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Excertos de literatura, Poesias e Pensamentos.

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Mensagem por mjp Qui Set 12 2013, 00:31

Vi-te isolada, atormentada
Sentaste-te e choraste
Falaste-me, entre gestos
De desigualdade
Diferença
Apontaste – a roda de crianças
Beijei-te as lágrimas
E disse: és uma borboleta
Voa, acima dessa roda.

Ela sorriu: e voou.


Olívia Santos

Há coisas giras no facebook... às vezes, lá entra uma.
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Mensagem por mjp Sáb Set 21 2013, 15:26

Um amigo. (gosto deste tipo, embora por vezes aparvalhe... como todos nós! Morrer a rir )

O que Distingue um Amigo Verdadeiro  Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.

Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.

Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c.
Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'
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Mensagem por mjp Dom Set 22 2013, 09:28

Não faço minhas, todas estas palavras.

Mas pronto! Algo de parecido. Sou, pelos vistos, muito mais independente que o VInicius, mas isso foi só porque a vida me quis assim.


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Mensagem por mjp Qui Out 03 2013, 23:49

Quem o perceber que pense! E quem pensa que o perceba.

Já andava com saudades desde meu "amigo".

Toda a Sociedade Está dentro de Mim

Fazer qualquer coisa ao contrário do que todos fazem é quase tão mau como fazer qualquer coisa porque todos a fazem. Mostra uma igual preocupação com os outros, uma igual consulta da opinião deles - característica certa da inferioridade absoluta. Abomino por isso a gente como Oscar Wilde e outros que se preocupam com seres imorais ou infames, e com o impingir paradoxos e opiniões delirantes. Nenhum homem superior desce até dar à opinião alheia tal importância que se preocupe em contradizê-la.
Para o homem superior não há outros. Ele é o outro de si próprio. Se quer imitar alguém, é a si próprio que procura imitar. Se quer contradizer alguém, é a si mesmo que busca contradizer. Procura ferir-se, a si próprio, no que de mais íntimo tem... faz partidas às suas próprias opiniões, tem longas conversas cheias de desprezo e com as sensações que sente. Todo o homem que há sou Eu. Toda a sociedade está dentro de mim. Eu sou os meus melhores amigos e os meus verdadeiros inimigos. O resto - o que está lá fora - desde as planícies e os montes até às gentes - tudo isso não é senão paisagem...

Fernando Pessoa, in 'Reflexões Pessoais'
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Mensagem por mjp Qua Out 09 2013, 20:50

Há sérias evidencias de que o ser humano não progride. A estupidez, tudo indica, não tem limites e resolveu concentrar seus esforços na maldição milenar chamada politicamente correto.

Deram agora pra se meter na literatura. Um dos exemplos mais revoltantes é a mudança do nome do famoso romance policial de Agatha Christie “O caso dos dez negrinhos”. Não leu? É ótimo. Mas se for a uma livraria para comprá-lo terá que pedir por um tal de “E não sobrou nenhum”. O novo título é uma exigência da empresa americana que detém os direitos sobre a obra. E a Ilha do Negro, local onde se passa a história, foi rebatizada como Ilha do Soldado. Com medo de serem acusados de racismo, os editores optaram por praticar esses atentados. Detalhe: os tais negrinhos são estátuas de porcelana...

Fosse um caso isolado, já seria motivo de preocupação. Não é. Essa obsessão doentia já tomou a forma de patrulhas internacionais. Tanto que essa praga já chegou por aqui. Recentemente, entidades “afro-brasileiras” exigiram que o governo parasse de distribuir obras de Monteiro Lobato. "Caçadas de Pedrinho" e "Negrinha" foram consideradas obras racistas e sexistas. Não é caso de internação, essa demência?

É preciso travar uma guerra sem trégua com essa gentinha tacanha que dedica suas vidas miseráveis a enfiar o bedelho em tudo que não lhe diz respeito. Não podemos mais aceitar passivamente que o mais retrógrado se estabeleça como avanço, muito menos que um discurso reacionário, segregacionista, use como disfarce a defesa das chamadas minorias. Essa turma é do mal.

