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Tourada - Arte ou Crueldade

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Tourada - Arte ou Crueldade Empty Tourada - Arte ou Crueldade

Mensagem por António Madaleno Sáb maio 04 2013, 23:00

Fugindo um pouco do contexto religioso e passando para um plano mais "moral", lanço aqui o repto para a análise de uma prática considerada por alguns como arte e por outros um ato bárbaro contra outros seres vivos, nomeadamente o touro.

Deixo aqui 2 textos que contrapõem as duas perspetivas em questão.

TEXTO CONTRA
Tourada : arte ou folguedo desumano de cobardes?

Lia ontem excertos do "Fundamento da Moral" de Schopenhauer, uma obra interessante ainda que demasiado optimista porque, infelizmente, demasiado influenciada por Rosseau. Escrevia Schopenhauer, a certa altura, que a moral judaico-cristã criou um fosso enorme e propositado entre a besta e o Homem, e que séculos dessa influência nefasta tinham, na Europa, arredado os animais da moral comum atribuindo-lhes a categoria de coisas (a própria língua inglesa, por exemplo, refere os animais como refere os objectos, "it"). Os animais, outrora divinizados no Antigo Egipto, considerados e protegidos por religiões asiáticas como o hinduísmo e o budismo, na Europa tinham de ser protegidos pela iniciativa de associações em regra geral frágeis e insuficientes.

Falava, portanto, da Europa do século XIX, altura em que na Inglaterra se tomavam as iniciativas mais relevantes e eficazes para a protecção dos animais. Hoje, século XXI, existem decerto mais associações, que actuam com maior eficácia, e a própria cultura, ou sensibilidade do vulgo, para com este assunto também será decerto superior em diversos países europeus.

Mas não em Portugal.

Em Portugal os animais sofrem barbaramente às mãos do próprio Estado, em gatis e canis que parecem ter sido construídos, ou melhor, improvisados (porque em Portugal o improviso é a mais antiga das tradições) para servir de antros de tortura. Transformá-los em matadouros seria um acto de piedade, dadas as condições que apresentam – boas para fazer criação de baratas e bactérias, inadmissíveis para cães e gatos.

Ora a cultura do Estado não consegue ser mais do que um reflexo da do próprio povo. As atrocidades que muitas pessoas infligem aos animais, das quais uma minoria se observa nas clínicas veterinárias, ficam impunes pela lei e pela sociedade porque, culturalmente, em geral é válido sacrificá-los.

Estima-se que em Portugal sejam abandonados cerca de 10 mil cães por ano. Cães que dariam o mais alto valor que possuem, a própria vida, por um ser humano, são tratados a pontapé, vivem sem qualquer tipo de ajuda ou reconhecimento, e morrem abandonados, num canil, ou assassinados pelo próprio dono. Se a moral popular lhes admitisse alguma importância esta ideia causaria, nas massas, revolta e vontade de agir. Mas a verdade é que, em Portugal, a moral vigente é a do século XIX. Os animais continuam a possuir a categoria de coisas, e cada um faz o que bem entende com as suas. São propriedade sem moral, que o Estado não protege nem quer proteger. Numa democracia insegura qual o Governo, qual o Partido relevante, que arriscará votos para trazer este assunto a debate?

Falei, até agora, de casos mais ou menos escondidos, que podem ser disfarçados com uma dialética aparentemente honesta. Pode-se questionar estatísticas, pode-se duvidar das intenções dos veterinários e também das reportagens que de vez em quando surgem, com câmara oculta, num ou noutro canil. E depois avançar que os animais têm direitos neste país até prova em contrário, acompanhando eventualmente as palavras de imagens de um canil ou uma reserva exemplares. Pode-se também tentar confundir o assunto e desacreditar os defensores dos animais dizendo que estes os comem, e que portanto são hipócritas. Em geral o público não vai perceber a diferença entre comer uma vaca e pontapear um cão, e tomando as coisas como iguais vai virar-se contra os defensores dos animais e desviar-se do assunto em questão.

O que ainda não vi poder defender-se, por estar inteiramente visível, ser legal, permitido pelo Estado, encarado como um espectáculo pela sociedade, divulgado pelas televisões e defendido pelos seus fãs como uma das maiores artes nacionais – é a tourada. Aqui não é possível atirar areia para os olhos.

A tourada consiste, basicamente, em enfurecer ao máximo um touro numa arena espetando-lhe ferros no lombo, para que ele invista contra os agressores e estes brilhem fazendo acrobacias, como palhaços no circo, para lhe fugir. O touro fica irremediavelmente ferido depois do espectáculo e é então, por misericórdia cristã, abatido. Numa terrinha da fronteira, por especial favor de um ex-presidente (o ‘p’ minúsculo não é acidental) da República chamado Jorge Sampaio, é permitido abatê-lo na própria arena à moda de Espanha, para completar o espectáculo, sendo depois o bicho esquartejado para servir de repasto à população. Nesse caso abriu-se uma brecha na lei para satisfazer a populaça, regredindo face aos outros países europeus, o que demonstra exemplarmente o desprezo que os mais altos governantes conservam face aos direitos dos animais.

E a União Europeia falha onde todos os definhados governantes nacionais falharam enquanto não proibir e irradicar este espectáculo, um dos mais atrozes do mundo fora da clandestinidade. Se os direitos humanos são motivo para adiar a adesão da Turquia, os direitos dos animais deveriam bastar para expulsar Portugal e Espanha. Será difícil, porque há muitos influentes, incluindo o presidente citado atrás, que não só o defendem como o glorificam, sendo-lhes a tarefa facilitada pela indiferença da maioria, para quem a crueldade se justifica se for cometida contra bestas. Vejamos de seguida quatro dos seus argumentos…

Argumento 1 – A tourada é um espectáculo de coragem; é o pequeno Homem contra a grande Besta, David contra Golias, S. Jorge contra o Dragão.

