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Jesus e a família

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Mensagem por EdenOne Dom Jul 30 2017, 21:51

Qual era o pensamento de Jesus a respeito da família?
 
Para milhões de crentes cristãos, Jesus é o modelo a seguir nas relações familiares, mas, um exame frio e objectivo das suas declarações, o que revela?
 
Vamos por um momento entender Jesus pelo que ele objectivamente era: um pregador itinerante radical, apocalíptico e quasi-asceta do judaísmo do seu tempo, em meio a um povo cansado da corrupção dos seus líderes político-religiosos e do jugo romano com o qual as suas elites compactuavam para manterem os seus privilégios. Ao pregar o fim iminente do sistema judaico e que o Reino iria ser instaurado no decurso daquela geração, o senso de urgência da sua mensagem fazia com que a família fosse, na melhor das hipóteses, algo perfeitamente secundário, ou um lastro incompatível com o discipulado, ou, na pior das hipóteses, uma distracção perigosa.
 
Para os doze, seguir Jesus não consistia em ler textos bíblicos bonitinhos ou entoar cânticos e hinos religiosos. “Eis que abandonámos todas as coisas e te seguimos!” disse Pedro, um homem casado que deixou a sua família e o seu ganha-pão na pesca para ir seguir um pregador carismático e radical em campanhas de pregação itinerante que o afastaria de sua casa por muitos meses a fio de cada vez.
 
Assim, podemos, sem desculpas ou rodriguinhos, entender as seguintes declarações atribuídas a Jesus de Nazaré:
 
Mateus 10:37; Lucas 14:26 – O amor á família é secundário ao apego a Cristo; Ele menciona que a menos que alguém “odeie” [Gr: misai] pai e mãe, não pode ser seu discípulo. Embora apologistas cristãos usualmente mencionem que o sentido de “odiar” aqui significa “amar menos”, a palavra grega misai (Strong’s 3404) é usada por Jesus também em João 3:20 “o iníquo tem odiado a luz” e João 15:23 “quem me odeia tem odiado também o Pai”, entre outras ocorrências. Sim, Jesus ensinou que, apenas os que estivessem dispostas a odiar a sua família seriam suficientemente zelosos para serem considerados dignos de serem seus discípulos.
 
Lucas 5:11; 9:59-62; 14:26, 33; 18:28-30; Mateus 10:37; 19:27-30; Marcos 10:28-31 – Jesus promete recompensar aqueles que, para dar total atenção á sua mensagem, renunciarem a providenciar o sustento á sua família, recusarem cuidar de assuntos familiares prementes (como o funeral de um pai), despedirem-se da família, desistirem de todos os seus haveres e afazeres e deixarem a sua família para trás, incluindo cônjuge e filhos (que, naturalmente, dependeriam de tal pessoa para o seu sustento); a “irmandade” dos companheiros de adoração substituiria a família natural.
 
Lucas 12:51-53; Mateus 10:34-36 – Jesus disse que vinha promover, não a união familiar, mas destroçar e dividir famílias com a sua mensagem que causaria que membros da mesma família se tornassem inimigos uns dos outros.
 
Mateus 10:21; Marcos 13:12; Lucas 21:16 - As tensões familiares resultantes da mensagem de Jesus resultariam em relações familiares tensas, em traições e morte. Consequentemente, os discípulos deveriam desconfiar dos seus familiares e amigos.
 
Mateus 12:46-50; Marcos 3:31-34; Lucas 8:20,21; 11:27-28; João 2:1-11 – Jesus desrespeitou a sua mãe e os seus irmãos carnais, não lhes reconhecendo publicamente qualquer apreço, pelo menos não enquanto não se tornaram seus discípulos. Jesus publicamente criticou a sua mãe por esta, á frente dos seus discípulos, fazer parecer que lhe estava a dar uma ordem numa festa de casamento á qual assistiu.
 
