os Estudantes da Bíblia estavam mínimamente conscientes do momento histórico que estavam a viver, nem a libertação da prisão implicou que deixassem de pregar falsidades e de impor essas falsidades como “verdades” ás Testemunhas de Jeová, conforme veremos na parte seguinte.

O ponto a reter desta parte é o seguinte: a justificação bíblica para a designação do Corpo Governante como o “escravo fiel” em 1919 é mínima, e mesmo essa é irracional, ilógica e “martelada” para se acomodar aos eventos que rodearam a história das Testemunhas de Jeová entre 1914-1919.

(Continua...)

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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 14:56

(continuação...)

UM “ESCRAVO” REFINADO DESIGNADO A SERVIR ALIMENTO DE QUALIDADE?

Uma das curiosas (mas nada inocente) implicações do novo entendimento de 2013 sobre o “escravo fiel” é o seguinte: uma vez que o escravo só passou a dar ‘alimento no tempo apropriado’ sob a supervisão do Senhor a partir de 1919, significa isto que a Organização pode agora descartar toda a obra de C.T. Russell (que faleceu em 1916, e, como tal, nesta óptica, nunca fez parte do ‘escravo’) como não tendo sido produzida sob a supervisão directa do Senhor, e portanto, não devendo ser tomada demasiado a sério, como pouco mais do que uma mera curiosidade histórica. E assim, sem cerimónia, a Sociedade Torre de Vigia renega o legado do seu fundador.

O que a organização pretende é prestar homenagem àquele que verdadeiramente é o fundador das Testemunhas de Jeová: Joseph Franklin Rutherford. Afinal, C.T. Russel foi o fundador do movimento dos Estudantes da Bíblia, mas esse movimento entrou em crise logo após a sua morte, com cerca de três quartos dos seus membros a abandonarem a tutela da Watchtower Society quando Rutherford se apoderou da presidência por meios ínvios, invalidando o testamento de Russell. Nessse momento histórico entre 1917 e 1919, os dissidentes fundaram vários movimentos cismáticos independentes que ficaram mais ou menos fiéis ao legado doutrinal de Russel entre os quais os o Pastoral Bible Institute, o Berean Bible Institute, o Steadfast Bible Students Association, o Friends of Man, e o Layman’s Home Missionary Movement.

A partir de 1919, sob a enérgica e tempestuosa liderança de Rutherford, uma nova religião foi sendo forjada sob a capa aparentemente contínua da Sociedade Torre de Vigia. Um após outro, os ensinos de Russell foram sendo abandonados, e apenas uns poucos restaram. Rutherford tinha menos carisma pessoal do que Russell, era truculento, vociferante e confrontacional, e a sua figura imponente intimidava os demais. Além de que era dado á bebida e á vulgaridade. No entanto, escrevia com muito vigor e convicção e poder de argumentação, características que tinha desenvolvido como advogado. Mas faltava a Rutherford o talento para a interpretação profética que Russell tinha tido, e para isso confiava no seu primeiro delfim, Clayton Woodward como a pessoa a quem escutava na formulação de interpretações de profecias. Woodward, por seu turno era um personagem estranho, fantasioso, inclinado para o ocultismo e para a medicina não convencional. Foi Woodward, juntamente com George Fisher, que escreveram um dos mais estranhos livros alguma vez publicados pela Sociedade Torre de Vigia: O Mistério Consumado.

Pressionado pela necessidade de ter um êxito espectacular para fazer esquecer o fiasco das predições para 1914, Rutherford e Woodward (mas com o primeiro a assumir o crédito) descobriram mais uma “data marcada” para o Armagedom; em consequência, o discurso “O mundo terminou! Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão!” foi lançado em 1918 e tornou-se central nos ensinos da Sociedade Torre de Vigia, ao passo que apontava para o ano de 1925 como o tempo em que a Cristandade seria destruída, a terra seria restaurada a um paraíso, os mortos fiéis da antiguidade seriam ressuscitados, e os judeus seriam restaurados á Palestina (doutrina política-religiosa conhecida como Sionismo).

Mas 1925 passou e nada do que foi predito veio a acontecer. Marcado pelos fracassos das suas predições, que levaram a mais cismas e ao decréscimo de aderentes, Rutherford percebeu que o “seu” ramo dos Estudantes da Bíblia estava desacreditado e prestes a caír na total irrelevância. Algo precisava ser feito para mudar o curso desastrado da Sociedade Torre de Vigia. Rutherford estava muito preocupado em se demarcar dos restantes movimentos de Estudantes da Bíblia que entretanto se tinham afastado da Sociedade Torre de Vigia. Acessorado pelo jovem teólogo em ascenção Frederick Franz, iniciou em 1926 o caminho para a mudança de marca do seu movimento religioso.

Em 1926, com um artigo no número de 1 de Janeiro de A Sentinela intitulado “Jehovah”, foi dado o primeiro passo para o destaque dado ao nome Jeová. Em 1929 o livro Profecia deu mais um passo marcante nesta estratégia de diferenciação suportada no nome Jeová, ao afirmar que a principal doutrina do Cristianismo era a vindicação do nome de Deus, que inclusivamente superava em importância a bondade e a graça de Deus para com a humanidade. Em 1931, no congresso em Columbus, Ohio, os Estudantes da Bíblia adoptaram o novo nome Testemunhas de Jeová. Estava consumado o rebranding da religião pregada pela Sociedade Torre de Vigia.

Um dos mais significativos e duradouros legados de Rutherford, é a doutrina da “organização teocrática”, que ainda hoje é um termo amplamente usado pelo Corpo Governante para se referir á Organização das Testemunhas de Jeová como um todo. A Sociedade explicava assim o termo em 1940:

“Teocracia é a prometida administração dos assuntos terrestres por Jeová Deus, o Criador, através de um Rei designado para esse propósito, Cristo Jesus. (...) A teocracia é presentemente administrada pela Watchtower Bible and Tract Society, da qual o juíz Rutherford é o presidente e gestor principal.” – Consolação 4/9/40, p. 25.

O crescimento da organização foi sofrível até ao virar da década de 1940 (pelo menos tendo em conta as horas gastas e a literatura distribuída) porque, dada a personalidade conflituosa de Rutherford, o fiasco de 1925, e os conflitos com os anciãos nas congregações que resistiam á perda da sua autonomia para o poder “teocrático” centralizador sediado em Brooklyn, acontecia que saíam quase tantas pessoas como as que eram baptizadas. Por volta de 1938, de acordo com A.H. Macmillan [membro da directoria da Sociedade a partir de 1918 até 1966] apenas sobrava um punhado de seguidores originais de Russell entre os seguidores de Rutherford. Todos os outros se tinham afastado, juntaram-se a movimentos russelitas ou tinham sido simplesmente corridos. Rutherford não conseguia competir com a memória da personalidade magnética e carismática de Russell, mas teve a inteligência de perceber que teria mais êxito se afastasse o foco da devoção do rebanho da sua pessoa para a “organização” que representava os interesses do Reino de Deus na terra.

Não é de admirar, pois, que foi durante o consulado de Rutherford que se abandonou a crença generalizada de que Russell era o “escravo fiel” de Mateus 24:45. Não só o novo presidente da Sociedade estava desejoso de se livrar do fantasma do seu sucessor, que em virtude do atribulado processo de sucessão pairava sempre como uma nuvem negra sobre a sua cabeça, como procurava legitimar um novo paradigma de governação da Organização, mais centrado no papel colectivo da directoria da Organização do que na sua pessoa - embora decididamente Rutherford fosse um autocrata que tudo decidia e que esmagava quem quer que se atravessasse no seu caminho. (Que o diga o advogado da Sociedade Olin Moyle, que foi desassociado sumáriamente e vilipendiado publicamente e por nome por Rutherford nas páginas de A Sentinela porque teve o atrevimento de chamar á atenção de Rutherford para o seu flagrante problema de alcoolismo. Moyle processou Rutherford por difamação e ganhou o processo.)

