Como reagiram os irmãos quando deixou de ser proibido o serviço cívico?

Quem não se lembra quando, em 1996, A Sentinela, 1 de Maio de 1996, pág. 19, disse:

“Pode o cristão dedicado prestar tal serviço? Novamente, o cristão dedicado e batizado terá de fazer a sua própria decisão.”

Depois de muitos anos mantendo obrigatório a proibição do serviço cívico a todas as TJ convocadas para ele (mesmo sem entenderem as razões), eis que no ano de 1996, um artigo expunha a "nova luz": era agora um assunto de consciência!

Como reagiram os irmãos na congregação?
Certamente muitos ficaram aliviados, outros revoltados, e outros passou-lhes simplesmente ao lado.

Mas o que fez a Organização de forma a auto-elogiar-se de tal decisão "amorosa"?
Leiam vocês mesmos:

“A EDIÇÃO de 1.° de maio de 1996 de A Sentinela continha uma consideração abrangente sobre a neutralidade cristã e como equilibrar nossas responsabilidades para com Jeová e “César.”... Recebemos muitas expressões de apreço pelas novas informações, entre elas a seguinte carta, escrita por uma Testemunha de Jeová na Grécia e dirigida ao Corpo Governante das Testemunhas de Jeová: “Quero expressar minha mais sincera gratidão a vocês, meus queridos irmãos, por cuidarem tão bem de nós em sentido espiritual. Por ter passado cerca de nove anos na prisão, por causa da minha fé cristã, aprecio sinceramente as maravilhosas informações da edição de 1.° de maio de 1996 de A Sentinela. O esclarecimento publicado em A Sentinela de 1.° de maio foi bem recebido aqui na Grécia, especialmente pelos que passaram vários anos na prisão ou ainda estão presos por causa da fé.”— A Sentinela, 1 de Novembro de 1996, pág. 27

Eu era um dos que iria ter de enfrentar essa situação, cheguei a ter audiencia com o juiz marcada mas nessa altura a lei mudou e todos os casos passaram a ser analisados por uma comissão nacional. Nessa mudança o meu processo deve ter ficado perdido nalguma gaveta pois nunca mais fui chamado para nada. Neste caso a desorganização dos serviços deste pais funcionou a meu favor.
Mas , agora olhando para trás, fico estupefacto comigo próprio. Como é que pude ser tão cego!!! Fazia o que me mandavam e pronto. Como é que esse artigo me pôde passar ao lado? Isso é a coisa mais imbecil e cinica dentre todas as que já vi aqueles velhos decrépitos fazer!!! Andaram a brincar com a vida de tantos jovens e depois têm a lata de escever uma coisa dessas? Isso é pior do que gozar com as pessoas, é defecar-lhes em cima! E eu feito burro aceitava e sorria...

Em 1990 eu já tinha mandado esta gentinha ás urtigas!
Isso não me livrou de ir primeiro a um tribunal civil e posteriormente a um militar dois anos depois, correndo ainda o risco de ser incorporado com 33 anos de idade!
Tudo isso porque um dia decidi cumprir ordens do Corpo Desgovernado TJ.
Se esse artigo tivesse saído nos tempos de áureos dos meus 18 anos... que saudades, certamente que a minha consciência me diria para servir o meu país, fosse em que função fosse.

IT

Eu fui ao tribunal algumas vezes , gastei bastante dinheiro com o advogado quando olho para trás como fui tolo se tivesse ido a espeção militar ficava livre de certeza mas fui na conversa da ORG

O meu caso foi analisado por uma Comissão Nacional e obtive o estatuto de Objector de Consciência e fiquei livre do Serviço Militar e não fui obrigado a prestar serviço civico.

O meu irmão é mais novo e já não lhe foi dada a mesma possibilidade. Teve que optar entre fazer o serviço civico ou ir preso. Em consciência (e com o apoio do resta da familia) decidiu fazer o serviço civico e ficou na situação de dissociado.

Foi um periodo bastante dificil porque nenhum de nós conseguia entender a posição do CG. Quando vieram dar o dito pelo não dito, o sentimento foi de muita revolta e isso foi, no meu caso, o primeiro sinal de que alguma coisa na organização não estava bem.