No fundo, estimulam o embranquecimento do mundo. A simples menção de palavras como negro, judeu, polaco, mulata e dezenas de outras passaram a ser tratadas como ofensa. Esses beócios acham que, assim, eliminam o preconceito por decreto. Isso não só é um raciocínio absolutista como teria o efeito contrário de eliminar as diferenças e características próprias da multiplicidade humana. Por omissão, prevaleceria o que é dominante. No caso, o branco ocidental capitalista.

A obra de Jorge Amado, por essa lógica esquizofrênica, seria banida integralmente. Não mais conheceríamos os seus negros e mulatas erotizados, que tanto divulgaram (de forma positiva) a cultura e a sociedade baianas, com sua fortíssima ascendência africana. E Castro Alves com seu “Navio Negreiro”? E “A Negra” nua e curvilínea de Tarsila do Amaral? E o “Lavrador de Café”, de Portinari? Só muita perversidade para enxergar nessas obras-primas algum mínimo sinal discriminatório ou opressor.

Como bem disse o escritor francês Roland Barthes, fascismo não é impedir de dizer, mas obrigar a dizer. Seja o que for, o que não podemos mais é ficar calados. Banidos têm que ser esses senhores e senhoras que enfiam suas patas na arte e na liberdade. Eles são nojentos.

http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2013/09/13/o-policamente-correto-quer-acabar-com-as-minorias/
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Mensagem por mjp Ter Out 15 2013, 13:51

Meu pensamento do dia:

Quando a verdade abandona a razão, passa a verdade a ser manipulável e ao serviço de interesses; quando assim acontece, deixa a verdade de ser razão e a razão de ser verdade, e ambas passam a ser política. Na posse da política, já a verdade não serve mais a razão, nem a razão a verdade, mas ambas, outrossim, o poder. Mas que perigosíssima contradição! Pois que jamais o poder foi amigo da verdade.
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Mensagem por mjp Sáb Out 19 2013, 08:41

Os mistérios da vida, sua beleza e profundidade, não podem ficar reduzidos ao almoço e ao jantar, à roupinha bonitinha que se trás em cima da pele e ao inevitável satisfazer das nossas necessidades e instintos biológicos; que poder, pode... mas que o resultado disso é este mundo em que vivemos... a mim, não me restam dúvidas nenhumas.

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Mensagem por mjp Seg Nov 04 2013, 01:23

NAU CATRINETA

Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide agora, senhores,
Uma história de pasmar.
Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar,
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que a não puderam tragar.
Deitaram sortes à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.
- "Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal!"
- "Não vejo terras de Espanha,
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar."
- "Acima, acima, gageiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal!"
- "Alvíssaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terras de Espanha,
Areias de Portugal!"
Mais enxergo três meninas,
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar."
- "Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-se casar."
- "A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar."
- "Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar."
- "Não quero o vosso dinheiro
Pois vos custou a ganhar."
- "Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual."
- "Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar."
- "Dar-te-ei a Nau Catrineta,
Para nela navegar."
- "Não quero a Nau Catrineta,
Que a não sei governar."
- "Que queres tu, meu gageiro,
Que alvíssaras te hei-de dar?"
- "Capitão, quero a tua alma,
Para comigo a levar!"
- "Renego de ti, demónio,
Que me estavas a tentar!
A minha alma é só de Deus;
O corpo dou eu ao mar."
Tomou-o um anjo nos braços,
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;
E à noite a Nau Catrineta
Estava em terra a varar.