Foi, pois através da doutrina da “teocracia” que Rutherford chamou a si o controle total e centralizado de todos os assuntos e detalhes das congregações em todo o mundo (que eram, por determinação de Russell, semi-autónomas), ao se intitular como o administrador de topo da hierarquia da organização teocrática, um pouco ao estilo de um monarca ‘por direito divino’. A pouco e pouco, as Testemunhas foram convencidas que a submissão a Deus e a Cristo dependia da total submissão e apoio incondicional á organização que os dizia representar. Essa mentalidade persiste até aos nossos dias. É esse o legado principal de Rutherford, pelo o qual o Corpo Governante actual lhe presta homenagem com o “novo entendimento” de 2012/2013 sobre o “escravo fiel e prudente”.

De acordo com o entendimento anterior, Cristo teria voltado em 1914, inspeccionado o templo em 1918 e encontrado o pequeno grupo de Estudantes da Bíblia associados com Russell a produzir e distribuir o “alimento espiritual no tempo apropriado”, e recompensou-os em 1919 por designá-los sobre “todos os seus bens”. Neste cenário, os ensinos pré-1918 assumiam uma grande importância, porque era com base nesses ensinos que o amo os aprovava e recompensava. No entanto, o paradigma muda radicalmente com o novo entendimento de 2013. Agora, os ensinos pré-1918 deixam de ser o critério pelo qual o “escravo” é avaliado, uma vez que esses ainda não eram “alimento espiritual no tempo apropriado”, que só passou a ser dado em 1919.

Então qual foi o critério? O artigo que explana o novo entendimento não podia ser mais vago e até desconcertante:

“[Jeová e Jesus] ficaram contentes ao ver o pequeno grupo de leais Estudantes da Bíblia, que mostravam amor verdadeiro a Jeová e à sua Palavra. É verdade que esse grupo ainda precisava ser purificado.” WS13 15/7, p.20-25

Uma preplexidade levantada pelo novo entendimento é esta: Se em 1919 o “escravo” passou a produzir alimento espiritual no tempo apropriado sob a supervisão do Senhor, no mínimo ele teria de estar consciente dessa designação na época em que ela occoreu, e não muitas décadas (quase 100 anos) depois! Mas, estava a liderança da Sociedade Torre de Vigia consciente de que Cristo os tinha incumbido da designação de prover alimento espiritual até ao irrompimento da “grande tribulação”? Não! Em 1919, os Estudantes da Bíblia acreditavam que:

- Russell era o “escravo” de Mateus 24:45 (e ele tinha morrido e recebido a sua recompensa espiritual, portanto, não havia mais “escravo”
- Cristo já havia retornado em 1874
- O Reino tinha sido estabelecido no céu em 1878
- A “grande tribulação” teve início em 1914
- O Armagedom ocorreria em 1920 e o Reino seria estabelecido na terra em 1925

A afirmação de que o Corpo Governante da Sociedade Torre de Vigia foi designada em 1919 é contrariada pelos factos. Eles não estavam minimamente conscientes de que tinham recebido uma designação. Como é que alguém pode ser designado para algo sem ter a mínima percepção de que está a aceitar essa designação?

Mais: De que forma aqueles Estudantes da Bíblia “mostravam amor verdadeiro a Jeová”, se só a partir de 1926 é que o nome de Jeová, que até então era pouco utilizado nas publicações, começou a merecer amplo destaque? E que dizer do “amor á Palavra de Deus”? Sem dúvida que aquele grupo estudava com afinco as Escrituras, mas nesse assunto não eram mais diligentes do que outros grupos cristãos, em particular os que surgiram na esteira do movimento do Segundo Grande Reavivamento no início da terceira década século XIX nos EUA, que estavam obcecados com o assunto da volta de Cristo, e que produziram pregadores notáveis como William Miller (Adventismo), Barton Stone, Thomas e Alexander Campbell (Movimento Restauracionista, de onde saíram também os Mórmons, Baptistas e Shakers), e John Wesley, Phoebe e Walter Palmer (Metodismo e Movimento da Santidade). Todos eles amavam a Bíblia tanto quanto Russell e seus associados. Sem falar, naturalmente, das igrejas cristãs tradicionais, tanto nos EUA como em outras partes do mundo. Entre estas, um caso curioso: A Iglesia Ni Cristo, fundada em 1914 nas Filipinas por um ex-adventista, Felix Y. Manalo. Esta igreja tem um conjunto de crenças notavelmente parecidas ás das Testemunhas de Jeová do fim do século XX, incluindo a rejeição da Trindade, a rejeição da crença na alma imortal, acreditam no Reino Milenar de Cristo, praticam o baptismo por imersão total, empenham-se em proselitismo, não comem sangue, acreditam na ressurreição, aceitam que o nome de Deus é YAHWEH e as semelhanças continuam ... eles já existiam quando Cristo supostamente inspeccionou o templo. Porque não foram eles os escolhidos?

A pergunta inevitável é: Se os critérios que levaram á suposta escolha da Watchtower Society e da sua liderança eram apenas o “amor a Jeová” e o “amor á sua Palavra”, com a agravante que “ainda precisavam de ser purificados” – então, em quê eles eram realmente tão melhores ou diferentes das outras igrejas cristãs, grandes ou pequenas, em 1918, que lhes merecesse essa tão elevadíssima distinção de se tornar “o único e exclusivo canal de Deus para a terra” e “organização visível de Jeová” com a incumbência de “anunciar as boas novas do Reino” a todo o globo terrestre e produzir “alimento espiritual” de qualidade superior a todos os outros? A resposta é: Não mereciam. Trata-se apenas de afirmações pretensiosas e vazias de fundamento que procuram justificar a reivindicação de serem os únicos detentores da “verdade”. Como disse o ministro da propaganda do partido nazi:

“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade” – Joseph Goebbels

A repetição ad nauseum da mentira ‘nós fomos escolhidos por Deus’ torna-se verdade na mente das Testemunhas de Jeová á força de ser repetida tantas vezes. A mente fica entorpecida e acrítica e passa a aceitar essa afirmação como uma verdade estabelecida. É o poder da propaganda. E a Sociedade Torre de Vigia sabe muito sobre técnicas de propaganda. É o core business da sua empresa religiosa.

Mas, mesmo que aceitemos que os ensinos e crenças dos Estudantes da Bíblia nos anos anteriores á inspecção do Templo em 1914-1918 não contam como critério de selecção, o que dizer dos ensinos e crenças dos Estudantes da Bíblia / Testemunhas de Jeová que foram sendo proclamados após a “purificação” e “refinamento” de 1914-1918? Foram eles “alimento espiritual no tempo apropriado”, reflectindo a perfeita supervisão de Jeová e de Jesus Cristo sobre a organização? Uma vez purificados e aprovados em 1919, será que esse pequeno grupo de cristãos encarregues de alimentar a muitos passou a ter ensinos e crenças estáveis e confiáveis? Vejamos.

(continua...)

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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 15:39

(continuação...)