Realmente, vendo 5 minutos de tourada, aquilo parece uma excêntrica ode à coragem com um monte de lantejoulas e florzinhas à mistura. Mas analisando um pouco mais cheira-se o fumo pestilento de uma falácia. Existem lantejoulas e florzinhas, é verdade, e barretes parvos e tudo, mas há menos coragem envolvida na tourada do que num número de trapezistas.

Não é preciso uma análise estatística aprofundada para se concluir que há um grande desequilíbrio entre o número de touros mortos e de toureiros feridos. Só isso já faz suspeitar que o confronto não é tão igual como parece e que o risco é na verdade bastante reduzido. Tal se justifica totalmente se olharmos bem para os oponentes desta batalha: o toureiro (designo por "toureiro" todos os que participam na "festa", dado que uso a palavra pejorativamente, como adjectivo) treina especificamente para aquilo e está armado, enquanto o touro é preparado para não poder usar todas as suas armas: sem anestesia, são-lhe cortadas as pontas dos cornos em zona sensível, enchem-lhe os olhos com uma pomada que o irrita e retira parte da visão, e dão-lhe choques eléctricos nos testículos antes de entrar na arena, para ele ficar mais "bravo" – e mais desorientado. É nestas condições, e sem saber o que o espera, que o animal combate, sem hipótese de sair vivo faça o que fizer.

Resumindo, para vermos aqui o "S. Jorge contra o Dragão", teriam de cortar a ponta da espada ao S. Jorge, besuntar-lhe os olhos com uma substância irritante e espetar-lhe um bastão eléctrico pelo cu acima. Quando for assim, poderemos ver na tourada um espectáculo de coragem. Até lá, pouco há de coragem além da de usar fatos e barretes ridículos.

Argumento 2 – Os touros bravos não sofrem porque são pouco sensíveis na região onde são espetados.

Não percebo muito da anatomia do touro, mas a anatomia é uma falsa questão, uma “diversão” dos amantes da tauromaquia. Querem fazer crer que, se o touro não sofre, o espectáculo não é cruel. É como se um defensor dos autos-de-fé viesse dizer: “uma pessoa, da forma como era queimada em praça pública, com toda aquela madeira, sufocava antes de sentir as queimaduras – portanto os autos-de-fé não eram cruéis”. É como se outro viesse defender que a Revolução Francesa não foi cruel porque, apesar de se terem decapitado centenas de pessoas em público, a guilhotina era um método que provocava a morte tão rapidamente que a vítima não chegava a sofrer.

É, enfim, um argumento próprio de quem usa barretes coloridos e acredita (não lhes suponho má-fé, portanto suponho que acreditam mesmo) que o touro, apesar de ser um animal com ramificações nervosas pelo corpo inteiro, é diferente dos outros e não sofre quando lhe cravam na carne alguns centímetros de ferro ou quando leva choques eléctricos nos testículos.

Mas é bom que acreditem nisso, porque um dia, se as modas mudarem, e o espectáculo passar a ser o empalamento de toureiros numa arena, não vão protestar se estes forem devidamente anestesiados.

Argumento 3 – Os touros bravos são criados apenas pelo Homem e por isso não têm lugar na natureza; já estariam extintos se não fosse a "festa brava". Enquanto vivem têm uma vida luxuosa, ao contrário de muitos outros animais.

O argumento do bem. O tourada e o toureiro justificam o criador de touros bravos, que assim os cria e trata maravilhosamente – para serem despedaçados em público.

Este argumento pressupõe uma coisa muito duvidosa, talvez de propósito: pressupõe que o touro bravo não tem outra finalidade na natureza, ou outro interesse para a humanidade, do que ser despedaçado em público para satisfação de uma minoria de adeptos da crueldade.

Deste raciocínio medieval se tira o seguinte: que qualquer animal que não tenha préstimo visível pode, e deve, ser usado em espectáculos de crueldade para divertir um monte de bestas bípedes, ou então extinguir-se. Não há uma terceira hipótese na visão limitada do amante de tauromaquia.

No entanto, no mundo civilizado impera uma terceira hipótese que, com maior ou menor custo, tem mantido vivas espécies “inúteis” sem desfazer os seus membros em espectáculos públicos: dando-lhes a categoria de “espécies em extinção” e protegendo-as em reservas. E não necessariamente sem lucro.

Dirão, os que têm fé na tauromaquia, que a melhor forma de preservar uma espécie em extinção é matar os seus membros numa arena. Di-lo-ão de formas mais floreadas e subtis, mas no fundo é isso que dizem. O que só mostra que a única coisa que supera a sua atroz falta de sensibilidade é a sua abobinável ausência de juízo.

Argumento 4 – A tourada é uma tradição nacional. Acabar com ela seria acabar com uma parte importante da nossa cultura.

É capaz de ser verdade, e sendo assim o que ocorre dizer a seguir é: “vamos a isso!”.

A escravatura fez parte da nossa cultura durante vários séculos. Fomos o primeiro país a exportar negros para as américas. Porque não manter essa tradição (que no olhar do amante de tauromaquia se justifica porque pensa que uma tradição, sem critério nem justiça, se justifica por si mesma), e mandar os toureiros também para o Brasil? Aí estava uma tradição positiva: escravizar toureiros, pô-los a fazer algo de útil salvando da sua crueldade os animais. Nem era preciso mandá-los para o Brasil: era pô-los cá a dançar em certos antros e bares que aproveitassem não só as suas caríssimas e sensuais roupagens como as suas enormes capacidades acrobáticas, entre uns “bravos” e “oles”.

Outros exemplos que refutam o argumento se podem ir buscar à História, mas vale a pena? Tudo vale pena… não, isto não vale. Os outros exemplos caberiam todos numa categoria: a dos direitos humanos. E volta-se à questão inicial: em Portugal os direitos dos animais não existem, e o que não existe não pode mudar nada.

