Preciso da vossa opinião!

Olá a todos!!!

Como já referi anteriormente, tenho andado um pouco ausente por motivos pessoais. Mas hoje aconteceu algo, para mim inesperado, e gostaria de saber a vossa opinião.

Tenho um filho com 12 anos que hoje quando o fui buscar a casa do pai (TJ) vinha com os olhos todos vermelhos de quem esteve a chorar. Como é normal, perguntei o que se passava e a muito custo ele disse-me que tinha a leitura da bíblia para fazer na próxima semana e que o pai o tinha mandado treinar. O que aconteceu foi que começou a entrar em stress porque não sabia como iria dizer ao pai que "não acreditava em Deus e que não queria fazer mais designações" porque sabia que o pai iria ficar triste com ele. A ponto de me dizer que queria ficar comigo sempre para não ter de ir às reuniões. Perguntei se o pai o encontrou a chorar, ele disse que sim, mas que não explicou o motivo porque não teve coragem!

Eu apenas disse que se era uma coisa que não queria fazer, que partilhasse com o pai o seu desejo, mas que tinha de estar consciente que não seria uma situação fácil, nem para ele nem para o pai.

Gostaria de saber a vossa opinião sobre este assunto, se existe alguma forma de explicar ou de lidar com esta situação! Apanhou-me de surpresa e não quero ferir os sentimentos do meu filho e queria lidar com isto da melhor maneira possível!

Aguardo com ansiedade...

Elektra como te entendo!!
Aconteceu o mesmo com o meu filho.
Tens de ensinar o teu filho a ser frontal ele tem que aprender a dizer "nao quero nao gosto" e é só ele que pode que resolver esse problema com o pai.
Agora estarás a pensar mas ele é uma criança!
Eu fiz isso ao meu filho sofri bastante mas hoje com 15 anos é um miúdo sem medo diz aos avós ao pai não quero então não vou .
Tens fazer o teu filho um guerreiro hoje é a religião, ele pela vida fora vai que ter de enfrentar muitos obstáculos eles te de ser ensinados desde pequenos a saber se defender.
É o que eu penso e fiz e me dei bem,custa muito é verdade mas nao me arrependo .

Obrigada Pipoca, pela tua opinião. De facto é o que estou a tentar fazer com ele, mas ver o miúdo a sofrer custa-me muito e no fundo sei que ele até ao dia de hoje sempre foi uma criança que não mostrava muito a sua opinião/personalidade! Penso que era mesmo para tentar agradar a todos...

O meu único receio é que isto possa ter mazelas futuras na sua autoconfiança, mas se o teu exemplo é positivo, espero que o meu também o seja, para o bem dele!!

Concordo com a Pipoca!
Não tenho 1 filho desta idade, mas já fui dessa idade... e fiz as coisas obrigada e isso marca ....

Tens de mostrar ao miúdo que a frontalidade e a sinceridade são fundamentais!

Agora a pergunta que faço: qual é o relacionamento que tens com o pai? É que isso devia ser também discutido pelos pais ....mesmo que estejam separados, para poderem encontrar o bem-estar da criança... mas infelizmente isto é impossível em 90% dos casos!

Olá Sara...

O meu relacionamento com o pai dele não é dos piores! O problema que eu vejo aqui é que sei que tanto ele, como a mulher dele, o meu irmão, os meus pais, os avós maternos e paternos e tios (no fundo a família mais direita dele) vai pressioná-lo muito, mostrar-lhe que vai morrer se não estiver do lado deles!

Sei disso, porque isso já aconteceu quando ele era mais pequeno ( talvez 5 anos) chegou-me a casa a dizer que estava triste porque pensava que eu ia morrer no "diluvio".

Mas se a situação se mantiver, sim, terei de ter uma grande conversa com opai dele!

Nao tenhas medo,medo é para os fracos tens é de ser corajosa.Ensina o teu filho a ter personalidade,ensina a ser forte ,confiante,isso não vai trazer mazelas.
Agora o pai também vai ter de ajudar.

