Cristianismo e espiritismo

Esta das muitas interrogações que tenho sobre o tema religião.
Há uns dias, ao ler o tópico sobre o Halloween, lembrei-me de colocar essas questões aqui no fórum.

TJ Curioso escreveu:Pessoalmente e como cristão, creio que a festa do Halloween é uma festa não apenas com raízes pagãs, mas tendo como tema central o ocultismo e o satanismo.
...
Acredito que é um ritual do qual os cristãos se devem abster e isso é encarado assim pela vasta comunidade religiosa cristã pelo mundo.

De entre os muitos textos que poderiam citar-se, nas Escrituras Hebraicas:
Não se deve achar em ti alguém que faça seu filho ou sua filha passar pelo fogo, alguém que empregue adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure presságios, ou um feiticeiro, ou alguém que prenda outros com encantamento, ou alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognosticador profissional de eventos, ou alguém que consulte os mortos. Pois, todo aquele que faz tais coisas é algo detestável para Jeová, e é por causa destas coisas detestáveis que Jeová, teu Deus, as expulsa de diante de ti – Deuteronômio 18: 10 – 12

E nas Escrituras Gregas:
Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são (…) prática de espiritismo (…). Quanto a tais coisas, aviso-vos de antemão (…) que os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus. – Gálatas 5: 19 – 21

De acordo com a doutrina jeovista, não existe alma imortal que se separe do corpo após a morte física deste, por isso as práticas espíritas estão associadas ao demonismo, pois supostamente são os demónios que se fazem passar pela almas dos mortos. Daí o perigo do ocultismo.

Mas, e se a alma é imortal? É ou não condenável o contacto com o mundo dos espíritos? Pode ser este contacto perigoso? Nesse caso, quais são os perigos? É o espiritismo conciliável com o cristianismo?

MariaL escreveu:De acordo com a doutrina jeovista, não existe alma imortal que se separe do corpo após a morte física deste, por isso as práticas espíritas estão associadas ao demonismo, pois supostamente são os demónios que se fazem passar pela almas dos mortos. Daí o perigo do ocultismo.

Mas, e se a alma é imortal? É ou não condenável o contacto com o mundo dos espíritos? Pode ser este contacto perigoso? Nesse caso, quais são os perigos? É o espiritismo conciliável com o cristianismo?

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MariaL não creio que a condenação bíblica de entrar em contato com os mortos, tenha na sua génese, a idéia de que se está tendo contato com os demónios ou espíritos iníquos. Tanto é assim, que nenhum texto que citaste explica que é esta a razão.

Por exemplo, as diferentes correntes do cristianismo, desde o catolicismo, passando pelo protestantismo e movimentos evangélicos, acreditam na alma imortal, mas condenam à mesma o contacto com os mortos (vulgo espiritismo).

Creio que independentemente das razões pelas quais Deus condenou a comunicação com o mundo espiritual, acredito que isso tenha servido para nossa protecção.

Partindo do princípio que existe algo que sobrevive à morte, quando alguém invoca o espírito de alguém que morreu, ela está se colocando numa posição perigosa, pois está "abrindo a porta" a entidades que ele jamais poderá comprovar com certeza absoluta sua origem (almas humanas imortais ou espíritos iníquos).

Veja-se o caso de Saul, quando contatou com o espírito de Samuel. O relato não diz que era um espírito iníquo a fazer-se passar por Samuel. No entanto, tal ato era uma clara violação da lei divina.

Penso que na visão de Deus, segundo a Bíblia, a relação de humanos com espíritos invisíveis, sejam eles quais forem, é vedada, da mesma forma, que a relação sexual entre humanos e animais, ou seja, é algo anti-natural.

Por isso, o contato angélico entre criaturas espirituais enviadas por Deus e humanos era algo extraordinário e apenas ocorria, quando era estritamente necessário ou adequado, segundo o ponto de vista de Deus. Ou seja, não era algo corriqueiro.

Por isso, se partirmos do princípio que a Bíblia contém orientações divinas é de todo lógico, cumprirmos esta orientação também.

TJ Curioso escreveu:

MariaL escreveu:De acordo com a doutrina jeovista, não existe alma imortal que se separe do corpo após a morte física deste, por isso as práticas espíritas estão associadas ao demonismo, pois supostamente são os demónios que se fazem passar pela almas dos mortos. Daí o perigo do ocultismo.

Mas, e se a alma é imortal? É ou não condenável o contacto com o mundo dos espíritos? Pode ser este contacto perigoso? Nesse caso, quais são os perigos? É o espiritismo conciliável com o cristianismo?

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MariaL não creio que a condenação bíblica de entrar em contato com os mortos, tenha na sua génese, a idéia de que se está tendo contato com os demónios ou espíritos iníquos. Tanto é assim, que nenhum texto que citaste explica que é esta a razão.

Por exemplo, as diferentes correntes do cristianismo, desde o catolicismo, passando pelo protestantismo e movimentos evangélicos, acreditam na alma imortal, mas condenam à mesma o contacto com os mortos (vulgo espiritismo).

Creio que independentemente das razões pelas quais Deus condenou a comunicação com o mundo espiritual, acredito que isso tenha servido para nossa protecção.

Partindo do princípio que existe algo que sobrevive à morte, quando alguém invoca o espírito de alguém que morreu, ela está se colocando numa posição perigosa, pois está "abrindo a porta" a entidades que ele jamais poderá comprovar com certeza absoluta sua origem (almas humanas imortais ou espíritos iníquos).

Veja-se o caso de Saul, quando contatou com o espírito de Samuel. O relato não diz que era um espírito iníquo a fazer-se passar por Samuel. No entanto, tal ato era uma clara violação da lei divina.

Penso que na visão de Deus, segundo a Bíblia, a relação de humanos com espíritos invisíveis, sejam eles quais forem, é vedada, da mesma forma, que a relação sexual entre humanos e animais, ou seja, é algo anti-natural.

Por isso, o contato angélico entre criaturas espirituais enviadas por Deus e humanos era algo extraordinário e apenas ocorria, quando era estritamente necessário ou adequado, segundo o ponto de vista de Deus. Ou seja, não era algo corriqueiro.

Por isso, se partirmos do princípio que a Bíblia contém orientações divinas é de todo lógico, cumprirmos esta orientação também.

TJC,

Como sempre, a tua resposta está cheia de lógica.

Não me lembro, tal como dizes, que em parte alguma das Escrituras se justifique a proibição do espiritismo fazendo uma equivalência entre este e o contacto com demónios. Essa é uma conclusão minha. Era assim que eu procurava "entender" a Biblía, enquanto cristã. As coisas tinham de me fazer sentido para que fosse fácil aplicá-las.

Também é verdade que só em casos exepcionais, Deus autorizou o contacto entre espíritos/anjos e humanos. A indicação biblica para evitar o espiritismo é claríssima. Por isso, entendo a tua posição.

A interpretação que eu faço das Escrituras é que não existe alma separada do corpo físico, ou seja é a crença das TJ. Mas essa é uma outra questão, que foge um pouco à principal.

Mas vamos supor que a alma humana é imortal.
Não é compreensível a vontade de contatarmos os que nos são queridos mas já não estão fisicamente entre nós? Não será interessante e talvez benéfico conhecer os caminhos que a nossa alma percorreu em vidas passadas? De que forma poderá isto ser perigoso?