ALMEIDA GARRETT
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Mensagem por mjp Qua Nov 06 2013, 22:27



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Mensagem por mjp Qua Nov 06 2013, 22:28

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Mensagem por mjp Qua Nov 06 2013, 22:30

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Mensagem por mjp Qua Nov 06 2013, 22:31

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Mensagem por mjp Qua Nov 06 2013, 22:34

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Mensagem por mjp Qua Nov 06 2013, 22:38

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Mensagem por mjp Qui Nov 07 2013, 12:01

"Nem tudo é como a gente quer. No entanto, isso não quer dizer que não é tudo o que precisamos. Muitas vezes, essas coisas que a vida nos coloca pelo caminho são bem melhores do que gente esperava. Veja bem, a hora mais bonita do dia é aquela em que o céu fica vermelho, e não azul. As mais belas noites são aquelas poucas em que a lua pega emprestada quase toda a luz do sol e a gente não precisa de lanterna pra caminhar. Exemplos não me faltam: a gente só ama o frio porque pode se envolver em mil casacos e cobertores, bem como agradecemos pelo escaldante sol de verão somente após mergulharmos num mar gelado. Eu posso não ser o que tu esperavas, mas a gente não escolhe o que quer sonhar quando coloca a cabeça no travesseiro. E que atire a primeira pedra quem não gosta de sonhar aqui. Eu posso não ser o tudo que tu precisavas, mas a gente vive e morre sem saber do que realmente precisamos. Eu posso não bastar. Então que baste o amor."

Lucas Silveira.  (seja lá quem for o gajo, tiro-lhe o chapéu.)
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Mensagem por mjp Dom Nov 10 2013, 23:56

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Mensagem por mjp Qui Nov 14 2013, 12:37

Somos Vítimas de uma Prolongada Servidão Colectiva

Produto de dois séculos de falsa educação fradesca e jesuítica, seguidos de um século de pseudo-educação confusa, somos as vítimas individuais de uma prolongada servidão colectiva. Fomos esmagados (...) por liberais para quem a liberdade era a simples palavra de passe de uma seita reaccionária, por livres-pensadores para quem o cúmulo do livre-pensamento era impedir uma procissão de sair, de maçãos para quem a Maçonaria (longe de a considerarem a depositária da herança sagrada da Gnose) nunca foi mais do que uma Carbonária ritual. Produto assim de educações dadas por criaturas cuja vida era uma perpétua traição àquilo que diziam que eram, e às crenças ou ideias que diziam servir, tínhamos que ser sempre dos arredores...

Fernando Pessoa, in 'Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional'


Porque na base de tudo estão as pessoas... sem educação e formação não há sociedades livres e democráticas, progressistas e desenvolvidas.

E um povo de burros, come toda a palha que se lhe quiser dar, mesmo quando a palha seja a educação e a formação que pensam que recebem. Mas como são avessos ao pensamento, não discernem se o que recebem tem validade/qualidade ou não.

Um círculo vicioso que só pessoas de bem no poder, poderiam quebrar.

Pessoas de bem em Portugal, uma reserva moral de confiança, lamento informar, mas só as vislumbro nos altos quadros e altas patentes das Forças Armadas.


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Mensagem por mjp Seg Dez 02 2013, 23:21

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Mensagem por mjp Seg Dez 02 2013, 23:24



Se tanto me dói que as coisas passem

É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem


Sophia de Mello Breyner Andresen
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Mensagem por Agnostic Seg Dez 02 2013, 23:48

Eu não sou grande leitor. Já fui, em jovem. Lia que me fartava. Depois... perdi esse hábito, fruto de olhos e cabeça fatigados por horas de ecrans, por motivos profissionais, desde tenra idade.
Poesia, ainda menos. É raro haver um poema que, por si só, me prenda, e eu o retenha. Porém, quando um grande poema faz um casamento feliz com uma grande musica ou grande interpretação, aí sim, as coisas acontecem, para mim. E foi assim que conheci o Ary, nas canções do Tordo, nos fados do Carlos do Carmo, e outros.
E foi assim que conheci este poema do Eugénio de Andrade, na voz da Simone, há muitos anos. Aqui fica, o casamento perfeito:



Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.
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Mensagem por António Madaleno Qui Dez 05 2013, 16:50

DIFÍCIL É SER FEITO ASSIM

difícil é esperar
o nada
o nunca
que lá longe vêm

é o perigo de se confiar
no vazio
no jamais
naquilo que distante chega

e difícil é estar certo
do incerto
convicto
de coisa nenhuma

difícil é ser feito assim
feito vácuo
feito oco
feito vão dentro de mim

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Mensagem por António Madaleno Sex Dez 06 2013, 13:52

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“For to be free is not merely to cast off one's chains, but to live in a way that respects and enhances the freedom of others.”

Nelson Mandela, 1918-2013.
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Mensagem por mjp Sáb Dez 07 2013, 20:33

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

Fernando Pessoa, 1934
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Mensagem por António Madaleno Dom Dez 08 2013, 14:35

Ode às mulheres

Tens a graça natural
Que em ti sempre reluz
A beleza eterna - ideal
E a inocência que seduz

Me entrego ao teu feitiço
Admirado por teu encanto
Ao teus olhos sou noviço
Que há de aprender tanto

Governanta em teu ninho
Não há dúvidas em teu caminho
Tu sabes bem o que quer

Dona da suprema beleza
Criação perfeita da natureza
Assim fez-te a Deusa - Mulher!

Adrian Monteiro
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Mensagem por António Madaleno Dom Dez 08 2013, 18:04

Homenagem a Madiba
ROBERTO CARNEIRO

O mundo chora a morte de Nelson Mandela, Madiba, na designação afetiva sul-africana, o prisioneiro 46.664 de Robben Island, na nomenclatura fria do cativeiro que ele suportou estoicamente durante mais de 26 anos.

O Nobel da Paz em 1993, Presidente da República Sul-Africana entre 1994 e1999, Mandela representa aos olhos de todos nós o último dos grandes estadistas do século XX, o verdadeiro Homem de Estado portador de uma envergadura moral admirável.

De Madiba guardo recordações pessoais intensas.

Mas estas não vêm ao caso, num momento de dor intensa da humanidade, na hora de uma perda irreparável que se vinha adivinhando nos últimos meses, pela luta desigual que Madiba vinha conduzindo contra a doença que o fragilizava, dia após dia, e que inelutavelmente o vergaria.

O testemunho que julgo oportuno prestar, a título de homenagem derradeira a uma figura superlativa do nosso tempo, prende-se com uma experiência pessoal cujo relato nunca tive a coragem de reduzir a escrito.

Decorria adiantado o ano de 1996. Pairavam ainda no ar fumos de ódio na África do Sul, resquícios do apartheid que, durante décadas, submeteu os não-brancos a humilhantes segregações por parte da minoria branca. Bandos de negros ressabiados apelavam nas ruas ao revanchismo sumário contra os antigos repressores.

É nesta complexa conjuntura social, sentado num barril de pólvora que ameaçava explodir a qualquer momento, que Madiba institui no ano de 1995, por lei especial (Promotion of National Umity and Reconciliation Act No. 34), as Comissões de Verdade e Reconciliação (CVR). Estas são denominadas, em linguagem comum, restorative courts, uma espécie de “tribunais pacificadores”, nos quais vítimas – ou seus familiares directos – poderiam acarear os perpetradores dos crimes contra elas cometidos e assim obter satisfação – catarse – sem cair na pura violência vingativa.

Duas condições presidiam a esta insólita forma de acareação: (i) que o criminoso confessasse toda a verdade sem nada escamotear; (II) que a vítima, ou seu familiar, dissesse, no final, se perdoava ou não o criminoso.

Os jurados – incluindo alguns estrangeiros expressamente seleccionados e convidados para o efeito – detinham o poder, no fim do processo, ouvidas as partes e ponderadas as provas documentais, de amnistiar o réu. Essa amnistia só poderia acontecer em casos justificados e votados como tal, segundo procedimentos registados em ata, contendo as fundamentações de voto por parte de cada membro jurado.