Um último conselho, portanto, aos amantes de tauromaquia para se defenderem: estejam calados. O mais silenciosos possível. Quando alguém reclamar contra a “festa”, agrafem a boca – literalmente. Porque, se têm do vosso lado a inexistência dos direitos dos animais num país nesse aspecto medieval, não têm a razão, nem o gosto, nem a sensibilidade, nem nada mais do vosso lado. Apesar de ser compreensível a tendência, não respondam desorientados como um touro numa arena. Pensem em barretes coloridos, para disfarçar, e depois permaneçam calados, aconchegadinhos na boçalidade geral. Mais tarde poderão deslocar-se ao Campo Pequeno e regozijar-se com mais uma vitória da crueldade sobre os animais e os seus defensores, ou ligar a TVI depois das dez da noite e assistir, com as crianças, à tortura de bestas mais pesadas e lucrativas.
http://riksaint.wordpress.com/2008/07/15/tourada-arte-ou-folguedo-desumano-de-cobardes/

TEXTO A FAVOR

Sou a favor das touradas...

… Na mesma medida em que sou a favor do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou da adopção de crianças por casais homossexuais: por TOLERÂNCIA!

Para mim, cada um que faça o que quiser, desde que não prejudique os outros.

Assim como os abortos sempre se fizeram, apesar da anterior lei prever a punição das mulheres que os fizessem – os perigos é que eram muito maiores, assim como os negócios… –, também a homossexualidade sempre existiu (talvez apenas mais escondida). Quanto aos direitos das crianças, o que não falta são crianças maltratadas pelos seus próprios progenitores.

Quanto aos defensores dos animais, se quiserem têm muito que fazer. Desde os animais que vivem em jaulas nos zoos, passando pelos que são amestrados, muitas vezes com extrema violência, para as criancinhas (e os adultos) apreciarem as suas habilidades, pelas lojas que vendem animais de estimação para ter em casa, pelos energúmenos que compram um cachorrinho porque lhe acham muita graça, mas que depois, quando ele começa a mijar, a cagar e a destruir tudo o que apanha à frente, o abandonam em qualquer lado, até aos animais que são criados para alimentação humana, em aviários e pecuárias sem um mínimo de espaço, nem condições.
E não me venham com a treta de que precisamos de comer carne ou peixe, porque isso é mentira. Há muita gente que não os come e consegue viver de perfeita saúde. Isso, sim, é um sinal claro da bestialidade humana, criar animais – em espaços ínfimos, quantas vezes com alimentação inadequada e cheios de medicamentos – para nossa alimentação.

Quanto à actividade tauromáquica – e não tauromática, como muitos ignorantes, alguns jornalistas, dizem –, para quem não sabe, é uma actividade que dá emprego a alguns milhares de portugueses, desde os que tratam dos touros e dos cavalos até aos que confeccionam as roupas dos toureiros e cuidam das praças... Movimenta mais de vinte milhões de euros por ano, em Portugal.
Os touros de lide são uma espécie que se extinguirá inevitavelmente no dia em que as touradas acabarem, pois não têm valor comercial. A não ser, claro, que os coloquem nos tais zoos, para deleite das pessoas “civilizadas”.

Os touros (apenas são toureados os machos) são lidados com quatro ou cinco anos e, de facto, passam por uns 10 ou 15 minutos de algum sofrimento, ainda que a sua pele seja bastante grossa (é dela que se fazem os sapatos). Se falo neste pormenor da pele, não é para desvalorizar as farpas que lhes espetam, que também me parecem um tanto ou quanto bárbaras, mas apenas para referir que são absurdas e demagógicas as imagens (montagens) que mostram pessoas aparentemente espetadas e cheias de sangue, para chocar e demonstrar a crueldade daqueles actos. A juntar a esse quarto de hora, há que somar as horas seguintes, até o touro ser morto. Os quatro ou cinco anos que estes animais vivem são gozados em total liberdade, em campos vastos e com alimentação garantida. Em condições, portanto, que a esmagadora maioria dos animais que as pessoas adoram comer nem sonham, se é que tal é possível a animais irracionais…

Os seres humanos são os animais mais cruéis, destrutivos e gananciosos que a Natureza criou. Nenhum outro animal, para além do Homem, passa fome nas condições naturais de vida. A fome é possível, sim, em caso de doença, ferimento grave ou catástrofe natural, mas nunca, como no caso dos humanos, acontece haver alguns (muitos!) a passarem fome e outros a morrerem com excesso de fartura, passe o pleonasmo.

Enquanto os homens matarem outros homens por causa do poder e do dinheiro, enquanto os homens criarem animais em espaços minúsculos para depois os comerem, enquanto os homens exibirem animais em jaulas para seu prazer pessoal, hei-de sempre considerar que a questão das touradas é secundária.

A tauromaquia é uma questão cultural, que obviamente os nórdicos têm mais dificuldade em compreender, porque não têm essa tradição e também porque muitos se consideram superiores a nós, “os do sul”. Com o avanço da civilização humana, mais tarde ou mais cedo acredito que tenderá a acabar.

O que não merece a pena, na minha opinião, é as pessoas porem-se umas contra as outras por causa disto, quando há tanta coisa por fazer no capítulo da dignidade da vida das próprias pessoas.

A começar por esta crise, que foi, como todas as outras, provocada pela cegueira e pela ganância da gente do poder (político e económico-financeiro) e que, como todas as outras, terá que ser a arraia-miúda a pagar.
http://o-estado-a-que-chegamos.blogs.sapo.pt/30393.html
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Mensagem por mjp Sáb maio 04 2013, 23:47

Eu estou mais do lado a favor das touradas... sem querer desenvolver muito, penso que exageram um pouco os protectores dos animais a respeito do sofrimento do animal.