UMA IMPRESSIONANTE PRODUÇÃO DE ALIMENTO ESPIRITUAL IMPRESTÁVEL

Vejamos então algum do alimento espiritual que foi distribuído pelo Corpo Governante da Sociedade Torre de Vigia após a sua alegada "purificação" e designação em 1919, sob a supervisão directa de Jeová e de Cristo

O livro O Mistério Consumado

Em 1919, a publicação mais usada pela Organização era ainda O Mistério Consumado, escrito no decurso de 1917 por Woodward e Fisher, e publicado em 1918, alegadamente a partir de anotações dispersas deixadas por Russell, e que era anunciado como o “sétimo volume dos Estudos Nas Escrituras” e “obra póstuma de CT Russell”. Descontando o facto de ambas as afirmações serem patentemente abusivas e oportunistas, que bom alimento espiritual continha este livro?  Coisas como estas:

- O Pastor Russell é o “escravo fiel” de Mateus 24:45 (p.4) e o “secretário com o tinteiro” de Ezequiel 9 (p. 418-420)
- O “restante” será levado para o céu em 1918 (p. 64)
- Os sete mensageiros de Revelação são Paulo, João, Ário, Waldo, Wycliffe, Lutero e Russell. (p. 64 ilustração)
- As “sete trombetas” de Revelação 8:2 são os Luteranos, os Anglicanos, os Presbiterianos, os Baptistas, os Metodistas, a Aliança Evangélica e os Estudantes da Bíblia. (p. 64, gráfico)
- Jesus começou oficialmente a reinar em 1878 (p.66)
- Lista de textos bíblicos que provam que a segunda volta de Cristo ocorreu em 1874 (p. 68-71)
- Jó 40:15-25 – O “beemote” é a máquina a vapor (p. 83)
- Jó 42:1-19 – O “leviatã” é a locomotiva a vapor (p. 84)
- Naum 2:3 – Os homens valentes são o condutor da locomotiva e o bombeiro (p.93)
- O Cavaleiro no cavalo branco de Revelação 6:2 é o Bispo de Roma, que é o “representante pessoal de Sanatás” (p. 106)
- O “grande terramoto” de Revelação 6:12 é literalmente o terramoto de Lisboa de 1755, e simbolicamente a Revolução Americana (p.119)
- A Palestina será restabelecida em 1925 (p. 125)
- Os demónios irão invadir as mentes dos membros da cristandade e irão conduzi-los á destruição em 1918 (p. 128)
- A terra foi criada há 48.000 anos atrás (p. 138)
- Russell continuou a supervisionar a obra da colheita após a sua morte (p. 144, 256)
- O “tempo do fim” começou em 1799 (p. 171)
- A “grande tribulação” começou em 1914 (p. 178)
- Miguel Arcanjo é o Papa de Roma (p. 188)
- Revelação 14:20 contém profeticamente a distância exacta entre Scranton, Pennsylvania (onde o livro foi escrito) e o Betel de Brooklyn, a saber 137,9 milhas (p. 230)
- As repúblicas irão desaparecer em 1920 e as nações serão subvertidas pela anarquia (p. 258)
- A “voz dos céus” de Revelação 18:4 é a voz da Watchtower (p. 276)
- O Deus sentado no trono em Revelação 19:4 é Jesus (p. 290)
- Deus é quem assume total responsabilidade pelos volumes Estudos Nas Escrituras (p. 295)
- De acordo com Revelação 21:17, o número total de ‘ovelhas’ no final dos mil anos será de 20,736 biliões (p. 323)
- O Dia da Vingança de Deus começou em 1914 e terminará em 1918 (p. 404)
- De acordo com Ezequiel 17:22 e 20:42, o Sionismo e o Judaísmo irão prosperar e dominar na terra na fase “terrestre” do Reino, uma vez que os seus líderes serão Abraão, Isaque e Jacó, entre outros por ocasião da sua ressurreição (p. 450, 462)
- A “primeira ressurreição” ocorreu em 1878 (p. 539)
- Ezequiel 40:1 mostra que o Reino será estabelecido na terra 13 anos após 1918 (p. 569)

1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano? 220px-Scan_of_the_cover_for_%22The_Finished_Mystery%22_-_published_in_the_United_States_in_1917

O livro O Mistério Consumado. Note o símbolo pagão egípcio do disco solar alado na capa. Pode aceder ao ficheiro do livro neste link.

Estas são apenas algumas “pérolas de sabedoria” e “conhecimento exacto” contidas no livro O Mistério Consumado, mas o livro ainda contém mais gemas semelhantes a estas. Ainda em publicações recentes a organização fala deste livro num tom bastante elogioso. O livro Revelação Climax (p. 208) mencionou que este livro fazia parte do cumprimento das pragas de Revelação capítulo 11. Olhando para a quantidade de disparates, falsas predições e ensinos que entretanto foram abandonados, pode honestamente dizer-se que este livro foi “alimento espiritual no tempo apropriado”? E quem o imprimiu e distribuiu por anos após 1919 – era realmente um “escravo fiel e prudente” a actuar sob a supervisão directa de Jeová e de Cristo?

1925 - Milhões Que Viviam (em 1918) Jamais Morreriam ?

A partir de 1918 a Organização começou a anunciar que “Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão”, na perspectiva que o Reino de Deus seria estabelecido na terra no ano de 1925, que Jerusalém seria a capital do Reino de Deus e que em seguida se daria a ressurreição dos notáveis servos justos de Deus do passado.

“O ano de 1925 é uma data claramente e definitivamente marcada nas escrituras, ainda mais claramente do que 1914...” – W24 15/7 p.211

Em 1929, com fundos provenientes de contribuições voluntárias, uma propriedade de luxo foi adquirida em San Diego e chamada de Beth Sarim [“casa dos príncipes”] bem como dois luxuosos Cadillacs para supostamente providenciar acomodações condignas a homens como o Rei Davi, Abraão, Moisés, Josué, entre outros. A própria escritura de aquisição da propriedade refere que a propriedade da casa é doada a esses homens do passado. Mas ... se a capital do Reino seria em Jerusalém, para quê alojar os “príncipes” em San Diego, na Califórnia?

1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano? 400px-Rutherford_Beth_Sarim
Rutherford com um dos Cadillacs em Beth Sarim.

Na realidade o único “principe” que alguma vez utilizou essa casa e se fez transportar nos luxuosos Cadillacs foi o próprio J. F. Rutherford. Ele havia contraído uma pneumonia grave e só um dos seus pulmões funcionava e o seu médico o havia aconselhado a passar o maior tempo possível no ameno clima da Califórnia. A partir de 1929, Rutherford iria passar os invernos a trabalhar em Beth Sarim. Após a sua morte em 1942, a Sociedade decidiu vender Beth Sarim, porque “já havia cumprido o seu propósito”.

Passaram 98 anos desde 1918; Será que existem na terra pelo menos dois milhões de pessoas vivas que tenham 98 anos de idade? Estima-se que em 2015 o número de pessoas centenárias em todo o mundo era de 451.000. Parece bastante seguro dizer, mesmo do ponto de vista meramente aritmético, que a predição de Rutherford foi uma falsa profecia, porque o tempo se encarregou de demonstrar que não se cumpriu.

Pergunte-se: O fiasco de 1925 é evidência de um profeta que falou em nome de Jeová, ou de um falso profeta? Será que um “escravo fiel e discreto” que produz e distribui “alimento espiritual no tempo apropriado” sob a supervisão directa do Senhor iria produzir falsa profecia? O Corpo Governante quer fazer as Testemunhas de Jeová crer que isso é possível. Mas lá na década de 1920 muitos abriram os olhos para a realidade e abandonaram a organização. Em 1925 participaram na comemoração 90.434 pessoas, mas em 1928 a assistência foi de apenas 17.380. Ou seja, cerca de 80% dos Estudantes da Bíblia perceberam o logro e desligaram-se da Sociedade Torre de Vigia. Hoje, o Corpo Governante conta com a passagem do tempo para fazer esquecer e branquear esses disparates que apenas servem para demonstrar á saciedade que esta é uma organização de homens com quem Deus e Cristo nunca tiveram nada que ver.