As primeiras audições públicas tiveram lugar em 1996.

Por razões que não vêm ao caso explicitar, fui convidado – tendo participado – como jurado plenipotenciário numa CVR.

E, nessa qualidade, presenciei situações dramáticas cuja intensidade, quiçá brutalidade, mantenho ainda hoje viva na memória e no coração, passados mais de 17 anos sobre a sua ocorrência.

Faço o relato de um desses "julgamentos".

Um fazendeiro boer, homem rude e grotescamente inescrupuloso, fazia, do alto do seu 1,90 m de altura, uma descrição sádica do que fizera aos familiares de um jovem adolescente, com idade não superior a 16-17 anos, único sobrevivente do massacre levado a cabo na propriedade do primeiro.

"É verdade. Matei o teu pai à paulada. Quanto mais ele gemia, mais forte lhe acertava com o maço, na certeza de que o calaria. A tua mãe, que assistiu à morte do teu pai, cortei-a às postas, com que alimentei os porcos na pocilga. Às tuas duas irmãs, violei-as repetidamente e chamei os meus colaboradores directos para assistirem, e banquetearem-se de seguida com os corpos jovens e apetitosos que lhes oferecia, após o que as matei sumariamente, a seu pedido, em nome da preservação das suas honras."

E, continuava, por aí fora, caprichando numa prosa ignóbil, perante o nojo dos jurados, que, entre estupefactos e revoltados com tão animalesca descrição, se viam compelidos a escutar, indefesos, o incrível rol de barbáries e de violências em catadupa.

Findo o martírio de uma narrativa digna de uma besta repugnante, o presidente da CVR vira-se para o jovem negro, silencioso, por cujas faces rolavam grossas pérolas salgadas de um mar revolto que lhe invadia as entranhas, e interpela-o:

"Tens alguma coisa a dizer?"

"Sim", afoita-se o jovem, subitamente recomposto por uma notável serenidade.

Olhando de frente o sabujo criminoso, olhos nos olhos, diz-lhe numa candura de voz que nos deixou, a todos nós, gélidos: "Perdoo-te! (I forgive you!)"

Foi a estupefação generalizada na sala de audiências.

Encerrada a sessão pública, dirigi-me ao jovem que se mantinha cabisbaixo, a um canto, confortado por outros jovens amigos que, na circunstância, o procuravam animar após a duríssima prova a que se submetera.

Num impulso irrefletido, interpelei o jovem: "Como foste tu capaz de perdoar àquele animal, àquela besta destituída de princípios de moral, àquela vergonha da espécie humana?"

Respondeu-me ele: "O senhor é estrangeiro, não é?

E, perante o meu assentimento de cabeça, rematou lesto: "Pois é. Não pode compreender. É que cada um de nós, sul-africanos, transporta dentro de si um pequeno Nelson Mandela".

Dei-me subitamente conta, só então, de como a grandeza de alma do Madiba tinha modelado o espírito sul-africano elevando a capacidade de perdoar – de que ele dera testemunho eloquente – à condição estruturante da filosofia de vida do seu povo sofrido. E, mais, pelo exemplo superior, soubera fazer sentir a uma população ressentida, e ávida de vingança, que só no perdão se encontra a verdadeira e duradoura redenção humana!

Escusado será esclarecer, que os jurados, longe do espírito reconciliador do Madiba, votaram por unanimidade a não-concessão de amnistia ao repugnante réu…


Professor e investigador, Universidade Católica Portuguesa

Aos 5 de Dezembro de 2013, dia em que a humanidade se vê tristemente órfã do pai Madiba


Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/homenagem-a-madiba-1615317?fb_action_ids=690983144254292&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1377756075810060%5D&action_type_map=%5B%22og.recommends%22%5D&action_ref_map=%5B%5D
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