Claro que sofre... e esse é o lado negro de um espectáculo secular, com muitas tradições e culturalmente muito enraizado nalguns países como Portugal, Espanha e México e algumas zonas do sul de França.

Mas se assim fosse, se por causa desse sofrimento se proíbissem as touradas, então todo e qualquer abate de animais, desde o gado suíno ao ovino, caprino e bovino, teriam de ser também proíbidos, já que em todos esses processos o elemento dor está presente.

Aliás, penso até que deste ponto de vista, a proibição das touradas de morte não faz nenhum sentido, já que o animal sofre muito menos com o golpe da espada, que nos curros onde as feridas são salgadas e assim permanece até ao abate... assim era há alguns anos, hoje não sei, mas em todo o caso, o adiamento da morte do animal é mais cruel que a morte imediata na arena.

O lado heróico e estético da tourada é um factor que me leva a gostar das corridas.... mas respeito em absoluto quem é terminantemente contra... só que tais, se quiserem levar ás últimas consequências a sua posição, nunca mais deveriam comer dos tais animais de abate em matadouro.
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Mensagem por Ana Cláudia Dom maio 05 2013, 00:38

Já sei que não tenho a opinião da moda. Sempre gostei de touradas e sempre fui a touradas.

Conheço os argumentos a favor e contra, sei que a protecção dos animais é hoje uma preocupação muito na moda, e digo na moda porque não se via há meia duzia de anos atras este "falatório" sobre o sofrimento dos animais e sabia-se o mesmo.

Muitos dos preocupados com os animais podiam também preocupar-se com pessoas...

No entanto, tenho gatos, sempre convivi com cães e adoro animais.

Concordo com o orador anterior no argumento de que há outras formas de sofrimento animal a que a maioria não liga.
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Mensagem por António Madaleno Dom maio 05 2013, 12:24

Pessoalmente nunca gostei de touradas. Mas não é de agora.

A mim, tudo o que seja maltratar animais, apenas pelo prazer, faz-me confusão. Eu pessoalmente consigo distinguir o acto de matar um animal para alimento, mesmo que isso possa implicar sofrimento (mesmo que mínimo para ele), e o de ver como no caso da tourada, um animal ser abusado para gáudio de um público.

Para além do mais, não apenas é o touro que está em questão. Está também o cavalo que carrega o cavaleiro e que por vezes fica gravemente ferido devido às investidas dos touros e por último o próprio cavaleiro, forcados, etc.

A teoria da chamada arte ou tradição custa-me a engolir, sinceramente, porque acredito que o ser humano é capaz de tornar tudo o que faz, por mais sádico que seja, em arte.

Basta ver por exemplo, os requintes, os instrumentos e as práticas envolvidas na inquisição católica.

Ninguém pode deixar de ficar impressionado com a "mestria" e "arte" com que os inquisidores torturavam suas vítimas, bem como os instrumentos utilizados para isso.

Ou que dizer do tempo dos romanos, em que as arenas se enchiam de sangue humano e animal em "festas" de luta, que sem dúvida, tinham a sua "arte" e "técnica".

Para quem duvida disso, basta por exemplo, ver a recente série Spartacus que retrata bem essa época.

Não acho que os que gostam de tourada, sejam mais ou menos humanos que os outros. Que gostem mais ou menos de animais que os outros.

Apenas acho que lhes falta "empatia" pelo sofrimento do animal que está a ser lidado na arena, achando que é por uma causa nobre, tenha ela a motivação da chamada "arte" ou "tradição".
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Mensagem por Sara Mel Dom maio 05 2013, 13:25

Este tópico é complicado menino Tjc!!!
começo logo por dizer que sou a favor da tourada! Sou aficionada!
Vejo as corridas na Tv e também vou às praças!
Como explico este gosto pelas touradas?
Quero acreditar que sou boa alma e sensível com o sofrimento alheio tanto pelo ser humano, meu Par, como pelos animais. Não se explica! Trata-se do meu lado irracional.... Como o Benfica e outras paixões que se possa ter! Nem tudo tem ser explicado e com lógica nesta vida.

Se entrarmos na troca de argumentos, não tenho problema nenhum em friamente dizer que os argumentos de quem defende os animais são mais fortes! É lógico! Ninguém dúvida que o espectáculo é feito com base no sofrimento do toiro! Mas também é do conhecimento público, que se a touradas passarem a ser proibidas, o toiro bravo, ou de morte, vai ser mais uma espécie que entra em vias de extinção. Os granadeiros só criam os toiros única exclusivamente para as corridas. A criação dos bichos dá-lhes prejuízo. Fazem-no pela paixão da tourada, não pelo negócio! Este é o único argumento verdadeiramente válido que dou quando discuto este assunto. Confesso que evito abordá-lo ou até manifestar o meu gosto pelas corridas. Eu sei que choca! Mas gosto mesmo de assistir ao toureio do cavaleiro com o toiro. Também adoro cavalos o que contribui em muito para esta simpatia. por fim o que mais gosto é da pega! Aquilo é uma brutalidade e uma loucura, eu sei.... mas tenho um respeito por aqueles homens...
Não obstante a minha tolerância por quem é contra ser total, não gosto do que fazem (manifestações e uso de violência verbal) contra as touradas e dos argumento que por vezes usam!

Mas enfim....

Ps: eu digo Toiro! Sou do norte! Morrer a rir
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Mensagem por Ana Cláudia Dom maio 05 2013, 14:37

Nunca esperei que os aficionados, neste caso aficionadas, fossem as primeiras a chegar-se á frente neste tópico!

DL, és cá das minhas!!!
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Mensagem por Sara Mel Dom maio 05 2013, 18:23

Atena escreveu:Nunca esperei que os aficionados, neste caso aficionadas, fossem as primeiras a chegar-se á frente neste tópico!

DL, és cá das minhas!!!