Armagedom em 1941 – Possívelmente agitado por pressentir que estava perto da morte (de cancro do cólon) e desejando estar vivo para ver a batalha do Armagedom, Rutherford começou a promover a idéia de que o final do sistema estava iminente Foi então dito:

“1940 é o ano mais importante até á data, porque o Armagedom está iminente. Compele todos os que amam a justiça a envidar todos os esforços para anunciar a Teocracia enquanto esse privilégio ainda está disponível.” (Informante 4/40 p.1 inglês) .

Em 1941, o livro Filhos foi publicado. Nele se advogava que, em vista da iminência do Armagedom, as Testemunhas deveriam adiar quasquer planos para terem filhos neste velho sistema de coisas. Comentando o lançamento do livro por Rutherford no congresso de 1941, foi escrito:

“Ao receberem o presente [o livro, das mãos de Rutherford], as crianças marcharam com ele nas mãos; não era um brinquedo ou objecto de brincadeira, mas um instrumento providenciado pelo Senhor para um trabalho mais eficiente nos meses que restam até ao Armagedom” (w41 15/9 p.288 inglês)

Rutherford morreu em 1942 sem ver o seu desejo realizado, mas mais uma vez, a organização provou ser um falso profeta. Quem tomou a decisão de se privar de casar ou ter filhos ... paciência.

1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano? Children-book-cover-1941
O livro Filhos, lançado em 1941.

Armagedom em 1975 – Entre 1966 e 1975, as publicações da Sociedade Torre de Vigia repetidamente indicaram de modo implícito que o Armagedom chegaria em 1975. (Veja Vida Eterna Na Liberdade Dos Filhos de Deus p. 26-30; g66 8/10 p. 19-20; w66 15/10 p. 629-631; km 3/68 p. 4; w68 15/8 p. 494; w70 1/5 p.273; g71 8/10 gráfico; w74 15/12 p.766; w75 1/5 p. 285 inglês) Discursos feitos por representantes da Sociedade em congressos de distrito em 1967 e 1968 explícitamente mencionaram Outubro de 1975 como a data do Armagedom. Ao invés de conter o entusiasmo que essa especulação provocou entre as Testemunhas, o Corpo Governante cavalgou a histeria e aproveitou essa histeria para aumentar o número dos seus membros, sem se importar muito com os efeitos devastadores na vida das Testemunhas de Jeová:

“Recebemos relatórios de irmãos que venderam as suas casas e propriedades e planejam terminar o resto dos seus dias neste velho sistema de coisas no serviço de pioneiro. Certamente esta é uma maneira excelente de gastar o curto tempo que resta antes do fim do mundo iníquo.” (km 5/74 p.3 inglês)

Quando 1975 passou e nada sucedeu, o desapontamento instalou-se e muitos abandonaram a Organização. Em vez de assumir a responsabilidade pela histeria colectiva, o Corpo Governante culpou as Testemunhas de Jeová por não seguirem o conselho de Jesus  e estarem a servir a Jeová com uma data específica em mente. (w76 15/7 p.440 inglês) Em vez de humildemente assumir que foi – mais uma vez – um falso profeta e que enganou os crentes, o Corpo Governante pelo contrário ensina que esse foi um tempo de peneiramento que mostrou quem realmente era um cristão genuíno. (Proclamadores, p. 633 inglês)

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O livro Vida Eterna Na Liberdade Dos Filhos de Deus. Aqui Frederick Franz lançou o rumor de que o Armagedom poderia ocorrer em 1975.

A “geração” de Mateus 24:34 - A geração que não passará (sem ser alterada muitas vezes)

Talvez nenhum outro ensino tenha mexido tanto com as expectativas das Testemunhas de Jeová no século XX como o entendimento do termo "geração" usado por Jesus em Mateus 24:34. Porque, caso se conseguisse determinar o que realmente significava aquele termo, talvez se conseguisse determinar, com algum grau de confiança, quando viria o Armagedom. Mas, conforme sabemos, esse entendimento flutuou muito ao sabor das conveniências de cada momento histórico.

- Até 1927 acreditava-se que a “geração” se aplicava á humanidade em geral e que a sua duração tanto podia ser de 100 anos (1780 a 1880) ou 36 anos e meio (1878 a 1914) - O Dia da Vingança (1897) p.604-605 inglês
- Em 1927 Rutherford mudou a aplicação da “geração” da humanidade em geral para os ungidos, e afirmou que abragia todo o tempo entre Jesus Cristo até ao Armagedom, ou seja, mais de 1900 anos. (w27 15/2 p.62)
- Em 1951, Knorr reverteu o entendimento, aplicando o termo “geração” á humanidade em geral sobre quem cairia o julgamento. O início desta geração passou a ser 1914 e “inquestionávelmente” terminaria até que o “sinal” se cumprisse, dentro do período de vida das pessoas que estavam vivas antes de 1914. (w51 1/7 p. 404 inglês)
- Em 1951 deu-se a entender que a duração da “geração” de 1914 era na realidade de 36,5 (37) anos, o que tornava á época, o Armagedom num acontecimento eminente para aquele mesmo ano. (w51 15/3 p.179 inglês)
- Quando 1951 passou sem incidentes, a duração da “geração” foi novamente estendida para 70 ou 80 anos. (w52 1/9 p. 542-543 inglês)
- Em 1968 foi dito que uma pessoa com cerca de 15 anos á data de 1914 (portanto, nascida em 1899) poderia discernir o significado dos acontecimentos desse ano. Assim, adicionando 70-80 anos, o final da “geração” aconteceria durante a década de 70, o que permitia fazer com que a predição de que o Armagedom ocorreria em 1975 parecesse credível. (w68 1/5 p.272; g68 8/10 p.13)
- Em 1980 a idade para ter discernimento foi ajustada de 15 para 10 anos, mas excluindo bébés; (w80 15/10 p.31; SobrevivênciaPara Uma Nova Terra, p. 28) Aproximava-se o ano de 1984, 70 anos após 1914, e a “geração” atingiria então 80 anos. Uma série de Sentinelas foi publicada nesse ano focando-se no ano 1914, incluindo uma onde na capa figuravam membros idosos do “restante ungido” e o título: “1914 – A Geração Que Não Passará”. Todos eles já faleceram. Em Maio de 1984 a “idade para ter discernimento” já não era um critério, e bébés passaram a ser incluídos no conceito de “geração” (w84 15/5 p.5 inglês). Em 1988 afirmou-se que uma geração poderia ser de 75 anos. Ora 75+1914 = 1989. A implicação disto é que o Armagedom poderia ocorrer até 1989. (g88 8/4 p.14)
- Em 1989 foi sugerido que a obra de pregação estaria terminada antes do ano 2000.
- Eventualmente a “geração que viu 1914” foi reduzida para um pequeno número de indivíduos de longevidade excepcionalmente longa. (w91 15/4 p.7)
- Em 1995 ocorre uma mudança de paradigma: a “geração” não mais tinha de obrigatóriamente abranger as pessoas que tinham nascido em 1914; simplesmente a geração de pessoas vivas em 1914 iria coincidir com outras gerações subsequentes que tinham sido contemporâneas desta primeira geração. E já não se refere aos “ungidos” mas a qualquer pessoa. Isto permite estender o conceito de “geração” cerca de 200 anos após 1914, sendo que o Armagedom poderá ocorrer a qualquer momento dentro deste período. (w95 1/11 p.20; w95 15/12 p.30 inglês)
- Em 2008 a “geração” voltou a ser aplicada aos ungidos, mas desta vez a partir do tempo de Cristo. (w08 15/2 p.23-24)
- Em 2010 a “geração” é de nova a geração que inicia em 1914, agora só dos “ungidos”, mas que coincide com a geração contemporânea seguinte que se sobrepõe por um tempo áquela primeira. (w10 15/4 p.10; w10 15/6 p. 5 inglês)

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Capa de A Sentinela de 15 de Maio de 1984, 70 anos volvidos sobre 1914. Todos os "ungidos" na capa morreram e a geração deles passou.