Mateus 5:28 – Jesus condenou o desejo sexual natural de um homem por uma mulher, ainda que tal desejo não fosse alguma vez consumado. O sentimento de culpa pelo desejo sexual deveria levar os seus discípulos a evitarem o desejo que leva ao casamento. Em nenhum momento do seu ministério Jesus recomendou o casamento como algo desejável. Apenas mencionou que o casamento era indissolúvel. Pormenor interessante: em Marcos 10:11, 12 Jesus não menciona qualquer excepção a esta regra. (Marcos é o evangelho mais antigo, logo, aquele que foi escrito mais perto das fontes originais). Mas no relato paralelo de Mateus 19:9-11 Jesus já é apresentado como introduzindo uma excepção (adultério), e aqui o autor do evangelho coloca a seguinte observação na boca de Pedro: “Se este é o caso entre marido e esposa, o melhor é não se casar”. Provavelmente esta excepção é uma adição espúria de um escriba, que pretendia "suavizar" a mensagem muito restrita de Jesus a respeito do casamento e divórcio. Mas do ponto de vista do escritor do evangelho, Jesus via o matrimónio como um empecilho, e consequentemente, o desejo sexual deveria ser reprimido a todo o custo.
 
 
O pregador radical judeu Jesus de Nazaré foi em tempos um aprendiz de carpinteiro, e, presumivelmente após a morte de seu pai José, tornou-se ele mesmo um carpinteiro que teria a seu cargo o sustento da sua família, mãe e irmãos e irmãs. No entanto, o seu contacto com a seita radical do seu primo asceta João Baptista fez com que renunciasse á sua vida “normal” expectável de um homem judeu, para se tornar um discípulo de João, e mais tarde fundar o seu próprio movimento.  Para fazer isto, teve de, ele próprio, abandonar as suas obrigações familiares. Isso deve ter escandalizado a família e a sua comunidade, pois estes consideravam que havia “perdido o juízo”. (Marcos 3:21) Não admira, pois, que ele considerasse que a família era um empecilho  para o verdadeiro discípulo, e desencorajasse os membros do seu movimento radical a terem vida familiar normal, ao passo que contemporizava com discípulos seus que negligenciavam as suas obrigações familiares mais básicas.

Se, por um lado, Jesus advogava o conceito tradicional judaico de família, por outro lado, em vista da urgência dos tempos, ele avisou que a família era secundária, mesmo detrimental, face á necessidade de pregar o iminente Reino que estava mesmo ás portas. Sexo e casamento? Esqueçam. Preguem, preguem preguem. Seja como for, se morrerem e forem ressuscitados, não se voltarão a casar. Serão como os anjos no céu....


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Mensagem por EdenOne Seg Jul 31 2017, 09:12

Uma pequena nota acerca de Lucas 14:26 e a palavra "Misai / Miséo". O seu significado básico é ódio. Mas, de acordo com alguns especialistas, pode também denotar sentimentos aparentados, como AVERSÃO, DESPREZO ou ANTIPATIA. Em qualquer dos casos é sempre um sentimento HOSTIL. Portanto, nunca pode significar "amar menos". Quando as Escrituras dizem que Deus "amou Jacó e odiou Esaú" (Romanos 9:13), o sentido básico é o de desprezo.

Portanto, embora Jesus não ensinasse a "odiar" com malícia a família, ele certamente incentivou os seus discípulos a DESPREZAR os laços familiares.


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Mensagem por Altar Seg Jul 31 2017, 14:14

EdenOne escreveu:
 
Vamos por um momento entender Jesus pelo que ele objectivamente era: um pregador itinerante radical, apocalíptico e quasi-asceta do judaísmo do seu tempo...