Very Happy Very Happy

Mulheres com personalidade é assim!!!! Laughing
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Mensagem por António Madaleno Dom maio 05 2013, 21:18

E mais opiniões?

Desconfiado
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Mensagem por hocosi Dom maio 05 2013, 22:03

A opinião é que cada vez mais assistimos à humanização dos animais e à desumanização das pessoas.

Não sinto nenhum prazer em ver torturar animais, mas dói-me mais ver tratar seres humanos como se fossem animais.
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Mensagem por mjp Dom maio 05 2013, 22:40

hocosi escreveu:A opinião é que cada vez mais assistimos à humanização dos animais e à desumanização das pessoas.

Não sinto nenhum prazer em ver torturar animais, mas dói-me mais ver tratar seres humanos como se fossem animais.


Exactamente! Tanta preocupação com os animais e tão pouca com as pessoas.

Há meses, um amigo meu, pessoal, via facebook, fez circular uma petição por um português no corrredor da morte na China. Segundo ele, assinámos cinco (5).

Na mesma altura, corria a questão do abate do cão que alegadamente matou um bébe de 2 anos... penso que todos sabemos a histeria que corria nessa altura.

Desculpem-me, mas não resisto a transcrever "ipsis verbus" a frase utilizada por esse meu amigo ( já agora, é o tal advogado meu amigo aqui de Faro) para descrever a situação e passo a citar:" as espécies tendem a solidarizar-se com os da sua raça!"

E eu é que sou politicamente incorrecto!? Twisted Evil
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Mensagem por Sara Mel Dom maio 05 2013, 22:48

Exactamente! Tanta preocupação com os animais e tão pouca com as pessoas.

Há meses, um amigo meu, pessoal, via facebook, fez circular uma petição por um português no corrredor da morte na China. Segundo ele, assinámos cinco (5).

Na mesma altura, corria a questão do abate do cão que alegadamente matou um bébe de 2 anos... penso que todos sabemos a histeria que corria nessa altura.

Desculpem-me, mas não resisto a transcrever "ipsis verbus" a frase utilizada por esse meu amigo ( já agora, é o tal advogado meu amigo aqui de Faro) para descrever a situação e passo a citar:" as espécies tendem a solidarizar-se com os da sua raça!"

E eu é que sou politicamente incorrecto!? Twisted Evil

isto é outra discussão que dá pano para mangas!!! E concordo com o que dizem! De facto há uma sacralização dos animais em detrimento do ser humano... mas um não invalida o outro... devia-se lutar pela dignidade de ambos com igual vontade!
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Mensagem por Filino Rupro Seg maio 06 2013, 09:16

Adoro touradas com unicórnios brancos!
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Mensagem por Kimba Seg maio 06 2013, 13:50

Terminantemente contra! Espéctaculo bárbaro ao nível de 3º mundistas que somos...
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Mensagem por Crystal Seg maio 06 2013, 15:59

Aii amigo, foste buscar um tema ao qual não consigo ficar indiferente. O sofrimento e a crueldade mexem demais comigo. Quando digo isto, e para os que me conhecem, sabem o quanto sofro com o sofrimento que existe neste mundo, daí a minha angústia quando da descoberta da falsidade em que acreditava. E embora, muitos achem que por existirem pessoas a sofrer, o mesmo também deve acontecer com animais, não concordo. O sofrimento duns não justifica o dos outros. Gosto imenso de animais (que não se restringem apenas a cães e gatos, nem se restringe apenas aos que tenho comigo) abrange todos os animais. E como no meu conceito de "gostar"ou "amar", não há lugar para o sofrimento imposto e crueldade, é mais que óbvio que considero a tourada uma tradição tão bárbara, quanto a da matança de golfinhos na Dinamarca, para os mais jovens mostrarem a sua "valentia", desculpem, mas a palavra certa, é covardia. Isto sem contar com tantas outras tradições absolutamente cruéis. Sou claramente anti tourada.

Foi precisamente o meu respeito pela vida de todos os seres vivos, e que vejo constantemente ser abusado, que me levou a ter uma participação mais activa nesta "luta", entre outras que também travo. Felizmente, libertei-me da passividade das Tj, perante o que é considerado interferir em assuntos "mundanos", e pelo segundo ano participei na Marcha anual, pela alteração da legislação deste país, cuja designação atribuída aos animais é "objectos"!

Acho absolutamente ridículo comparar seres que têm coração, boca, olhos, cérebro, etc, a um objecto como um banco ou um simples lápis. Como disse Gandhi " a grandeza de uma nação e o seu progresso moral, são avaliados pela forma como esta trata os seus animais. Infelizmente, neste aspecto, Portugal nem é grande, nem progrediu moralmente. Se fossem direitos humanos em causa, também lutaria por eles, mas felizmente não é necessário neste país; portanto eu luto por aquilo que considero que ainda tem que ser alterado.

Ao contrário de alguns, não preciso de igualar animais a pessoas, para que estes mereçam o meu respeito, e lamento que haja quem o precise de fazer.

Durante cerca dum ano, participei dum fórum "Pró e contra tourada". Os argumentos de quem é a favor já os conheço mais que bem. Tem tanta lógica justificar a tourada, pela extinção da raça, como o tem justificar as lutas entre pitt bulls, que foram criados para esse propósito. No entanto, não deixo de achar estranho, que os que dizem "amar" os touros, e que afirmam nada ganhar com eles, não se esforçarem para preservar a raça, sem ter que os submeter a tamanha crueldade. Ou apenas se preocupam com o touro bravo? Que dizer do lince e lobo ibérico ameaçados pela extinção? Ou o burro mirandês? Será necessário também inventar algum tipo de "divertimento" para que estas espécies não desapareçam? Ou só se devem manter as que de alguma forma contribuem para o gozo do homem?