Quantas mais cambalhotas doutrinais de interpretação profética terão ainda de acontecer antes de ficar claro para todos que os entendimentos proféticos da “geração” publicados por este “escravo” não são guiadas por orientação divina através do espírito santo, mas antes, são guiadas pela necessidade de salvar a todo o custo um mito fundamentado em cronologia irracional – a saber, que 1914 é a data do início do Reino de Deus por Cristo?

A Bíblia mostra que o teste definitivo da credibilidade de um profeta é verificar se as suas profecias ou predições se cumprem.

“‘Se um profeta presunçosamente falar em meu nome alguma palavra que eu não lhe mandei falar ou falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer. Mas talvez você diga no seu coração: “Como saberemos que Jeová não falou essa palavra?” Quando o profeta falar em nome de Jeová e o que ele disser não acontecer nem se cumprir, então Jeová não falou aquela palavra. O profeta a falou presunçosamente. Você não deve ficar com medo dele.’ – Deuteronómio 18:20-22

A Bíblia diz a respeito de Jeová:

“Desde o princípio anuncio o final, e desde os tempos antigos as coisas que ainda não foram feitas. Digo: ‘O que eu decidi ficará de pé. E farei tudo o que for do meu agrado.’(...) Eu falei e realizarei. Estabeleci o meu propósito e o cumprirei.” – Isaías 46:10, 11

Por incrível que pareça, o Corpo Governante tem a desfaçatez de argumentar, negando as Escrituras, que as profecias falhadas não são um sinal de falso profeta. Porquê?

“Será que esta admissão de cometer erros os classifica [á Watchtower] como ‘falsos profetas’? De modo algum, pois um falso profeta não admite ter cometido erros.” - w72 1/11, p.644 inglês

O argumento é, no mínimo, ridículo. É como alguém dizer: 'Eu roubei. Mas não sou ladrão, porque admiti que roubei.'


Mais alimento espiritual de péssima qualidade

Que outros ensinos foram promovidos pelo suposto “escravo fiel e prudente” após 1919 sob a supervisão de Jeová e de Cristo?

A Grande Pirâmide de Gizé foi construída sob a direcção divina e as suas medidas corroboram a cronologia bíblica relativa a 1914. Foi ensino reafirmado em 1922 (W22 15/6 p.187) e 1925 (W25 15/5 p.148); Em 1928 esse ensino foi abandonado. Agora a Grande Pirâmide era uma obra do Diabo. (W28 15/11 p.344)

A questão da ressurreição dos sodomitas tem um historial hilariante. Russell acreditava que seriam ressuscitados (w1879 1/7 p. 8 inglês); Em 1955: Não vêm á ressurreição (w55 1/04, p. 200 inglês); Em 1965, vêm á ressurreição (w65 1/8 p. 479 inglês); Em 1967, não vêm á ressurreição (w67 1/7 p.409 inglês); Em 1974, vêm á ressurreição (g74 8/10 p.20 inglês); Em 1988, não vêm á ressurreição (Revelação Climax p. 273 inglês); Em 1988 (no mesmo ano!) vêm á ressurreição (Estudo Perspicaz V.2 p. 984); Em 1988 (no mesmo ano!!!) não vêm á ressurreição (w88 1/6 p.30-31); Em 1989, não vêm á ressurreição (Poderá Viver Para Sempre p.179 - Segunda edição. A primeira dizia que sim). Se a ‘luz do conhecimento’ é progressiva, porquê as constantes reversões no entendimento para entendimentos anteriores? Em que momento, afinal se tinha a verdade?

Quem são as “autoridades superiores” de Romanos 13:1? Até 1929 eram os governos seculares (O Plano Divino das Eras p.250); Entre 1929 e 1952 eram Jeová e Jesus Cristo (w29 1/6 p.163 e w29 15/6 p.183); Em 1962, a Sociedade voltou ao ensino do tempo de Russell – as autoridades superiores são os governos (Caíu Babilónia A Grande! p. 548; w90 1/11 p.11). A mudança de entendimento em 1929 deveu-se á necessidade que Rutherford tinha de justificar a desobediência das Testemunhas ás leis seculares, como por exemplo no caso do consumo de álcool durante a Lei Seca (w29 p.121) e o serviço militar (w29 p.117), saudação á bandeira, cantar o hino nacional, proibição de pregar e outros. Quando a teologia da “sujeição relativa” foi mais tarde desenvolvida por Franz, já não havia necessidade de dizer que as “autoridades superiores” eram Jeová e Cristo, e regressou-se ao entendimento original de Russell. Mais uma vez, se o entendimento da verdade é ‘progressivo’, porque voltar atrás e adoptar entendimentos que foram descartados por não serem mais “a verdade”?

Adoração de Jesus. Até 1954, as Testemunhas de Jeová adoravam Jesus.

“Sim, acreditamos que o nosso Senhor Jesus enquanto estava na terra foi de facto adorado e era apropriado que assim fosse. Era apropriado que o nosso Senhor recebesse adoração tendo em conta que era o filho unigénito do Pai e seu agente na criação de todas as coisas, inclusivamente, do homem.” - Zion’s Watchtower 1898 15/7 p.216 inglês.

“Jeová Deus ordena a todos que adorem a Cristo Jesus porque Cristo Jesus é a expressa imagem do seu Pai, Jeová, e porque ele é o Agente Executivo de Jeová na prossecução do propósito de Jeová.” (w39 15/11 p. 339 inglês) “Jeová fez dele [Jesus] infinitamente mais alto do que os anjos, ou mensageiros, e concordemente ordena-lhes que o adorem. (...) todos os que O adorem [a Jeová] devem igualmente curvar-se e adorar o Agente Principal de Jeová nessa Organização capital, nomeadamente Cristo Jesus, o seu co-regente no trono da Teocracia.” - w45 15/10 p. 313 inglês

Em 1945, o pacto social da Sociedade Torre de Vigia foi alterado por Knorr para dizer:

“Os objectivos desta Sociedade são: (...) enviar missionários, professores e instrutores da Bíblia e de literatura bíblica e para a adoração cristã pública do Deus Altíssimo e de Cristo Jesus”. - Anuário 1945.

Só em 1999 é que o pacto social foi emendado para remover esta referência á adoração de Jesus Em 1954, no entanto, a adoração a Jesus passou a ser considerada como idolatria e as orações não mais lhe deveriam ser dirigidas. (w54 1/1 p.31 inglês)

Como é possível que, num assunto de capital importância como a adoração exclusiva de Jeová Deus o “escravo” tenha passado 36 anos a ensinar uma blasfémia?

Aniversários e Natal – Apesar de admitir que 25 de Dezembro não era a data correcta do nascimento de Cristo, e que tinha origens pagãs, os Estudantes da Bíblia, inclusive os membros da família de Betel, celebravam o Natal. (Zion’s Watchtower 1904 1/12 p.364 inglês) O Natal foi celebrado em Betel até 1926. Foi só em 1927 (A Idade de Ouro 1927 14/12) e 1928 (Anuário 1975 p. 147) que foi adoptada a posição actual, de rejeição da celebração do Natal por causa das suas origens pagãs. Os aniversários continuaram a cer celebrados entre as Testemunhas de Jeová pelo menos até á década de 1940 (w40 1/1 p.16 inglês) Foi apenas em 1951 que foi claramente ensinado que a celebração de aniversários era inaceitável. (w51 1/10 p.607 inglês). Porque o “escravo fiel” promoveu celebrações que ofendem a Deus e a Cristo por décadas após 1919?