Eu estou como S. Pedro quando Jesus perguntou :

"também vós quereis ir embora ?"

e Pedro respondeu :

"para onde iremos, Senhor ?! só vós tendes palavras de vida eterna"

eu portanto acredito que existe algo além desta vida, às vezes de sofrimento e de muita injustiça, mas eu iria então acreditar em quem ? no budismo ? no islamismo ? no judaísmo ? não...nenhuma destas entre outras sacia a minha crença em Deus senão acreditar em Cristo, a palavra de Jesus Cristo é a semente da minha fé, o fundamento da minha fé, não tenho outro em quem acreditar, logo sou cristão

agora algumas coisas que Ele disse só fazem sentido com a crença firme na Santíssima Trindade, ou seja, sendo Jesus Deus

uma das alegações das diversas religiões cristãs é :

ahh...mas Ele nunca disse que era Deus, isso não está escrito na bíblia

Jesus nunca disse nem poderia dizê-lo porque seria logo considerado louco, jamais conseguiria passar a sua mensagem


EdenOne escreveu:

Mateus 10:37; Lucas 14:26 – O amor á família é secundário ao apego a Cristo; Ele menciona que a menos que alguém “odeie” [Gr: misai] pai e mãe, não pode ser seu discípulo. Embora apologistas cristãos usualmente mencionem que o sentido de “odiar” aqui significa “amar menos”, a palavra grega misai (Strong’s 3404) é usada por Jesus também em João 3:20 “o iníquo tem odiado a luz” e João 15:23 “quem me odeia tem odiado também o Pai”, entre outras ocorrências. Sim, Jesus ensinou que, apenas os que estivessem dispostas a odiar a sua família seriam suficientemente zelosos para serem considerados dignos de serem seus discípulos.


Sendo Jesus Deus, isso não é nada mais do que o primeiro mandamento :

Amar a Deus sobre todas as coisas


EdenOne escreveu:

Lucas 5:11; 9:59-62; 14:26, 33; 18:28-30; Mateus 10:37; 19:27-30; Marcos 10:28-31 – Jesus promete recompensar aqueles que, para dar total atenção á sua mensagem, renunciarem a providenciar o sustento á sua família, recusarem cuidar de assuntos familiares prementes (como o funeral de um pai), despedirem-se da família, desistirem de todos os seus haveres e afazeres e deixarem a sua família para trás, incluindo cônjuge e filhos (que, naturalmente, dependeriam de tal pessoa para o seu sustento); a “irmandade” dos companheiros de adoração substituiria a família natural.


só posso falar de um padre católico

um padre tem sempre muito trabalho para fazer : além das missas que tem de dar todos os dias e em várias paróquias, tem sempre pessoas para atender na igreja ( baptizados, casamentos, funerais, catequeses, etc...)

logo imagine-se que tivesse uma família e depois a mulher zangar-se e dizer-lhe

nunca nos acompanhas, nunca estás aqui, estás sempre na igreja...blah blah

e depois o padre ficaria com o coração dividido entre a mulher e sua família e a paróquia

aqui se justifica o celibato, abandonar tudo o que é terreno para seguir a fé em Deus e ajudar os outros



EdenOne escreveu:

Lucas 12:51-53; Mateus 10:34-36 – Jesus disse que vinha promover, não a união familiar, mas destroçar e dividir famílias com a sua mensagem que causaria que membros da mesma família se tornassem inimigos uns dos outros.


e vinha trazer a espada...

vê-se isso nas rivalidades religiosas, etc...

e quando um pai sonha que um filho seja engenheiro ou médico ou qualquer coisa e de repente vai para padre...


EdenOne escreveu:

Mateus 10:21; Marcos 13:12; Lucas 21:16 - As tensões familiares resultantes da mensagem de Jesus resultariam em relações familiares tensas, em traições e morte. Consequentemente, os discípulos deveriam desconfiar dos seus familiares e amigos.


no contexto percebe-se que Ele se referia às perseguições dos cristãos, basta ver no tempo do Nero e mesmo hoje em alguns países do médio oriente onde é muito perigoso ser-se cristão

imagine-se que dentro de uma família islâmica muito devota a Alá, alguém se converte ao cristianismo


EdenOne escreveu:

Mateus 12:46-50; Marcos 3:31-34; Lucas 8:20,21; 11:27-28; João 2:1-11 – Jesus desrespeitou a sua mãe e os seus irmãos carnais, não lhes reconhecendo publicamente qualquer apreço, pelo menos não enquanto não se tornaram seus discípulos. Jesus publicamente criticou a sua mãe por esta, á frente dos seus discípulos, fazer parecer que lhe estava a dar uma ordem numa festa de casamento á qual assistiu.


