Reino Unido põe fim a missas católicas «gay»

(Fonte da notícia: TVI 24)

A última missa católica para homossexuais na igreja de Nossa Senhora da Assunção em Londres é celebrada este domingo. Chega assim ao fim uma prática de anos que opunha dentro e fora do templo defensores e opositores do movimento gay.

A decisão de terminar a prática quinzenal daquele serviço religioso no bairro londrino do Soho começou por ser anunciada pelo arcebispo da diocese de Westminster, Vincent Nichols, líder da Igreja Católica em Inglaterra e no País de Gales, no início de janeiro. O argumento invocado era o facto de ser inadequada às determinações da igreja em relação à sexualidade, escreve a Lusa.

Vincent Nichols, ele próprio um ex-defensor das missas, disse num discurso em 2 de janeiro, citado pelo «The Guardian», que os preceitos morais da Igreja Católica estabelecem que o «uso adequado da nossa faculdade sexual é dentro do casamento, entre homem e mulher, aberto à procriação e promoção da vida humana».

As missas 'gay' do Soho, as únicas do género em todo o Reino Unido, atraíam os protestos dos conservadores católicos, que quinzenalmente se manifestavam no exterior da igreja há seis anos. O fim destas missas pode ser entendido como uma vitória dos conservadores, apesar de garantias reiteradas dos organizadores dos serviços religiosos para gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBT) de que não se tornariam numa plataforma para desafiar os ensinamentos da igreja católica em relação à homossexualidade.

Durante muitos anos a diocese de Westminster «tentou estender a prática pastoral da igreja aos que vivem a experiência da atração pelo mesmo sexo. Esta prática foi motivada pela consciência das dificuldades e isolamento por que passam estas pessoas e pelo imperativo do amor de Cristo por todos», disse o líder da Igreja Católica em Inglaterra no discurso de janeiro.

A organização de defesa dos direitos homossexuais Stonewall lamentou este domingo a decisão, considerando «uma grande pena», de acordo com a BBC.

Andrew Brown, jornalista, escritor, e editor da secção de «Crenças» no The Guardian vai mais longe. No seu blog, alojado no site do título britânico, considera que a decisão constitui mais um passo da Igreja Católica na luta contra o casamento entre pessoas do mesmo género e lembra que Vincent Nichols tem sido uma das principais vozes contra os planos do governo britânico de alterar a lei nesse sentido.

Uma missa gay é na sua essência um contra-senso. Ainda assim era uma belíssima forma de demonstrar amor cristão que termina.