1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano? 1926-christmas-bethel-1
Celebração do Natal no Betel de Brooklyn em 1926. Rutherford, Knorr e Henschel podem ser vistos na fotografia.

Poderia ir buscar muitos mais exemplos de ensinos que foram promovidos depois de 1919, e que foram completamente descartados ou revertidos, mas isso tornaria este artigo muito mais extenso do que já o é. Acho que o ponto fica demonstrado á saciedade: O registo mostra claramente que o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová não tem a mínima autoridade para se atribuir a si mesmo o estatuto profético de “escravo fiel e prudente”. O seu registo de predições falhadas e doutrinas falsas – antes e também depois de 1919 – não lhes confere a menor credibilidade. Juntamente com algum “alimento espiritual” saudável, produziram uma enorme quantidade de “alimento espiritual” podre e envenenado, demonstrando que não podem ter sido escolhidos por Deus e por Cristo para qualquer missão especial, em nenhum momento da história.


(Continua ...)

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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 16:13

(Continuação ...)

CONCLUSÃO


Precisamos examinar, não apenas aquilo em que pessoalmente acreditamos, mas também aquilo que é ensinado por qualquer organização religiosa com a qual estejamos associados ... Se somos amantes da verdade, não há nada a temer desse exame.” – A Verdade Que Conduz Á Vida Eterna (1968), p. 23 Inglês

“...realmente, deseja estar associado com uma religião que não foi honesta consigo?” – É Esta Vida Tudo O Que Há? (1974) p. 46

Diz o adágio popular que é pela boca que morre o peixe. Bem se pode dizer o mesmo acerca da organização das Testemunhas de Jeová. Basta procurar na literatura que a própria Sociedade Torre de Vigia produziu desde 1879 para encontrar ali mesmo as evidências de ensinos, predições e tomadas de posição que foram sendo descartados porque mostraram ser falsidades embaraçosas.

Jesus disse:

Os homens prestarão contas no Dia do Julgamento por toda a declaração sem valor que fizerem; pois pelas suas palavras você será declarado justo e pelas suas palavras será condenado.” – Mateus 12:36, 37

Ao longo da sua existência, a Organização publicou um impressionante acervo de “declarações sem valor” que foram sendo abandonadas e substituídas por novos entendimentos, os quais, frequentemente, também foram descartados e substituídos por outros. Embora figuras do passado como C.T. Russell, J.F. Rutherford e F.W. Franz sejam tratados com muita reverência, a verdade é que os seus escritos não mais são impressos e já não são disponibilizados pela Organização. Quem os quiser ler terá de procurar em colecções pessoais, em leilões na internet, e pode esperar ser criticado por andar a ler livros com entendimentos ultrapassados. Até as citações na literatura actual dos escritos desses tempos são extremamente limitadas e escolhidas a dedo para não causar embaraços.

Mas, em cada momento da sua história, a Organização afirmou dogmaticamente que o que estava a publicar era “a verdade”; que é o único canal que Deus usa para comunicar as verdades da Bíblia á humanidade; e que as publicações da Sociedade Torre de Vigia são produzidas sob a supervisão pessoal de Jeová e que têm um valor e autoridade semelhantes aos da Bíblia:

“Jeová providenciou a sua organização visível, o seu “escravo fiel e discreto” composto de cristãos ungidos com o espírito, para ajudar cristãos em todas as nações a entender e aplicar a Bíblia nas suas vidas. A menos que estejamos em contacto com este canal de comunicação que Deus está a usar, não faremos progresso na estrada da vida, não importa quanta leitura da Bíblia nós possamos fazer.” – w81 1/12 p.27 em inglês.

“Era de esperar que o Senhor tivesse um meio de comunicação com o seu povo na terra, e ele tem mostrado claramente que a revista chamada A Sentinela é usada para este propósito.” – Anuário de 1939 p. 85 em ingês.

“Jeová providenciou a sua santa Palavra escrita para toda a humanidade e ela contém toda a informação que é necessária para os homens encontrarem um rumo que os conduz á vida. Mas Deus não fez com que essa Palavra falasse de modo independente ou iluminasse verdades vitais por si própria. (...) É através da sua organização que Deus providencia esta luz (...) Se queremos andar na luz da verdade temos de reconhecer não apenas Jeová Deus como nosso Pai mas a sua organização como a nossa mãe.” – w57 1/5 p.274 em inglês

“Considere também o facto de que, em toda a terra, apenas a organização de Jeová é dirigida pelo espírito santo de Deus, ou força activa.” – w73 1/7 p.402 em inglês

“A organização é teocrática, ou seja, é dirigida por Deus ... nos nossos dias o Corpo Governante ... está instalado na sede mundial das Testemunhas de Jeová.” – Adore o Único Deus Verdadeiro (2006) p.132 inglês

“[A organização foi] comissionada para servir como porta-voz e agente activo de Jeová ... comissionada para falar como profeta em nome de Jeová.” – As Nações Terão De Saber Que Eu Sou Jeová – Como?” (1971) p. 58, 62 inglês

Os seis volumes dos Estudos Nas Escrituras são práticamente a Bíblia numa forma ordenada por tópicos. Quer isto dizer, eles não são meramente comentários acerca da Bíblia, mas são básicamente a própria Bíblia (...) se alguém meramente ler os [Estudos nas Escrituras] com as suas referências, não tendo lido uma única página da própria Bíblia, ele estará na luz ao fim de dois anos.” – w1910 15/9

“A Sentinela não é o instrumento de nenhum homem ou grupo de homens, nem é publicada pelo capricho de homens. Não é a opinião de nenhum homem que é publicada em A Sentinela. Deus é quem alimenta o seu próprio povo.” – w31 1/11 p.327 em inglês

“Esses homens [apóstatas] eram críticos dos artigos de A Sentinela, não a aceitando pelo que ela é ... o canal da verdade de Deus.” – w92 15/11, p. 19-20

Nas trascrições do caso Moyle vs Franz, o então vice-presidente da Sociedade Torre de Vigia Frederick W. Franz teceu as seguintes considerações sobre a revista A Sentinela:
Tribunal: “Não declarou que em 15 de Outubro de 1931 que A Sentinela descontinuou a publicidade dos nomes do comitê editorial, e que então Jeová Deus se tornou o editor?”
Franz: “Eu não disse que Jeová se tornou o editor. Foi notado que Jeová é quem realmente edita essa publicação, e portanto, nomear um comitê editorial não era apropriado.”
Tribunal: “Seja como for, Jeová Deus é presentemente o editor da publicação, é correcto?”
Franz: “Ele é hoje o editor da publicação”
Tribunal:”Por quanto tempo tem ele sido o editor da publicação?”
Franz:”Desde o seu início que ele a tem dirigido.”
- retirado das transcrições do julgamento, secções 2596-2597, páginas 866-867

“Para nos apegarmos á liderança de Cristo é portanto necessário obedecer á organização que ele está pessoalmente a dirigir. Fazer o que a organização diz para fazer é fazer o que Cristo manda; resistir á organização é resistir a Cristo.”w59 1/5 p.269 inglês

Pergunte-se: Se Jeová é o “Deus da verdade” (Salmos 31:5), “com quem não há variação da virada da sombra” (Tiago 1:17) e que não muda (Malaquias 3:6) e cada ‘palavra que sai da sua boca terá êxito certo’ (Isaías 55:11), então não seria de esperar que a única organização que ele supostamente usa e as publicações que ele supostamente supervisiona pessoalmente reflectissem essas características? Não seria de esperar que “a verdade”, conforme publicada pelas Testemunhas de Jeová, fosse desde o seu início até aos nossos dias, consistente e permanecente, sem correcções, reversões e repúdios? E que quaisquer novos entendimentos apenas expandissem os ensinos iniciais, sem nunca os abandonar? E que todas as predições e expectativas se cumprissem infalivelmente conforme elas foram inicialmente publicadas? Isso é o que se esperaria de uma organização dirigida por Jeová e de publicações supervisionadas directamente pelo Todo-Poderoso pelo poder do espírito santo.