De modo algum seria possível que Ele tenha realmente desprezado ou feito pouco caso da sua mãe. Basta recordar a passagem referente ao jovem rico, quando Ele diz que para entrar no Reino do Céu é preciso honrar pai e mãe em Mateus 19, 16-19

Mais plausível seria pensar que Jesus desejasse mostrar, nessas passagens, que a salvação não estaria mais ligada ao sangue do povo judeu e ensinar que o novo povo de Deus deveria ser baseado na fé e na obediência à vontade divina.

No Antigo Testamento para uma pessoa ser inserida no povo de Deus, bastava o nascimento; não era preciso fazer nada, poder-se-ia dizer que a salvação era genética. Evidentemente que por causa disso os judeus desprezavam aqueles que não faziam parte da raça eleita, os goyn, os gentios.

veja-se Mateus 12, 38-42

a geração perversa e adúltera a que Jesus se refere são os judeus, a raça eleita. Jonas não queria pregar em Nínive porque lá eram todos gentios; no entanto ele prega e os ninivitas convertem-se. Da mesma forma a rainha de Sabá, uma mulher negra, etíope, não pertencia ao povo de Israel, mas ela ouve a mensagem de Salomão.

Logo o que Jesus faz é escandalizar os judeus ao dizer que o que passa a valer é a conversão, é fazer a vontade de Deus, obedecendo aos mandamentos e não mais apenas os laços de sanguíneos. A nova família de Jesus é formada por aqueles que fazem a vontade de Deus que está no céu. O novo povo de Deus está baseado, portanto, na fé.


EdenOne escreveu:
Mateus 5:28 – Jesus condenou o desejo sexual natural de um homem por uma mulher, ainda que tal desejo não fosse alguma vez consumado.

Jesus não diria uma coisa destas se não valorizasse imenso uma família, tens aqui a prova

até o simples facto de desejar uma outra mulher estando casado já é pecado

convida a amar a sua mulher de corpo e alma, e vice-versa

é mau desejar outra mulher diferente da mãe dos nossos filhos

mas sei que é difícil, eu confesso que se vir umas boas pernas tenho alguns pensamentos algo impróprios, e sim já vi poornografia mesmo casado mas é coisa rara




 



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Mensagem por Altar Seg Jul 31 2017, 16:22

por falar em família

leiam como agora esse conceito está em decadência

um excelente artigo

love me tinder

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-07-30-Love-me-Tinder



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Mensagem por EdenOne Seg Jul 31 2017, 21:39

Altar escreveu:Jesus nunca disse nem poderia dizê-lo porque seria logo considerado louco, jamais conseguiria passar a sua mensagem

Se Jesus fosse Deus, então o Todo-Poderoso não precisaria ter medo de afirmar claramente a sua identidade; o deus do AT que diz a Moisés "Eu sou o que sou" (Êxodo 3:14) não tem de velar a sua identidade por receio de não conseguir fazer passar a sua mensagem. E o "deus da verdade" (Salmo 31:5) não teria de mentir a respeito da sua identidade, identificando-se como "Filho de Deus", quando na realidade se tratava do próprio Deus. Ademais, se o objectivo dessa mentira fosse evitar ser considerado louco, então Jesus terá falhado nos seus intentos, porque os membros da sua família realmente consideraram que ele havia "perdido o juízo" (Marcos 3:21) 

Na realidade Jesus era "filho de Deus" tanto quanto Davi era "filho de Deus" (Salmos 2:7) ou os juízes de Israel eram "deuses" e "filhos de Deus" (Salmos 82:6) Diz-se que os membros da tribo de Efraim eram colectivamente "filho de Deus" (Jeremias 31:9) Todo o membro da nação de Israel natural era "filho de deus" (Êxodo 4:22). Todo e qualquer Israelita descendente de Abraão era, portanto, inerentemente "filho de Deus". 