Pipoca,

Acredita que tento! Mesmo...mas ele parece tão frágil!!!

Obrigada!

Disseram tudo isso ao meu filho mas o meu filho sempre manteve a palavra dele diz ao pai e aos avós que não acredita em Deus nem em diluvio nem em Cristo nem em religião alguma e quem acredita são pessoas frágeis as tj não passam de gente ignorante.
O pai aprendeu a respeitar o filho os avós nao respeitam a filha quanto mais o neto mas nao levam a mulher dele!

As crianças são muito inteligentes e também manipuladoras por vezes podemos confundir com fragilidade não conheço o teu menino mas conheço miúdos de pais separados como o teu e o meu ...bom isto dá pano para mangas...lol

elektra escreveu:Obrigada Pipoca, pela tua opinião. De facto é o que estou a tentar fazer com ele, mas ver o miúdo a sofrer custa-me muito e no fundo sei que ele até ao dia de hoje sempre foi uma criança que não mostrava muito a sua opinião/personalidade! Penso que era mesmo para tentar agradar a todos...

O meu único receio é que isto possa ter mazelas futuras na sua autoconfiança, mas se o teu exemplo é positivo, espero que o meu também o seja, para o bem dele!!

elektra,

Claro que ele quer agradar e ter a aprovação do pai. Mas estará a começar a sentir a necessidade de afirmar a sua personalidade. Isso acontece a todas as crianças e adolescentes em determinada altura, faz farte do crescimento normal. Neste caso a situação complica-se um pouco por causa da questão religiosa e das vossas diferenças.

A experiência diz-me que reprimir vontades e opiniões, anular-se para agradar quem quer que seja, é que pode causar problemas de autoestima e autoconfiança. Assim não se ganha o respeito de ninguém.

Creio que estás a conduzir as coisas da melhor forma e se o pai do teu filho for sensato e sensível saberá aceitar a posição do filho, não deixando de mostrar que gosta dele e de o oreintar e apoiar.

É uma grande verdade!!! Ele também é muito manipulador!!! Pode ser que tome coragem!!!

Obrigada mais uma vez!

MariaL,

Esperemos que sim! Mas em relação ao pai...vamos ver!

elektra, acredito que é uma situação complicada e sensível de lidar. É natural que o teu filho acredite que estará a pôr em causa a relação com o pai, caso decida "abrir o jogo" com ele e dizer abertamente que não deseja seguir a religião dele.

Acredito que essa afirmação baste, não sendo necessário entrar pelo campo de "não acreditar em Deus", porque isso é entrar por outros caminhos.

Se ele tiver uma conversa franca com o pai, mostrando que não deseja continuar a fingir que quer praticar a religião do pai, mostrando que não deseja ser hipócrita só para agradá-lo, penso que será melhor e mais aceitável.

É preciso é que o pai perceba que tu não tens qualquer influência nessa decisão do miudo, porque senão isso pode abrir uma "guerra" entre vocês, o que seria prejudicial para a criança.

O essencial é manter a estabilidade emocional do vosso filho.

Creio que deverias ler esta matéria que postei, caso ainda não tenhas lido:

Preparando Ex-Testemunhas de Jeová para a Custódia de Crianças
https://testemunhasdejeova.forumeiros.com/t1746-preparando-ex-testemunhas-de-jeova-para-a-custodia-de-criancas?highlight=cust%C3%B3dia

elektra escreveu:Olá a todos!!!

Como já referi anteriormente, tenho andado um pouco ausente por motivos pessoais. Mas hoje aconteceu algo, para mim inesperado, e gostaria de saber a vossa opinião.