Quanto à suposta valentia do homem perante o touro....mas o que é que o homem tem que provar e a quem? Como em tudo, resume-se a poder e humilhação. O homem não tem que provar nada, além do amor e compaixão, que deveriam ser estendidos a todas as criaturas, sejam humanas ou não.

Mas o que mais me impressionou foi a incoerência de que a esmagadora maioria de aficionados e familias ligadas à tauromaquia são pessoas, como elas se designam, cristãs!!! À partida, suponho que alguém que se considera cristão, deve seguir os ensinos dele (amor, compaixão) Depois de conhecer a história da personagem de Jesus, sinto uma certa dificuldade em imaginá-lo a assistir ou apoiar uma tourada! Esqueceram-se que as actuais arenas são uma réplica das antigas arenas romanas, onde milhares de cristãos foram mortos? Simplesmente incoerente.

Já agora, e como vi alguns comentários nesse sentido, vou focar todos os aspectos.

Um dos que me apercebi naquele fórum, eram as críticas dirigidas aos que eram omnívoros, mas ainda assim se assumiam contra a tourada. Confesso que a participação naquele fórum contribuiu para alterar a base da minha alimentação. Mas, independentemente do que constitui a alimentação de cada um, ainda consigo estabelecer uma linha de separação entre o abate de animais para consumo ,(que lamentavelmente é feito sem o minimo de respeito pela angústia e dor do animal) e o "gostar" de vê-los sofrer antes do abate. A menos ( e desculpem a ironia, mas tenho que dizer isto) os matadouros também venham a ser palco para o público assistir ao processo antes do abate, entre palmas e olés, e no final o que mais animais conseguir matar leva as orelhas e rabos como troféu.

É-me inconcebível, o "gosto" que se tem de ver um outro ser vivo (ainda que este seja animal) a agonizar antes de morrer. Como diz a letra da música do Roberto Carlos " As baleias"...como é possível que você suporte a barra...de olhar nos olhos do que morre em suas mãos".
Se há algo, que vim a descobrir no convívio com as tais pessoas que são injustamente rotuladas de "se preocuparem mais com animais do que com pessoas", é de que este tipo de pensamento é completamente falso. Muitas delas, além de ajuda aos animais, estão inseridas em associações de ajuda a famílias carenciadas. O raciocínio, de que quem se preocupa com animais o faz em detrimento de pessoas, é tão limitado quanto o seria criticar alguém de seguir a carreira de veterinário e não uma outra especialidade médica. Se existe gente a preocupar-se e a lutar por melhores condições de vida aos animais, é porque existe muito, mas muito mais gente a cometer abusos, alguns absolutamente surreais, contra estes!

O ser humano é assim tão limitado nos seus sentimentos, que apenas tem que estender a sua capacidade de demonstrar compaixão aos da sua própria espécie?

Fico triste de ler críticas a estas pessoas, e não as ler direccionadas às que contribuem para o abandono de milhares de cães e gatos que se verificam anualmente neste país; aos que derivam um qualquer prazer sádico em atear fogo a um cão de poucos meses ou atirar uma cadela para dentro de alcatrão, ou como aconteceu há meses...um "homem" atou um cão com um cordel ao pescoço e à sua carrinha, e depois arrastou-o por quilometros. Que seria destes animais, sem as tais "pessoas" que os tentam ajudar? Não acham que a miséria ainda seria maior?

Pois é, meus amigos, desculpem a minha sensibilidade, mas assim como não consigo ficar indiferente ao sofrimento humano, também não o fico para com os que não são humanos.

Por isso, oxalá cada vez haja mais pessoas a se sensibilizarem para estas situações, seja moda ou não, porque quantas mais forem, menos casos destes haverá, e eu não terei que assinar mais petições. Sim, porque eu assinei a petição pelo não abate do Zico. Lamento a morte daquela pobre criança, mas conhecendo os contornos do acontecimento, neste caso, pune-se a arma, e não quem a disparou! Aqui, já se exige o raciocinio dum animal, mas não o duma família negligente!

Respeito a opinião de cada um, mas não me peçam para respeitar sofrimento gratuito e crueldade. Estes têm que ser denunciados, independentemente de quem seja o alvo.

Mas voltando às touradas, e como se costuma dizer "os bois têm que ser chamados pelo nome"....numa tourada, a única besta que eu vejo é o homem, e a vítima o touro.

Por fim, e como gosto muito de frases, termino com esta ... "A compaixão, onde toda a ética deve criar raízes, só pode atingir a sua plenitude se abraçar todos os seres vivos e não se limitar à raça humana".

Se todos entendessem e praticassem o conteúdo desta frase, não assistíriamos aos horrores que diáriamente são praticados, nem seriam necessários alertas para deixarmos de maltratar este planeta, que ainda não demos provas de merecer.


Última edição por TJ Curioso em Seg maio 06 2013, 16:13, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Criação de parágrafos para facilitar a leitura.)
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Mensagem por António Madaleno Seg maio 06 2013, 16:19

Mais palavras para quê... 5 estrelas!!!

Obrigado por partilhares connosco a tua perspetiva Calimera.
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Mensagem por Crystal Seg maio 06 2013, 16:36

TJ Curioso escreveu:Mais palavras para quê... 5 estrelas!!!

Obrigado por partilhares connosco a tua perspetiva Calimera.

Não tens de quê Amigo! Já sabias que não ia conseguir ficar calada Wink
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Mensagem por mjp Seg maio 06 2013, 16:46

Com o texto da Calimera, só posso estar em ampla plenitude de concordância.

Há pessoas piores que "feras" que maltratam por crueldade e prazer sádico os animais...e tais actos contra os animais já são considerados como desviantes em termos legais na legislação portuguesa; também os animais não são considerados como pura e simples coisas, "objectos inanimados", pela lei civil, é-lhes atribuída uma dignidade própria, daí a penalização da lei para esses actos cruéis e desnecessários contra eles. Provavelmente, devido ao índice de "imbelicidade" e "brutalidade" natural de grandes manchas da população portuguesa, a legislação para proteger os animais terá de ser mais apertada e ao mesmo tempo mais severa.