Aliás, deixa que produza um argumento segundo o qual é impossível que Jesus fosse Deus. Tem que ver com uma passagem de Números 23:19. Ali Deus afirma a respeito de si mesmo:

"Deus não é como os homens, que mentem. Deus não é humano, que mude de ideias."

Se Jesus fosse Deus, ainda que em forma humana, ele seria moralmente incapaz de a) mentir e b) mudar de ideias. No entanto, os evangelhos testemunham não só que Jesus era capaz de mentir, como era perfeitamente capaz de mudar de ideias. 

Por exemplo, em João 7:8, Jesus informa os seus familiares que não iria á festividade em Jerusalém porque "ainda não tinha chegado o seu tempo". Mas depois de seus irmãos terem partido para a festividade, ele foi á festividade, sob anonimato. Jesus mentiu.

Outro exemplo, em Mateus 15:21-28: Ao viajar pela região fenícia ao NW da Galiléia, uma mulher cananéia suplica-lhe que cure a sua filha afligida por um demónio. Jesus recusa-se a fazer isso, alegando que a sua missão designada era estritamente ir ás ovelhas perdidas da casa de Israel. Perante a insistência da mulher, ele humilha-a, ao compará-la a um cachorro que pretende comer a comida destinada aos filhos do dono da casa. Mas ela ainda assim insiste na súplica. Finalmente, comovido pela fé da mulher, Jesus subitamente altera a sua posição, e realiza um milagre a pedido dela. Jesus mudou de opinião. 

Ora, por seu próprio testemunho, mentir e mudar de opinião são características incompatíveis com a pessoa de Deus. São características dos seres humanos que Deus jamais poderia exibir. Mas os evangelhos retratam um Jesus plenamente humano, e nada divino.

Altar escreveu:Sendo Jesus Deus, isso não é nada mais do que o primeiro mandamento :  Amar a Deus sobre todas as coisas

Precisamente, o problema está na questão de Jesus poder ser Deus. Isso não é uma realidade. Primeiro, porque está por demonstrar a própria existência de Deus. E segundo, porque a esmagadora evidência das Escrituras aponta para que Jesus e "Deus" não sejam a mesma pessoa, ou partes da mesma pessoa. A esmagadora evidência aponta para que a exaltação do pregador galileu ao estatuto de divindade ocorreu, não porque ele o quis ou ensinou, mas porque um conjunto de seus seguidores de terceira geração principiaram a encará-lo dessa maneira. Basta ler o evangelho mais antigo e mais próximo das fontes originais (Marcos, escrito quase 40 anos após a morte de Jesus), e perceber um simples facto: o evangelista não registou nem uma palavra acerca de um nascimento milagroso nem uma ressurreição milagrosa do Mestre. Se esse evangelista tivesse consciente desses eventos extraordinários, não os teria incluído no seu relato? Porque não o fez? Só os evangelhos posteriores, escritos mais de uma geração após Marcos, é que introduzem na narrativa de Jesus um nascimento milagroso e uma ressurreição e ascensão ao céu. E só o evangelho de João, escrito duas ou três gerações após Marcos, é que introduz a sugestão de que Jesus pudesse ser da mesma substância que Deus - e mesmo assim, numa perspectiva mais gnóstica do que ortodoxa.

Se uma divindade me exige algo tão extraordinário quanto que eu faça dele a principal prioridade da minha vida, o mínimo que se pode pedir é que tal divindade se revele a mim, pelo menos uma vez, sem necessidade de intermediários nem demandas de fé. Simplesmente apareça e prove quem ele é. Isso deve ser simples para um ser Todo-Poderoso. Não o faz? Então não espere que eu o siga cegamente.