Tenho um filho com 12 anos que hoje quando o fui buscar a casa do pai (TJ) vinha com os olhos todos vermelhos de quem esteve a chorar. Como é normal, perguntei o que se passava e a muito custo ele disse-me que tinha a leitura da bíblia para fazer na próxima semana e que o pai o tinha mandado treinar. O que aconteceu foi que começou a entrar em stress porque não sabia como iria dizer ao pai que "não acreditava em Deus e que não queria fazer mais designações" porque sabia que o pai iria ficar triste com ele. A ponto de me dizer que queria ficar comigo sempre para não ter de ir às reuniões. Perguntei se o pai o encontrou a chorar, ele disse que sim, mas que não explicou o motivo porque não teve coragem!...[/b].

Eu às vezes quero dizer alguma coisa, mas fico sempre apreensivo com a forma como as minhas palavras podem ser interpretadas.

Pela informação que dás na tua identificação aqui no fórum, moras na zona de Lisboa. Bem, na zona de Lisboa existem excelentes especialistas na área do aconselhamento emocional para pais e filhos em situação de conflito.

O que se está a passar com o teu filho é mais sério que uma simples tomada de decisão contra uma religião ou uma crença ou uma fé. Pelas tuas palavras, o que se está a passar com o teu filho é uma crise de identidade pessoal.

Se puderes, leva-o a um bom e bem referenciado psicólogo, obviamente com o conhecimento e participação do pai. Se o pai for contra, desculpa-me a espressão, mas manda-o dar uma curva e marca uma consulta. As lágrimas escondidas demonstram uma profunda comoção entre o ser e o dever. O querer ficar contigo, demonstra uma enorme necessidade de carinho, aceitação e de reforço emocional.

Não deixes o teu filho ao sabor de opiniões amigas, mas não profissionais. Os psicólogos infantis dizem uma coisa nos jornais, mas no consultório sabem do seu ofício.

Doze anos... início da identificação sexual. Necessidade de referências masculinas que o afirmem e lhe transmitam auto-confiança. Virar as costas ao pai, em termos emocionais, em virtude de um problema com uma religião, é uma mistura explosiva.

Com o bem estar emocional dos nossos filhos, não se brinca!

Já agora, psicólogos há muitos... profissionais licenciados em faculdades competentes, é outro assunto! Informa-te, antes da primeira consulta.

Felicidades para vós.

mjp

Um dos desafios com que me confronto na educação das minhas filhas é ensina-las a expressar o que pensam, sem agressividade e sem medo, de forma assertiva.

É um desafio para mim que não tenho um "conflito religioso" pelo meio.

Acho essencial para o futuro delas saberem dizer o que sentem e o que pensam sem medo de magoar os outros mas com consideração pelos sentimentos dos outros.

Elektra

A tua situação é dura, e a do teu filho é pior porque não tem as ferramentas emocionais para lidar com ela, são quase todos contra um. Tens de ter força, de tentar armar o teu filho das ferramentas necessárias para esta "batalha".

Como alguém já disse se conseguires falar com o pai era bom, apesar de dificilmente haver entendimento neste assunto.

Espero que tudo se resolva pelo melhor! Conta com todos nós no que precisares!

A todos os que partilharam aqui a vossa opinião um Muito Obrigada!!!

Que saudades que tinha deste vosso conforto e conselhos!

Sem dúvida que estou mais animada e que vou tentar colocar em prática alguns dos vossos conselhos!

O meu marido é TJ e o meu filho tb tem 12 anos... Grande coincidência!!! Mas ambos respeitamos o nosso filho e a sua vontade. Bem sei que é mais fácil para mim, porque o meu marido ainda é TJ mas está muito desligado e desiludido com a organização. Aliás, deixou á 2 semanas de ir á reunião, mas o pai do teu filho, se o respeita tem de entender a posição dele. Já não se trata de um bebé! Isso de que ele "vai ser destruído" é conversa do costume. É o que diz a minha mãe... mas cabe a ti tb lhe mostrar que a verdade pode ser outra muito bem diferente!!! Boa sorte porque sei que mesmo fora desta organização, quando temos família lá dentro, continuamos a não estar sossegados...