No entanto, estas reviravoltas doutrinais mostram claramente que Deus nunca esteve por detrás da Organização nem dos ensinos das suas publicações. Veja-se por exemplo caricato do fascínio de C.T. Russell com a Grande Pirâmide de Gizé.  No primeiro volume dos seus Estudos nas Escrituras, O Plano Divino das Eras (1881), a Grande Pirâmide surge num gráfico como a base de cálculo para a cronologia do “plano de Deus”.

1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano? Divine_plan_of_ages_fold_out

Russell escreveu:

“A Grande Pirâmide (...) não é de algum modo uma adição á revelação escrita. Essa revelação é completa e perfeita e não carece de adições. Mas é uma forte testemunha corroborativa do plano de Deus (...) a sua construção foi planeada e dirigida pela mesma sabedoria divina (...) Se, então, foi construída sob a direcção de Deus, para ser uma das suas testemunhas para os homens, podemos razoavelmente esperar alguma alusão a ela na palavra escrita de Deus. (...) Jeová ... preparou a Grande Pirâmide como uma parte instrumental para convencer o mundo da sua sabedoria.” – Estudos Nas Escrituras, Vol.3 Venha o teu Reino (1891)  p.309-376

Russell argumentou que a passagem de Isaías 19:19-20 só se podia referir ao monumento de Gizé, e fez extensas considerações sobre como as medidas do monumento suportavam a cronologia Bíblica, conforme ele a entendia.  Tal era o seu fascínio com as pirâmides, que um monumento funerário ao lado da sua campa tem a forma de uma pirâmide.

1919 - Há base para a afirmação que Jesus escolheu a Organização das Testemunhas de Jeová neste ano? 220px-Russell_Pyramid
Túmulo de CT Russell e monumento funerário adjacente em forma de pirâmide.

Russell faleceu em 1916; sob a presidência de Rutherford, a Organização continuou a publicar artigos até 1925 em que defendia a mesma idéia de Russell:

“Nas passagens da Grande Pirâmide de Gizé, o acordo de uma ou duas medições com a cronologia da verdade presente poderia parecer acidental, mas a correspondência de dezenas de medições prova que o mesmo Deus delineou tanto a pirâmide como o plano...” – w22 15/6, p.187

No entanto, em 1928 Rutherford mudou de idéias:

“È mais razoável concluír que a grande pirâmide de Gizé, assim como as outras pirâmides adjacentes e a esfinge, foram construídos por governantes do Egipto e sob a direcção de Satanás, o Diabo ... Então Satanás colocou este conhecimento em pedra morta, que bem se pode chamar de a Bíblia de Satanás e não de a ‘testemunha de Deus em pedra’...” - w28 15/11 p.344

E em 1956 a Organização arrumou de vez o assunto:

“a Grande Pirâmide não foi construída sob a orientação de Deus (...) não foi construída por aqueles comprometidos com a adoração verdadeira de Jeová Deus, mas por aqueles dedicados á astrologia, uma manifestação da religião do Diabo, e foi construída para o avanço dessa religião.” – w56 15/5 p. 297-298

O livro Proclamadores orgulhosamente liga o seu entendimento das Escrituras ao trabalho de Russell. Diz-se a respeito das Testemunhas de Jeová:

“O seu actual entendimento das verdades bíblicas e as suas actividades remontam á década de 1870 e á obra de C.T. Russell e de seus associados, e de lá á Bíblia e ao cristianismo primitivo”  - Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino de Deus (1993), p. 41

Mais tarde, como é hábito da Organização, a culpa foi atirada para cima de irmãos anónimos:

“Alguns estudantes da Bíblia entusiasmaram-se com a medição de várias partes da pirâmide para determinarem assuntos tais como o dia em que seriam levados para o céu! – w02 1/1.

A realidade é que não foram “alguns estudantes da Bíblia”; foi o próprio venerado fundador das Testemunhas de Jeová que introduziu esse ensino, e o segundo presidente continuou a proclamar essa crença muito depois de 1919!.

O que verdadeiramente impressiona é que a Organização publica estes ensinos com um grau de dogmatismo verdadeiramente agressivo, usando qualificativos como "inquestionavelmente", "sem dúvida", "absolutamente", "indubitavelmente", "certamente"...etc. Para depois renegar esse ensino e substituir por outro diferente, até completamente oposto, mas usando novamente os mesmos qualificativos. E ai de quem ouse questionar!

Em anos recentes o Corpo Governante tem procurado desvalorizar a figura e os ensinos de Russell. Em vez de uma reverenciada figura-chave na história moderna do povo de Deus, a Russell á agora creditado o papel mais obscuro de precussor, semelhante a João Baptista (ver A Sentinela 15/7/2013 p.9-14) Apesar de razoável, esta comparação esbarra no seguinte facto: João Baptista, apesar de limitado no seu entendimento do papel de Jesus, nunca ensinou mentiras, falsas profecias ou promoveu ensinos satânicos!

Compreende-se o incómodo da Organização: No actual corpo de doutrina das Testemunhas de Jeová resta muito pouco daquilo em que Russell acreditava. Na realidade, se alguém hoje numa congregação fosse defender doutrinas defendidas por Russell (como, por exemplo, a universalidade da esperança celestial para todos os cristãos), tal pessoa seria desassociada por apostasia!

O problema da Sociedade Torre de Vigia (ou da sua incarnação mais recente, JW.ORG) e das suas lideranças, é que elas não têm um registo minimamente credível como porta-vozes de Deus. As suas supostas “credenciais” são falsas. A eles aplicam-se aptamente as duras palavras encontradas em Ezequiel:

Ai dos profetas insensatos que seguem as suas próprias idéias sem terem visto coisa alguma! (...) Eles têm visões falsas e predizem uma mentira; estão dizendo: ‘Esta é a palavra de Jeová’, apesar de Jeová não os ter enviado, e ainda esperam que a sua palavra se cumpra. Por acaso não são falsas as visões que vocês têm e não é uma mentira o que predizem? Vocês dizem: ‘Esta é a palavra de Jeová’, apesar de eu não ter dito nada. Portanto, assim diz o Soberano Senhor Jeová: “Visto que vocês falam falsidades e suas visões são mentirosas, eu estou contra vocês.” – Ezequiel 13:3-8

Entre as muitas “visões falsas” e “predições mentirosas” está a data de 1914. Directamente desta data depende a crença que em 1919 a liderança da Sociedade Torre de Vigia foi escolhida por Cristo para representar a Jeová e a Jesus como porta-vozes e canal de comunicação aqui na terra. Essa é uma visão profética falhada. Deus não lhes disse nada, não lhes deu qualquer designação, não os escolheu para nada. Russell, assim como Rutherford, Knorr, Franz, Henschel e o actual Corpo Governante nomearam-se a si próprios como representantes de Deus na terra e exigiram das Testemunhas de Jeová que os escutassem e obedecessem sem questionar.