Altar escreveu:aqui se justifica o celibato, abandonar tudo o que é terreno para seguir a fé em Deus e ajudar os outros

Se assim fosse, então TODOS os seguidores de Jesus, universalmente, homens e mulheres, estariam obrigados ao celibato, a fim de poderem ser seguidores aprovados dele. Não só ao celibato, como ao repúdio absoluto de toda a família. Até um padre católico não despreza ou negligencia os seus pais ou parentes, ainda que escolha não se casar. Mas Jesus disse sem rodeios: "Se alguém (não apenas uma classe clerical) vem a mim (ser discípulo, seguidor) e não odiar (desprezar) pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs, não pode ser meu discípulo" (não se trata de exercer um discipulado limitado ou truncado - trata-se de uma impossibilidade absoluta de ser um discípulo). (Lucas 14:26)

Jesus advogava o REPÚDIO da família como condição preferêncial para alguém ser um aceitável discípulo seu. "Dê lugar a isso (ser eunuco por causa do Reino) aquele que puder dar lugar a isso", disse ele. 

Altar escreveu:Basta recordar a passagem referente ao jovem rico, quando Ele diz que para entrar no Reino do Céu é preciso honrar pai e mãe em Mateus 19, 16-19

Isso apenas prova que Jesus também era do género "faz como eu digo mas não faças como eu faço" - em nenhuma parte dos evangelhos ele honra a sua mãe. Aliás, nos diálogos que mantém em adulto com Maria, ele nunca se lhe dirige afectuosamente ou respeitosamente como "mãe", mas sempre com um termo seco e impessoal: "mulher". (João 2:4; 19:26) E recusou-se a publicamente a tratar Maria como sua mãe. (Mateus 12:46-50) Nem alguma vez ele ensina aos discípulos que a sua mãe deveria ter alguma deferência especial.

Na obra de referência "Gill's Expositor Of The Entire Bible", o autor define o que está envolvido no termo "honrar pai e mãe" no decálogo: "...[os pais] devem ser honrados em pensamento, palavra e gestos; devem ser alvo de elevada estima e consideração; devem ser interpelados e mencionados de modo mui honroso e com grande veneração, objectos de um comportamento altamente respeitoso; devem ser aliviados, assistidos, mantidos confortáveis na idade avançada ou quando em necessidade."

Olhando objectivamente para o tratamento que Jesus dispensou á sua mãe, nitidamente ele não "honrou" aquela que o deu á luz.
 
Eden


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Jesus e a família Empty Re: Jesus e a família

Mensagem por Altar Ter Ago 01 2017, 14:12

EdenOne escreveu:

Se Jesus fosse Deus, então o Todo-Poderoso não precisaria ter medo de afirmar claramente a sua identidade; o deus do AT que diz a Moisés "Eu sou o que sou" (Êxodo 3:14) não tem de velar a sua identidade por receio de não conseguir fazer passar a sua mensagem.


Jesus disse precisamente isso

Respondeu Jesus: "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!
João 8:58

e imagina o que eles fizeram, pegaram logo em pedras porque entenderam bem o que Ele queria dizer

Nem os apóstolos pensavam que era Deus antes da ressurreição, na última ceia o apóstolo Filipe até pediu para ver o Pai

e depois da ceia, já no Jardim, disse Jesus que muito havia ainda a dizer mas que eles não suportariam POR AGORA....

só depois da ressurreição é que entenderam a divindade de Cristo

claro que Jesus poderia ter vindo em todo o seu poder e não deixar margens para dúvidas que Ele era Deus, mas isso iria contra toda a sua justiça na medida em que Ele veio para que ela se cumprisse bem como para nos salvar

Ele quis assumir a nossa condição humana, com todas as nossas fraquezas e misérias, assim mostrou a sua justiça às nações

virá em toda a sua glória na segunda vinda


EdenOne escreveu:

E o "deus da verdade" (Salmo 31:5) não teria de mentir a respeito da sua identidade, identificando-se como "Filho de Deus", quando na realidade se tratava do próprio Deus. Ademais, se o objectivo dessa mentira fosse evitar ser considerado louco, então Jesus terá falhado nos seus intentos, porque os membros da sua família realmente consideraram que ele havia "perdido o juízo" (Marcos 3:21) 