A questão das touradas, penso que se inserem numa ordem diferente de valores; não me parece que se valorize o sofrimento do animal, mas sim a "valentia" do toureiro ou dos forcados Que existe sofrimento, já o expressei na minha anterior opinião, como existe noutras situações.

Mas, sinceramente, muito sinceramente, penso mesmo que no estado a que a humanidade chegou, se faz "alarido" a mais em defesa dos animais e muito a menos em defesa dos valores da dignidade da pessoa humana.

Quanto ao resto... meus queridos animais! Elefantes, baleias, golfinhos, focas bébés e por aí fora, são vítimas da crueldade, exactamente por parte dos mesmos que também promovem um mundo atentatório dos valores da humanidade.
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Mensagem por Crystal Seg maio 06 2013, 17:19

mjp escreveu:Com o texto da Calimera,
..e tais actos contra os animais já são considerados como desviantes em termos legais na legislação portuguesa; também os animais não são considerados como pura e simples coisas, "objectos inanimados", pela lei civil, é-lhes atribuída uma dignidade própria, daí a penalização da lei para esses actos cruéis e desnecessários contra eles. Provavelmente, devido ao índice de "imbelicidade" e "brutalidade" natural de grandes manchas da população portuguesa, a legislação para proteger os animais terá de ser mais apertada e ao mesmo tempo mais severa.

A questão das touradas, penso que se inserem numa ordem diferente de valores; não me parece que se valorize o sofrimento do animal, mas sim a "valentia" do toureiro ou dos forcados Que existe sofrimento, já o expressei na minha anterior opinião, como existe noutras situações.

Mas, sinceramente, muito sinceramente, penso mesmo que no estado a que a humanidade chegou, se faz "alarido" a mais em defesa dos animais e muito a menos em defesa dos valores da dignidade da pessoa humana.

Quanto ao resto... meus queridos animais! Elefantes, baleias, golfinhos, focas bébés e por aí fora, são vítimas da crueldade, exactamente por parte dos mesmos que também promovem um mundo atentatório dos valores da humanidade.

Mjp, a legislação para com os animais de abate também prevê que tal deve ser efectuado com o mínimo de stress e dor para o animal. É isso que se faz? Não! Que interesse ter uma lei para o abate que simplesmente é ignorada?
Quanto aos outros animais, experimenta fazer uma queixa contra alguém que abandonou um animal ou maltratou e vais ver as dificuldades com que te deparas. Ninguém liga! Em alguns casos, não me restou alternativa a não ser intervir pessoalmente. Tenho a certeza que se o Estado decidisse aplicar multas pesadas a casos de maus tratos a animais e de abandono, arranjava dinheiro fácilmente, sem ter que recorrer a tantos cortes. Mas lembram-se de aplicar multas em tudo, menos onde deviam. Enfim, é o país que temos, corrupto e bárbaro.
Mas quando for a China a tomar conta do mundo, esqueçam direitos, quer de animais, quer humanos. Isso é preocupante, mas a hipocrisia ocidental não está isenta de culpa.

Agora, vais me desculpar, mas confesso que fiquei surpreendida com a tua posição em relação às touradas, sabendo-te cristão Rolling Eyes
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Mensagem por mjp Seg maio 06 2013, 17:43

calimera escreveu:Mjp, a legislação para com os animais de abate também prevê que tal deve ser efectuado com o mínimo de stress e dor para o animal. É isso que se faz? Não! Que interesse ter uma lei para o abate que simplesmente é ignorada?
Quanto aos outros animais, experimenta fazer uma queixa contra alguém que abandonou um animal ou maltratou e vais ver as dificuldades com que te deparas. Ninguém liga! Em alguns casos, não me restou alternativa a não ser intervir pessoalmente. Tenho a certeza que se o Estado decidisse aplicar multas pesadas a casos de maus tratos a animais e de abandono, arranjava dinheiro fácilmente, sem ter que recorrer a tantos cortes. Mas lembram-se de aplicar multas em tudo, menos onde deviam. Enfim, é o país que temos, corrupto e bárbaro.
Mas quando for a China a tomar conta do mundo, esqueçam direitos, quer de animais, quer humanos. Isso é preocupante, mas a hipocrisia ocidental não está isenta de culpa.

Mas só posso estar de acordo contigo! As leis são ignoradas, ultrapassadas, destorcidas, enfim... é o que temos... culpa nossa!! E sei perfeitamente o que é ir apresentar uma queixa seja do que for... ainda somos tratados nós como os "criminosos"...

Encontrar uma carteira no chão e ir entragá-la à polícia... nem penses! Claro que é a nossa obrigação, mas prepara-te para as complicações mais inesperadas.

Eu em Lisboa não tenho animais, mas aqui no Algarve tive um cão(um samoiedo; eu e o meu filho chorámos que nem uns "maluquinhos" quando ele morreu) e há dias uma gata vadia pariu uma ninhada de gatos... agora ando a alimentá-los... Morrer a rir

O problema é quando em situações de gritante injustiça humana, os amigos dos animais não aparecem... Não estou a dizer que é o teu caso, até imagino que não, mesmo. É que é exactamente como dizes: deixa lá os chineses tomarem conta do ocidente e depois quero ver os direitos das pessoas, dos animais e etc e tal.

Agora, vais me desculpar, mas confesso que fiquei surpreendida com a tua posição em relação às touradas, sabendo-te cristão Rolling Eyes


Por mim acabavam as touradas. Gosto de ver, embora não vá ao vivo! Fui duas vezes. Tenho muita dificuldade em conciliar as duas coisas, ou seja, por um lado percebo perfeitamente o elemento censurável do sofrimento do touro, por outra há um aspecto estético e cultural muito forte em tudo o que está ligado à tourada. E não só... há, como sabes, muita gente que vive e muitas regiões que subsistem com a promoção das touradas. Sou um péssimo defensor das touradas e um péssimo defensor dos que estão contra.