Mas, se tal designação nunca ocorreu, sucede que a Organização não tem qualquer autoridade para exigir tal obediência. A noção de que Deus necessariamente tem uma Organização na terra e que a salvação é impossível á parte desta Organização é uma mentira engenhosamente montada ao longo de mais de um século para manter mentalmente cativos as Testemunhas de Jeová que imaginam estar a agradar a Deus e a Cristo por se sujeitarem á liderança humana da Organização.

“Jeová está a usar hoje apenas uma organização para cumprir os seus propósitos. Para receber vida eterna num paraíso terrestre temos de nos identificar com essa organização e servir a Deus como parte dela” – w83 15/2, p.12

Esta afirmação é uma fraude e estas são palavras vazias; ninguém precisa ficar refém delas. A Organização violenta a liberdade de adoração das Testemunhas de Jeová e maltrata aqueles que, ainda que desejando sinceramente adorar a Jeová e seguir a Cristo, não concordam com muitos dos ensinos e práticas advogadas por esta Organização. Mas lembre-se: NÃO TEMOS QUE TER MEDO DELES PORQUE ELES NÃO REPRESENTAM A NINGUÉM A NÂO SER A SI MESMOS. Este Corpo Governante e esta Organização e este grupo religioso não foram seleccionados para nenhum propósito especial. Imagino que custe a aceitar não ser especial, quando a vida toda lhe foi dito que era especial. Mas esta é a realidade pura e simples. E não deve ser temida.

Os cristãos são livres de terem uma relação pessoal com Jeová e Jesus Cristo sem precisarem de uma organização que se coloque de permeio e lhes faça a exigência que só através dela podem chegar a ter a aprovação de Deus e de Cristo.

Jesus disse:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” – João 14:6

e

“Escutem! Estou em pé á porta e estou batendo. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei na sua casa e tomarei a ceia com ele, e ele comigo”. – Apocalipse 3:20

Nunca Jesus mencionou que iria constituir uma organização que serviria como intermediária entre o crente e Deus. Ele mesmo era o caminho, e cada um individualmente poderia escolher ouvir a voz de Jesus e abrir a porta da sua vida para ele, sem necessidade de uma organização liderada por homens. Os cristãos que se deixam vencer por esta mentira, seja ela ensinada pela JW.ORG ou qualquer outra organização religiosa acabam sendo cativos de homens e de ensinos de homens e nunca encontrarão a almejada “liberdade dos filhos de Deus”. – Romanos 8:21

A escolha é sua. Não deixe que outros decidam por si.

FIM

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Última edição por EdenOne em Dom maio 29 2016, 16:27, editado 4 vez(es)
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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 16:19

uff...e agora preciso de umas férias....

Cool Cool Cool Sleep Sleep Sleep sunny sunny sunny sunny king king king farao farao farao

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Mensagem por HALDYS Dom maio 29 2016, 17:17

lid. obrigado pela extensa pesquisa só nos conforta de que fizemos sair desta organização..
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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 20:45

Obrigado Nubia. Não respondi antes porque estava focado em acabar o artigo.
Como pudeste ver, a regra de um-dia-por-um-ano não é uma "regra bíblica". É uma forma arbitrária de ler as profecias, que a maior parte das vezes tem feito tropeçar aqueles que acham que existe uma cronologia oculta na Bíblia.

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Mensagem por hocosi Dom maio 29 2016, 20:54

Parabéns EdenOne pelo excelente artigo que certamente exigiu muita pesquisa. Por mim já há muito que detetei essas incoerências e peripécias doutrinais e dogmáticas, mas os que ainda são Testemunhas de Jeová farão bem em refletir se querem continuar a seguir homens velhacos que vivem à custa das interpretações bombásticas das Escrituras.

Receberão um julgamento mais pesado por isso? Não me parece pois a existir um Deus ele deve estar a rir-se às gargalhadas pelas parvoíces dos lideres religiosos e muito mais da ingenuidade de eus seguidores.
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Mensagem por TJ esclarecido Dom maio 29 2016, 21:33

EdenOne,

Parabéns pelo excelente artigo!  aplausos
Tema muito bem tratado e obrigado por partilhares connosco aqui no fórum, mas acho que se o enviasses
também a TJs no activo deixavas muita gente a pensar.
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Mensagem por Dream5 Dom maio 29 2016, 21:47

Mas vós ainda acrediteis nesse livro de receitas e de historietas a bíblia?
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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 22:00

Eu pessoalmente já não acredito - de um ponto de vista devocional. Acho a Bíblia interessante enquanto documento e objecto de estudo, mas não mais me guio por ela. Mas para tentar raciocinar com alguém que é crente, só pegando na Bíblia e usando-a da mesma maneira que a Watchtower faz, desmontar as suas mentiras usando a mesma ferramenta que eles usam.

A Bíblia é um pouco como a chave para uma porta...serve para trancar e fechar ...mas também serve para destrancar e abrir...

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Mensagem por mentalista Dom maio 29 2016, 22:16

E eu vou precisar de umas férias agora depois de lê-lo... Very Happy
Excelentes pesquisas e artigo!
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Mensagem por JaFuiTJ Dom maio 29 2016, 22:21

hocosi escreveu:Parabéns EdenOne pelo excelente artigo que certamente exigiu muita pesquisa.

Pois, pois e eu que o diga!

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Mensagem por hocosi Dom maio 29 2016, 22:29

JaFuiTJ escreveu:
hocosi escreveu:Parabéns EdenOne pelo excelente artigo que certamente exigiu muita pesquisa.

Pois, pois e eu que o diga!

JaFuiTj

Imagino o cenário, sim. Horas a fio a colocar as informações em ordem lógica e coerente. E a esposa: "marido a comida está na mesa" " descansa um pouco" " anda dormir amanhã acabas isso".... tass bem
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Mensagem por EdenOne Dom maio 29 2016, 22:32

hocosi escreveu:
Imagino o cenário, sim. Horas a fio a colocar as informações em ordem lógica e coerente. E a esposa: "marido a comida está na mesa" " descansa um pouco" " anda dormir amanhã acabas isso".... tass bem

Era muito mais fácil preparar discursos públicos ... Demorava só um par de horas Morrer a rir
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Mensagem por JaFuiTJ Dom maio 29 2016, 22:51

hocosi escreveu:
JaFuiTJ escreveu:
hocosi escreveu:Parabéns EdenOne pelo excelente artigo que certamente exigiu muita pesquisa.

Pois, pois e eu que o diga!

JaFuiTj

... E a esposa: "marido a comida está na mesa" " descansa um pouco" " anda dormir amanhã acabas isso".... tass bem

Como é que tu sabes essas coisas? Eu só estava a cumprir com aquele texto de Provérbios 31 da .... esposa capaz ... que vale mais .....   Morrer a rir   Morrer a rir  

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Mensagem por SenorRodriguezG Dom maio 29 2016, 23:44

Já tive oportunidade de ler todo o artigo e...

aplausos aplausos aplausos aplausos aplausos aplausos
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Mensagem por PenaBranca Seg maio 30 2016, 23:10

Fantástico ! Vou reler e se me permitires roubar alguma info para responder a uma carta de alguém muito preocupado com a minha saúde espiritual e falta de amor a Orga do sr jójó.
Enfim matéria espetacularmente bem esplanada!
Mas sinceramente acho que tanta inteligência só te faz mal
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Mensagem por JaFuiTJ Ter maio 31 2016, 05:46

LadieX escreveu:Fantástico ....
Mas sinceramente acho que tanta inteligência só te faz mal

Olha já pareces um ancião da nossa antiga congregação que quando saiu com EdenOne á pregação disse-lhe:
" Ó irmão, tanta inteligência, tanta pesquisa; isso só lh faz é mal!
O CG já preprou a "papinha  toda para nós, só temos que engolir". Irritado Irritado

Só faltou dizer que já vinha mastigada. (que nojo)  Vómito

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