Ele nunca mentiu, mas insinuou-se o suficiente para que no fim fosse crucificado por isso mesmo

se Ele o tivesse feito abertamente e muito mais cedo, para Ele não ser apedrejado então teria que aplicar o seu poder, coisa que Deus não quer nem quis. Deixaria de ser um Deus humilde para ser um Deus tirano ou que gosta de puxar pelos galões

e repara que mesmo assim há quem o considere tirano, imagina se Ele tivesse aplicado o seu poder....


EdenOne escreveu:

Aliás, deixa que produza um argumento segundo o qual é impossível que Jesus fosse Deus. Tem que ver com uma passagem de Números 23:19. Ali Deus afirma a respeito de si mesmo:

"Deus não é como os homens, que mentem. Deus não é humano, que mude de ideias."

Se Jesus fosse Deus, ainda que em forma humana, ele seria moralmente incapaz de a) mentir e b) mudar de ideias. No entanto, os evangelhos testemunham não só que Jesus era capaz de mentir, como era perfeitamente capaz de mudar de ideias. 

Por exemplo, em João 7:8, Jesus informa os seus familiares que não iria á festividade em Jerusalém porque "ainda não tinha chegado o seu tempo". Mas depois de seus irmãos terem partido para a festividade, ele foi á festividade, sob anonimato. Jesus mentiu.


olha o contexto

estavam-lhe a pedir que fosse à festa para que se manifestasse ao mundo, na verdade eles queriam era um messias triunfador

e Jesus disse que não que o seu tempo "de se manifestar" ainda não tinha chegado, e foi incógnito



EdenOne escreveu:

Outro exemplo, em Mateus 15:21-28: Ao viajar pela região fenícia ao NW da Galiléia, uma mulher cananéia suplica-lhe que cure a sua filha afligida por um demónio. Jesus recusa-se a fazer isso, alegando que a sua missão designada era estritamente ir ás ovelhas perdidas da casa de Israel. Perante a insistência da mulher, ele humilha-a, ao compará-la a um cachorro que pretende comer a comida destinada aos filhos do dono da casa. Mas ela ainda assim insiste na súplica. Finalmente, comovido pela fé da mulher, Jesus subitamente altera a sua posição, e realiza um milagre a pedido dela. Jesus mudou de opinião. 


não vejo isso assim

no contexto da nossa conversa sobre a família, em que Jesus quis afirmar que a salvação não vem pela genética, Ele aqui fez de propósito para demonstrar a fé dos gentios e como Ele veio para os salvar também

tipo, é como se Jesus estivesse a falar para os arrogantes judeus :

- olhem para esta mulher pecadora, não judaica, acham que merece ser salva ?
- vós ( judeus ) sois o povo escolhido, acham que deve ser salva ?

e salvou mostrando e enaltecendo a fé da mulher

é a nova filosofia introduzida por Jesus



EdenOne escreveu:

Precisamente, o problema está na questão de Jesus poder ser Deus. Isso não é uma realidade. Primeiro, porque está por demonstrar a própria existência de Deus.


claro, isso depende agora da fé de cada um, há muitos aqui que perderam a fé na existência de Deus

EdenOne escreveu:

E segundo, porque a esmagadora evidência das Escrituras aponta para que Jesus e "Deus" não sejam a mesma pessoa, ou partes da mesma pessoa. A esmagadora evidência aponta para que a exaltação do pregador galileu ao estatuto de divindade ocorreu, não porque ele o quis ou ensinou, mas porque um conjunto de seus seguidores de terceira geração principiaram a encará-lo dessa maneira. Basta ler o evangelho mais antigo e mais próximo das fontes originais (Marcos, escrito quase 40 anos após a morte de Jesus), e perceber um simples facto: o evangelista não registou nem uma palavra acerca de um nascimento milagroso nem uma ressurreição milagrosa do Mestre. Se esse evangelista tivesse consciente desses eventos extraordinários, não os teria incluído no seu relato? Porque não o fez? Só os evangelhos posteriores, escritos mais de uma geração após Marcos, é que introduzem na narrativa de Jesus um nascimento milagroso e uma ressurreição e ascensão ao céu.