Penso simplesmente, que não é por causa das touradas, que está em risco o elemento dignidade dos animais... é só isso. Mas como disse, defendo muito mal qualquer dos lados.

Um cristão deve ser contra as touradas? Penso que terás uma boa razão aqui... começo a descer na subida para fora do purgatório... Morrer a rir

És capaz de ter ganho um adepto. Não militante! Mas um adeptozinho...

Mas espera lá! Como é que resolves o caso das pessoas que têm o ganha pão com tudo o que envolve as touradas?

No fundo, o que eu quero dizer é que, com tanto problema no mundo, não é por aí - touradas - que se deve começar, ou não é por aí que vem grande mal ao mundo.

beijinho.

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Mensagem por Crystal Seg maio 06 2013, 18:30

mjp escreveu:


O problema é quando em situações de gritante injustiça humana, os amigos dos animais não aparecem... Não estou a dizer que é o teu caso, até imagino que não, mesmo.

Mas espera lá! Como é que resolves o caso das pessoas que têm o ganha pão com tudo o que envolve as touradas?

No fundo, o que eu quero dizer é que, com tanto problema no mundo, não é por aí - touradas - que se deve começar, ou não é por aí que vem grande mal ao mundo.

beijinho.

mjp


Pois, é que os casos gritantes são tantos, que os amigos dos animais simplesmente são incapazes de chegar a todo o lado. Só quem lida de perto com estas situações se apercebe das enormes dificuldades com que se deparam, não só a nível monetário, como espaços, condições, etc. Muito se tem feito dentro daquilo que é possível, mas a brutalidade é demasiada e como disse, a legislação fomenta-a.
Quanto às pessoas que vivem directamente dos lucros das touradas (engraçado que eles dizem que não vivem disso, fazem por amor I love you ), que tal usar os campos e voltar à agricultura? Alternativas existem, a vontade é que é nenhuma. Mas chocante mesmo, é um país que está a atravessar uma crise financeira de tal ordem que obriga a cortes no ensino, na saúde, enquanto câmaras municipais gastam milhares de euros para renovar praças de touros, com o dinheiro de todos os contribuintes Evil or Very Mad

Mas vamos deixar passar um mal, e esquecer, apenas porque há males maiores? Não concordo, senão não estaríamos neste fórum Wink
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Mensagem por Goran Seg maio 06 2013, 19:27

calimera escreveu:Aii amigo, foste buscar um tema ao qual não consigo ficar indiferente. O sofrimento e a crueldade mexem demais comigo. Quando digo isto, e para os que me conhecem, sabem o quanto sofro com o sofrimento que existe neste mundo, daí a minha angústia quando da descoberta da falsidade em que acreditava. E embora, muitos achem que por existirem pessoas a sofrer, o mesmo também deve acontecer com animais, não concordo. O sofrimento duns não justifica o dos outros. Gosto imenso de animais (que não se restringem apenas a cães e gatos, nem se restringe apenas aos que tenho comigo) abrange todos os animais. E como no meu conceito de "gostar"ou "amar", não há lugar para o sofrimento imposto e crueldade, é mais que óbvio que considero a tourada uma tradição tão bárbara, quanto a da matança de golfinhos na Dinamarca, para os mais jovens mostrarem a sua "valentia", desculpem, mas a palavra certa, é covardia. Isto sem contar com tantas outras tradições absolutamente cruéis. Sou claramente anti tourada...

Concordo em absoluto, calimera!!
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Mensagem por hocosi Seg maio 06 2013, 21:56


Calimera escreveu:
Gosto imenso de animais (que não se restringem apenas a cães e gatos, nem se restringe apenas aos que tenho comigo) abrange todos os animais.

Olá Calimera. Gostei muito do teu texto que revela bem as tuas convicções que eu respeito, pois eu mesmo sou incapaz até de matar uma galinha. Morrer a rir

No entanto, desculpa-me a brincadeira. O teu apego pelos animais abrange também pulgas, piolhos, ratos, baratas, moscas e mosquitos?
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Mensagem por Sara Mel Seg maio 06 2013, 22:36

Hoje vi os touros bravos e os unicórnios pastando juntos e um toureiro era o seu pastor!
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Mensagem por mjp Ter maio 07 2013, 01:08

DL escreveu:Hoje vi os touros bravos e os unicórnios pastando juntos e um toureiro era o seu pastor!

DL, a esta faço-te uma vénia... de facto, cada um de nós, só acredita nas utopias que bem quer! Complexo? Ui... complexissíssimo!!!


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Mensagem por Índigo Qua maio 08 2013, 12:51

Nunca gostei de nada que envolvesse matar animais pelo simples prazer ou "desporto"! Seja touradas, ou caça, ou pesca ....

A minha opinião é que o Homem sempre gostou de se mostrar superior ao animal, por isso uma maneira de mostrar superioridade "inventou" passatempos em que animais eram mortos com crueldade!

Mas os animais em questões comportamentais são muito superiores ao Homem!
Os animais sabem onde é o seu lugar (território) sem ninguém lhes ter ensinado, e respeitam o espaço do outro animal. Os animais protegem os seus filhos. Os animais tem afeição até pelo Humano que lhes faz tanto mal!

O Humano, faz guerra com o seu "igual" por questões territoriais! O Humano mata os seus em vez de os proteger! O Humano trata com desprezo a sua própria espécie, por fazer distinção de cor da pele, status social, religião, etc!

Se há lição de vida para mim é esta: preferia pertencer ao "reino animal". Sentiria-me mais segura, pois saberia que teria alguém para proteger-me e não para apunhalar-me pelas costas!

Afinal é o homem inferior em relação ao Animal!
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