bom, esse argumento de que os evangelhos foram alterados à posteriori é o fundamento da fé islâmica

durante os 40 anos após a morte de Jesus até ao aparecimento do primeiro evangelho, achas que os apóstolos não pregavam e espalhavam a palavra de Jesus oralmente ? e por cartas endereçadas às comunidades ? a memória estava bem viva

um muçulmano líder religioso, que estudou as doutrinas e as religiões, comete um grande pecado ao negar Cristo, a negar todos os 4 evangelhos com o argumento de que foram alterados.

sabes porque dizem isso ?! simplesmente porque após a morte de maomé, e tendo este dito para respeitar os evangelhos, os líderes religiosos deram-se conta que as doutrinas eram incompatíveis, não encaixava na mensagem da bíblia então espalharam esse boato que perdura até aos dias de hoje

mas uma pessoa estudando, comparando, e investigando só pode ser 1 de 2 coisas : ou cristão ou nada ( ateu )

a resposta sobre o evangelho de S. Marcos tens aqui :

http://www.cacp.org.br/os-ultimos-doze-versiculos-do-evangelho-de-marcos-se-achavam-no-manuscrito-original/



EdenOne escreveu:

E só o evangelho de João, escrito duas ou três gerações após Marcos, é que introduz a sugestão de que Jesus pudesse ser da mesma substância que Deus - e mesmo assim, numa perspectiva mais gnóstica do que ortodoxa.


tem um início bem bonito, tanto que já se fizeram longas threads sobre a língua grega neste fórum LOL Morrer a rir Morrer a rir Morrer a rir


EdenOne escreveu:

Se uma divindade me exige algo tão extraordinário quanto que eu faça dele a principal prioridade da minha vida, o mínimo que se pode pedir é que tal divindade se revele a mim, pelo menos uma vez, sem necessidade de intermediários nem demandas de fé. Simplesmente apareça e prove quem ele é. Isso deve ser simples para um ser Todo-Poderoso. Não o faz? Então não espere que eu o siga cegamente.


há um versículo que diz :

"eu estou à porta e chamo, se alguém me ouvir e me abrir a porta eu entrarei e cearei com ele"

sabes bem que neste fórum muitas pessoas perderam a fé em Deus, e fecharam as portas e janelas com cadeados

casa roubada, trancas à porta

as más religiões têm esse perigo, de assaltar os corações para roubar, coisa do diabo


 
EdenOne escreveu:

Isso apenas prova que Jesus também era do género "faz como eu digo mas não faças como eu faço" - em nenhuma parte dos evangelhos ele honra a sua mãe. Aliás, nos diálogos que mantém em adulto com Maria, ele nunca se lhe dirige afectuosamente ou respeitosamente como "mãe", mas sempre com um termo seco e impessoal: "mulher". (João 2:4; 19:26) E recusou-se a publicamente a tratar Maria como sua mãe. (Mateus 12:46-50) Nem alguma vez ele ensina aos discípulos que a sua mãe deveria ter alguma deferência especial.


e tratava-se a si próprio como "filho do homem"

um Deus todo poderoso, criador do universo, de todas as coisas visíveis e invisíveis, como dizem todas as religiões, ter nascido de um ventre de uma mulher, acho um bocado humilhante

repara que num dos evangelhos é dito que Ele falava com autoridade

respeitava a sua mãe mas Ele é Ele, ele é Deus, não é simples homem, e tratava a sua mãe como mulher mãe de todos nós, repara o que ele disse na cruz a João - eis aqui a tua mãe, eis aqui o teu filho



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Mensagem por Kristy123 Ter Ago 01 2017, 14:47

Boa Altar,

Gostei do que escreveste.

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